O Encontro Entre Dois Mundos. Aldivan Teixeira Torres

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O Encontro Entre Dois Mundos - Aldivan Teixeira Torres

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um novo mundo e só faltava chegar ao seu elo, “O encontro”. Mas ainda tínhamos muito tempo para realizar desafios, evoluir e chegar a este ponto. Não tínhamos nenhuma pressa e sim sede de conhecimento. Uma sede que poderia nos levar a perdição, a loucura ou até mesmo uma desgraça caso não tivéssemos o cuidado adequado.

      O tempo passa um pouco. Alguns passos adiante, ultrapassamos dois terços do trajeto, nos informa Angel. Ele nos dá algumas orientações básicas e anoto num bloquinho a fim de não esquecer.Nele,anoto também alguns pontos principais de nossa experiência que me ajudariam a escrever o terceiro livro da minha série. Depois de escrever, o guardo com carinho na minha mochila, localizada nas minhas costas. Em seguida, continuamos a caminhar sem trégua. Apesar da idade avançada, Angel aumenta um pouco o ritmo e nós o acompanhamos.

      Em dado momento, confiro o horário por curiosidade. Verifico que já estávamos cerca de duas horas a caminhar. Mesmo com o sol escaldante, o suor escorrendo, as dores no joelho e os arranhões resolvemos não parar mais pois o destino nos esperava. Torcíamos que ele nos trouxesse surpresas boas.

      Avançamos cada vez mais .Com mais quarenta minutos de caminhada, uma grande planície, cercada por montanhas belíssimas se apresenta aos nossos olhos. Ficamos estáticos por alguns momentos e Angel faz sinal de que chegamos. Aproximamo-nos mais do centro e ao chegar exatamente no meio, sinto uma pressão espiritual muito intensa. Caio de joelhos e peço socorro. Meus companheiros de aventura gentilmente me apoiam a fim de eu não cair de encontro ao chão. O mestre toca em minha cabeça, profere uma oração silenciosa e eu me acalmo. Ele inicia o diálogo.

      —Seja mais resistente, filho de Deus. Não se deixar levar pelas forças negativas. O importante agora é manter o foco. Não pense mais em nada.

      —Está bem. Mas não seja tão exigente. Lembre-se que estou apenas aprendendo. (Observei)

      —Eu também. Estamos no mesmo barco. (Complementou Renato)

      —Bem,deixe-me explicar um pouco o que seria a co-visão e como desenvolvê-la. Você,Aldivan,como “Vidente dos livros” recebe a maioria das revelações através de visões, que são imagens rápidas e fortes encaminhadas ao cérebro coordenadas pelo seu dom, sua sensibilidade provocada pelo meio externo. Pois bem, a co-visão seria uma visão mais clara, mais forte, o que o levaria a uma profunda reflexão e desenvolvimentos dos seus poderes. Porém, para chegar a este nível você precisará da ajuda duma segunda pessoa, que esteja na sua mesma sintonia, que te conheça bem e que inspire confiança, alguém como Renato—Disse Angel.

      —Como poderia ajudá-lo? (Animou-se Renato)

      —Como seria isso? (Eu)

      —Calma, para os dois. A co-visão não se desenvolve duma hora para outra. Vão ser necessárias três etapas para que consigam ter a primeira experiência. O que deve ser feito agora e sempre é um treinamento de adaptação. Toda vez, que tocar algo, filho de Deus, terás a companhia prazerosa de Renato. (O mestre)

      —Como assim? (Pergunto)

      —Eu explico. A cada experiência de visão breve, chamarás Renato para participar e emitir sua energia espiritual, algo parecido com a liberação dos “Chacras”. (Angel)

      —Tudo bem. Somos uma equipe mesmo, não é? (Eu)

      Eu e Renato nos abraçamos. Agradeço a Deus e a guardiã por tê-lo conhecido na montanha sagrada do Ororubá. Desde então, ele tinha tido uma importância enorme servindo como amigo, confidente e companheiro de aventuras. Batalharíamos juntos nesta nova busca e, com o estímulo adequado, poderíamos sair novamente vencedores. Continuem acompanhando, leitores.

