A noiva escolhida pelo xeque. Дженни Лукас

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A noiva escolhida pelo xeque - Дженни Лукас Sabrina

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de lado.

      – Tanto que arriscaria tudo com uma tradição bárbara?

      – Com uma tradição bárbara e com o que for preciso – disse o rei, perdendo a paciência. – Não permitirei que Samarqara volte a cair no caos.

      – Mas…

      – Basta. Tomei a minha decisão. Procure vinte mulheres que sejam inteligentes e belas o suficiente para uma delas ser a minha esposa – ordenou-lhe, saindo da sala do trono. – Comece de imediato.

      Como era possível que se tivesse prestado a algo assim?

      Beth Farraday deu uma vista de olhos ao elegante salão de baile da mansão parisiense onde se encontrava. Era um hôtel particulier, um palácio do século XVIII que pertencia ao xeque Omar bin Saab al Maktoun, rei de Samarqara e que, aparentemente, estava avaliado em cem milhões de euros.

      Beth sabia-o pelos criados com quem tinha estado a conversar, as únicas pessoas com quem se sentia à vontade. E não era de estranhar, porque o seu mundo não podia estar mais longe do daquelas elegantes mulheres que estavam ali, com os seus vestidos festivos e os seus impressionantes currículos.

      Até agora, tinha reconhecido a vencedora de um prémio Nobel, outra de um prémio Pulitzer e uma com um Óscar. Também havia uma famosa artista japonesa, uma conhecida empresária de Alemanha, uma desportista profissional do Brasil e a senadora mais jovem de toda a história da Califórnia.

      E depois estava ela, que não era ninguém.

      Mas todas estavam ali pelo mesmo: porque o xeque em questão estava à procura de noiva.

      Nervosa, provou o extraordinário champanhe que lhe tinham servido e voltou a perguntar-se que raio fazia naquela espécie de harém. Não tinham o mesmo estatuto. Não pertencia àquele lugar.

      Beth sabia-o desde o princípio, desde que entraram num avião em Houston para voar para Nova Iorque, onde as esperava um jato privado. Mas não tinha tido escolha. A sua irmã gémea implorara-lhe que a substituísse e não tinha sido capaz de recusar.

      – Por favor, Beth – tinha-lhe ela dito. – Tens de ir.

      – Esperas que me faça passar por ti? Mas tu enlouqueceste?

      – Iria se pudesse, mas acabo de receber o convite, e já sabes que não posso deixar o laboratório. Estou prestes a descobrir algo importante!

      – Estás sempre prestes a descobrir algo importante!

      – Oh, vá lá, tu tens mais jeito para estas coisas – disse a irmã, que era um crânio. – Eu não sei lidar com as pessoas. Não sou como tu.

      – Dizes isso como se fosse uma modelo ou algo assim – ironizou Beth, varrendo o chão da loja onde trabalhava.

      – Só tens de apresentar-te em Paris para que me deem o milhão de dólares que oferecem. Imagina-te o que poderia fazer com esse dinheiro! Faria toda a diferença na minha investigação!

      – Estás sempre pressionar-me com essa utopia de que conseguirás curar milhares de doentes de cancro – protestou ela. – Acreditas mesmo que basta dizeres isso para que eu faça tudo o que tu queres?

      – E não é verdade?

      Beth suspirou.

      – Sim, suponho que sim.

      E era por isso que estava em Paris, com um vestido vermelho que lhe ficava demasiado justo, porque era a única das candidatas que não tinha o tamanho exigido na convocatória. Sentia-se tão mal no vestido como em tudo o resto.

      Ao chegar à capital francesa, tinham-nas levado para um hotel de luxo da avenida Montaigne e, a seguir, para o hôtel particulier, que era como os criados se referiam à mansão. Desde então, não tinha feito outra coisa senão observar as suas belas colegas enquanto falavam uma a uma com um homem de olhos escuros que usava uma túnica. E já se tinham passado várias horas.

      Aparentemente, os empregados do xeque estavam a deixá-la para o final porque não sabiam o que fazer com ela. Era como se tivessem decidido que não encaixava nos gostos do seu chefe.

      No entanto, isso não a incomodava nada, porque ardia de vontade de ser recusada; o que a incomodava era a atitude das outras mulheres, que se mostravam tão submissas quanto sedutoras com aquele homem que apontava para elas com um dedo e lhes fazia um gesto para que se aproximassem dele.

      Por que se comportavam assim? Eram pessoas com sucesso, grandes profissionais. Até tinha reconhecido Sia Lane, uma das atrizes mais famosas do mundo!

      Beth estava ali para fazer um favor à sua irmã e por uma razão menos altruísta: a de aproveitar a viagem para conhecer Paris. Mas por que estariam elas ali? Nem sequer precisavam do dinheiro. Eram tão belas e famosas quanto ricas.

      Além disso, o rei não era nenhuma maravilha. À distância, parecia demasiado magro para ser atraente, e os seus modos deixavam muito a desejar; pelo menos, para alguém do Texas. Na sua terra, qualquer anfitrião decente teria começado por cumprimentar adequadamente as suas convidadas.

      Beth entregou o seu copo vazio a um empregado e abanou a cabeça. Que tipo de homem pedia vinte mulheres como se fossem pizzas? Que tipo de homem podia usar um sistema assim para encontrar esposa?

      Do seu ponto de vista, era um cretino, por muito dinheiro e poder que tivesse. Mas, felizmente, não a achava atraente.

      Ninguém a achava atraente.

      Por isso continuava a ser virgem aos vinte e seis anos.

      Beth lembrou-se subitamente das deprimentes palavras que Wyatt lhe tinha dedicado, o homem que lhe partira o coração. Depois de pedir-lhe desculpa por não sentir nada por ela, acrescentara algo que não conseguia tirar da cabeça: que a achava demasiado vulgar.

      A recordação alterou-a de tal maneira que saiu do salão porque não conseguia respirar. E, momentos depois, deu por si num jardim com o luar como única luz.

      Então, fechou os olhos, respirou fundo e tentou esquecer, repetindo-se que não precisava que ninguém a desejasse. Além disso, estava a ajudar a irmã. Graças a ela, teria dinheiro para a sua investigação. E à tarde, sairia para ir à Torre Eiffel e ao Arco do Triunfo, sentar-se-ia num terraço e tomaria um café e um croissant enquanto o mundo lhe passava ao lado.

      Infelizmente, esse era precisamente o seu problema: o mundo passava-lhe sempre ao lado enquanto ela se limitava a olhar. Mesmo ali, naquela mansão de conto de fadas, rodeada de celebridades.

      Ficava sempre sozinha.

      Mas naquela noite não estava tão sozinha quanto pensava. Soube-o segundos depois, ao ver a silhueta de um homem entre as árvores do jardim.

      Que estaria a fazer? Beth não conseguia ver-lhe a cara, mas distinguiu a elegância dos seus passos e a retitude dos seus ombros, típica do casaco de um fato. E, apesar da escuridão, também reparou que estava chateado, ou talvez deprimido.

      Esquecendo os seus próprios problemas, caminhou para ele e disse:

      – Excusez-moi, monsieur, est-ce que je peux vous aider?

      O

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