Uma Luz No Coração Da Escuridão. Amy Blankenship

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Uma Luz No Coração Da Escuridão - Amy Blankenship

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ainda mais velho que a própria cidade. Tudo o que ele sabia com certeza era que ele sentia uma sensação de paz cada vez que estava perto dele.

      â€” Quem pensaria que uma pedra quadrada traria pensamentos tranquilos? — murmurou Kotaro para si mesmo.

      Tomando outro caminho entre as árvores, ele dirigiu-se até a pedra para que pudesse olhar para ela. Mesmo que ele estivesse completamente feliz naquele dia, só o fato de se certificar que ela ainda estava lá o fazia se sentir melhor.

      Kotaro parou quando entrou no centro onde a pedra estava e franziu a testa para o indivíduo que estava sentando no estilo indiozinho no topo dela, com os cotovelos nos joelhos e o queixo preso em suas mãos. Os cabelos curtos e roxos balançavam com a suave brisa, fazendo o jovem parecer muito infantil.

      â€” O que diabos está fazendo aqui? — exigiu Kotaro.

      Kamui sorriu sem olhar para ele. Em vez disso, ele assentiu na direção da faculdade à distância.

      â€” Esperando que a aula comece.

      Kotaro balançou a cabeça e seguiu em frente antes de parar de novo e virar o rosto para encarar Kamui.

      â€” Do que você está falando? Você nem frequenta aquela escola.

      Kamui deu uma piscada de olhos antes de desaparecer lentamente em um turbilhão de pó de arco-íris cintilante.

      â€” Eu sei.

      Kotaro olhou para o pó girando antes dele desaparecer completamente.

      â€” Às vezes, esse garoto é um enigma — informou ao espaço agora vazio, depois seus olhos se moveram mais para baixo, como se acariciando a pedra. Ele ouviu o som de pés correndo no pavimento, mas na verdade não notou até que alguém o tocou no ombro. Ele literalmente pulou e girou para ver Hoto e Toki curvados com as mãos apoiadas nos joelhos tentando recuperar o fôlego.

      â€” O que tirou o fôlego de vocês dois? — perguntou Kotaro com um sorriso malicioso enquanto recuperava a compostura.

      Hoto acenou com um pedaço de papel na frente dele.

      â€” Para você... da polícia... importante.

      Kotaro pegou o papel.

      â€” Da polícia, hein? Deve ser realmente importante para fazer vocês correrem uma maratona.

      Toki assentiu antes de cair ao seu lado para descansar. Hoto simplesmente afundou em seus joelhos e apoiou a cabeça na grama.

      â€” Vocês são os maiores chorões que já vi - reclamou Kotaro com benevolência.

      â€” Este lado dói — gemeu Toki. — Preciso voltar... para... ar condicionado... escritório.

      Kotaro suspirou resignado e deixou-os assarem sob o sol quente antes de abrir o bilhete. Sua mão fechou, enrugando o papel que acabara de receber da delegacia de polícia, não muito longe do campus. Outra menina desapareceu sem deixar vestígios. Ele havia passado muito tempo investigando os desaparecimentos de muitas meninas, que por fim o levaram à faculdade onde agora era chefe de segurança.

      Seus pensamentos imediatamente se voltaram para sua amada Kyoko. Ele a encontrou novamente e, assim como esperava, Toya não estava longe. Uma coisa que o surpreendeu foi o fato de Toya ter renascido normal, humano, ou assim parecia.

      Ã€s vezes, ele podia sentir o verdadeiro Toya sob a superfície, desconhecendo sua própria existência, mas, até agora, essa parte permanecia adormecida.

      â€” Graças a Deus por pequenos favores. — Kotaro passou uma mão agitada em seus cabelos sacudidos pelo vento.

      Era bom para ele que nenhum deles se lembrasse do passado. Era uma lembrança melhor esquecida. Ele desejou ter o mesmo privilégio de esquecer, mas para ele, a lembrança permaneceu, muitas vezes acordando-o de noite com um suor frio.

      Deixando o parque, ele viu-se parado na calçada de pedra em frente ao campus. Kotaro ergueu os olhos azuis gelo na direção em que Kyoko morava. Ele franziu o cenho quando a preocupação entalhou seus traços e teve o súbito desejo de ver "sua mulher".

      A parte longa de seus cabelos escuros em camadas foi presa para trás em um rabo de cavalo baixo. O resto de seu cabelo, da franja ao topo, ficava em um estado que parecia constantemente esvoaçado pelo vento, dando-lhe a aparência de um menino mau punk, mas isso lhe caía bem. Essa aparência lhe ajudou mais de uma vez nos últimos anos.

      Seu corpo era alto com músculos esbeltos, mas as aparências podiam enganar. Ele não tinha um pingo de gordura de sobra e era mais forte do que cinquenta homens humanos juntos. As únicas pessoas que conheciam sua força inumana eram aquelas que escolheram lhe chatear ou ousaram cruzar seu caminho. E aquelas poucas estavam muito amedrontadas para dizer sequer uma palavra. Ninguém no campus conhecia o lado secreto de Kotaro e ele queria continuar assim.

      Kotaro era responsável pela segurança de todas as pessoas que caminhavam no campus: visitantes, alunos ou membros do corpo docente. As jovens começaram a desaparecer desta área há cerca de um mês, a um ritmo alarmante e, principalmente, da área que cercava os campos da faculdade.

      Um grunhido baixo formou-se profundamente em seu peito enquanto ele inalava os aromas ao seu redor. O ar se contaminou com um cheiro antigo... mal. Ele estava se aproximando daquele que era responsável por mais do que apenas o sumiço das meninas, ele conseguia sentir isso. Deixando esses pensamentos de lado por hora, ele começou a caminhar rapidamente para os apartamentos vizinhos que abrigavam muitos universitários inocentes.

      Ele iria ver Kyoko e se ela o deixasse, seus olhos escureceram atraentemente, ele não sairia de seu lado pelo resto do dia, ou da noite. Ele só esperava que Toya não estivesse com ela novamente hoje. Ele a queria toda para si. Afinal, na verdade ela era sua mulher e aquele "menino" teria que se mancar.

      Seus passos diminuíram um instante com a ironia disso. Ele estava contente por Toya pelo menos ter vida agora. Um sorriso quase divertido apareceu quando ele mentalmente ameaçou aquela vida se Toya não parasse de perseguir Kyoko o tempo todo.

      Só o pensamento dela sentada ao lado dele em seu confortável sofá, comendo pipoca e vendo um filme bobo parecia uma noite perfeita. Eles faziam algo assim pelo menos uma vez por semana e para ele essa era a parte favorita da semana. Ele aproveitava seu tempo ininterrupto com a bela dos cabelos castanhos. Não importava se estavam assistindo um filme ou simplesmente sentados em seu sofá conversando. Ele simplesmente amava a sensação dela estar aconchegada ao seu lado.

      Kotaro sorriu para si mesmo com satisfação enquanto se perguntava como seria estar sempre ao lado dela, dia e noite.

      O sorriso dele desapareceu com seu próximo pensamento. Kyoko ainda não o escolhera ao invés de Toya. Pelo menos, não durante sua vida.

      â€” Algumas coisas nunca mudam. — Ele olhou para cima como se enviasse um silencioso e sarcástico "obrigado por toda a ajuda com isso" para quem estivesse ouvindo. Algo lhe disse que os deuses deveriam ter o mais perturbador senso de humor.

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