      Depois do abraço, nos afastamos um pouco e nos dirigimos ao mestre a fim de obter mais informações.

      —Qual o próximo passo? (Perguntamos)

      —Colocar em prática o que eu disse. Aproximem-se do centro novamente, fechem os olhos e pensem no futuro. (Angel)

      Mesmo com um pouco de medo e dúvida, obedecemos ao mestre nos aproximando do centro do sítio. Com alguns passos, chegamos ao destino e nos colocamos lado a lado. Angel se aproxima, desenha um círculo ao nosso redor e seguimos suas instruções. No momento que iniciamos o ritual, a pressão espiritual vai aumentando pouco a pouco e parece querer nos explodir. Com muito esforço e luta conseguimos ficar ainda conscientes. É aí que limpamos nossa mente e escutamos claramente o mestre: Fechem os olhos, relaxem, liberem o espírito para voar.

      Quando executamos os dois primeiros itens,a terra treme, os poderes do espaço são abalados, nosso subconsciente é forçado a adormecer, a escuridão nos envolve e dum instante para outro, caímos de encontro ao chão. Adormecermos e então os nossos espíritos são liberados. Já fora dos corpos, ficamos um em frente ao outro. Porém, durante pouco tempo. Fugindo do nosso controle, somos separados por uma linha divisória tipo campo de força, que se coloca entre nós irremediavelmente. Tentamos superar o obstáculo, mas nossos esforços revelam-se inúteis. Separados, somos atacados por forças ocultas e misteriosas do sítio Fundão.Eu, atormentado por visões sem sentido, e Renato, imóvel, é atacado por línguas de fogo que o fazem se comunicar em línguas até então desconhecidas da face da terra. Estávamos, no momento, num beco sem saída.

      Da minha parte, as visões obstruem totalmente meu raciocínio e não deixam de forma alguma eu usar meus poderes de vidente. Vejo nelas raiva,ambição,inveja,crise,despeito e desentendimento. O choque entre as “forças opostas” é contínuo o que provoca também o surgimento da noite escura. Mesmo assim, luto contra estas forças tentando decifrar seus significados.Porém,como estava sozinho, logrei poucos avanços. Já Renato tenta em vão me aconselhar porque não entendo nada do que diz .Com isso, permanecemos durante um bom tempo sem grandes resultados. Mas não podíamos ficar o tempo todo desta forma. Quando estamos perto do limite, uma voz grita:

      —Acabou!

      Então a confusão se desfaz, o campo de força some e num estalo voltamos ao nosso corpo físico. Ao recobrar os sentidos, abrimos os olhos e encaramos o nosso mestre com o semblante transparecendo estar um pouco decepcionado. Mesmo assim, ele se aproxima e nos dá algumas palavras de apoio:

      —Tudo bem. É apenas a primeira tentativa. Poderiam se sair melhor, mas está dentro do esperado. O importante é que tentaram e não desistiram. Aconselho a ter mais sintonia, aproximação, mais calma, usar o conhecimento dos dons já conquistados, reviver na memória experiências espirituais e carnais importantes, se espelhar nos mestres da vida e na vida em si. Acima de tudo, trabalhar em equipe. (O anfitrião)

      —Fomos atacados por forças ocultas muito poderosas que não nos deixaram escolha. Confesso que nunca tinha sentido tanta pressão. É normal? (Indaguei)

      —Eu também. Em dado momento, fiquei tão confuso que nem mesmo eu me entendia. (Renato)

      —Claro, ainda não estão prontos. O que esperavam? Rapadura é doce mas não é mole. Tem muito que aprender ainda até dominar a técnica da co-visão. Mas não temam. Não estou aqui para atrapalhar ou julgar vocês e sim para dar um auxílio, ser como a seta que indica o caminho. (Explanou Angel)

      —Então digo que estamos prontos para aprender. Seremos seus mais humildes discípulos mesmo já tendo conquistado a gruta, feito uma viagem no tempo, resolvido conflitos e injustiças, voltado a montanha, dominado os sete pecados capitais, convivido com piratas, com a rainha dos anjos e entrado no Eldorado, a porta que sela os mundos carnal e espiritual. Sempre há algo a conquistar. Evolução é a palavra-chave. O que fazemos agora?

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