O Regresso. Danilo Clementoni

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O Regresso - Danilo Clementoni

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      O jovem engenheiro foi subitamente consciente da responsabilidade que tinha recebido. Observou as próprias mãos: tremiam ligeiramente. Decidiu ignorá-las. Pediu ajuda a um colega para executar um Check-up diferencial da sonda e cruzou os dedos. Os computadores começaram a realizar sequencialmente todos os controles programados, e alguns minutos mais tarde, em sua tela, apareceram os resultados:

      Check-up completo. Todos os instrumentos estão em funcionamento.

      "Parece tudo em ordem", disse o colega.

      "Então o que aconteceu? Se não descobrirmos dentro dos próximos dois minutos, o chefe vai nos massacrar ", começou fervorosamente a digitar no teclado que estava na frente dele.

      Nada de nada. Funciona tudo perfeitamente.

      Tinha que inventar alguma coisa e rapidamente. Começou a tamborilar os dedos sobre a mesa. Continuou por cerca de dez segundos, em seguida, decidiu apelar para a primeira regra não escrita no manual de conduta no local de trabalho: nunca contradizer o chefe.

      Ele abriu o microfone e disse rapidamente: "Chefe, você estava certo. Foi apenas um pequeno asteróide troiano que desviou a sonda. Felizmente, ele não bateu diretamente, mas é só passou perto. Evidentemente, a massa do asteróide criou uma pequena força gravitacional no nosso Juno, assim, causando a ligeira modificação do curso. Estou mandando os dados" e prendeu a respiração.

      Depois de intermináveis segundos, no auricular veio a voz orgulhosa do chefe "Eu tinha certeza. Rapaz, o instinto do velho lobo nunca erra." E acrescentou: "Preparem para ativar os motores da sonda e corrigir a rota. Não se admitem erros." e fechou a chamada. Um segundo depois reabriu dizendo: "Bom trabalho, rapazes."

      O jovem engenheiro percebeu que o sangue recomeçava a fluir em seu corpo. Seu coração batia tão forte que podia senti-lo batendo em meus ouvidos. No fundo, poderia ser exatamente o que aconteceu. Ele virou seu olhar para o colega e, erguendo o polegar, fez o sinal de ok. O outro respondeu com uma piscadela. Tinha andado tudo bem, pelo menos até agora.

      Nassíria - Depois Do Jantar

      O sistema de registro emitiu um duplo bipe e se reativou. A voz da doutora voltou a ser reproduzida pelo pequeno alto-falante no interior da máquina. "Acho que é hora ir, Jack. Amanhã de manhã eu vou ter que levantar cedo para continuar as escavações."

      "Ok." respondeu o Coronel. "Vou agradecer o chef, e depois podemos ir."

      "Porca miséria", disse o magro. "Por causa sua perdemos a melhor parte."

      "Vamos lá, não fiz de propósito" justificou-se aquele mais gordo. "Podemos sempre dizer que houve um mau funcionamento do sistema e que parte do discurso não fomos capazes de gravar."

      "Sou sempre eu que tenho que cobrir a tua estupidez" disse o outro.

      "Vou me fazer perdoar. Eu já tenho um plano para colocar as mãos sobre o tablet da nossa doutora." Ele colocou o nariz entre o polegar e o indicador, depois disse: "Vamos entrar esta noite em seu quarto e copiar todos os dados sem que ela perceba."

      "E para não acordar ela o que vamos fazer, uma canção de ninar?"

      "Não se preocupe, amigo. Eu tenho alguns truques na manga" e piscou.

      Enquanto isso, no restaurante, Jack e Elisa estavam se preparando para sair. O Coronel ligou o comunicador portátil e contatou a escolta "Nós estamos saindo."

      "Aqui fora é tudo livre, Coronel", respondeu uma voz no fone de ouvido.

      Com um comportamento prudente, o Coronel abriu a porta e com atenção olhou fora. Do lado de fora, em pé ao lado do carro, ainda havia o soldado que tinha acompanhado Elisa.

      "Você pode ir" ordenou o Coronel. "Acompanho eu a doutora."

      O soldado ficou em posição de sentido, saudou e disse algo em seu comunicador, antes de desaparecer na noite.

      "Foi uma noite maravilhosa, Jack." disse Elisa saindo. Respirou profundamente o ar fresco da noite e disse: "Era da muito tempo que não passava uma noite assim. Muito obrigada" e abriu um dos seus maravilhosos sorrisos.

      "Vamos, não é muito seguro ficar ao ar livre nesta área", e assim dizendo, abriu a porta e ajudou a doutora a entrar no carro.

      O grande carro escuro, dirigido pelo Coronel, partiu veloz, deixando para trás uma grande nuvem de poeira.

      "Eu também me diverti muito. Eu nunca pensei que uma noite com uma "doutora pedante" poderia ser tão agradável."

      "Pedante? É assim que me considera?" e virou do outro lado fingindo estar ofendida.

      "Pedante sim, mas também muito simpática, inteligente e muito sexy." Como ela estava olhando para fora, ele aproveitou a oportunidade para acariciar suavemente o cabelo atrás da cabeça.

      O contato causou-lhe uma série de arrepios agradáveis que percorreram a coluna vertebral. Não podia ceder tão cedo. A sua excitação, no entanto, estava crescendo cada vez mais. Decidiu não dizer nada, e aproveitar aquela agradável e pequena massagem. Jack, encorajado com a falta de reação contrária ao seu gesto, continuou acariciando o longo cabelo. De repente, ele começou a deslizar sua mão, primeiro em seu ombro, em seguida, no braço, seguindo mais e mais para baixo, até tocar seus dedos suavemente. Ela sempre virada para a janela, pegou a sua mão e segurou com firmeza. Era uma mão grande e forte. Esse contato lhe dava segurança.

      Não muito longe dali, um outro carro escuro estava seguindo os dois, tentando desvendar algum outro diálogo interessante.

      "Aqueles dez dólares, creio, estão mudando de estrada, meu velho", disse o homem gordo. "Agora a leva no hotel, ela o faz subir para uma bebida e vão nos finalmentes."

      "Reza para não vai acabar assim, ou quero ver como nós vamos copiar os dados do dispositivo."

      "Caralho, não tinha pensado."

      "Você nunca pensa alguma coisa que não tenha a chance de acabar nesse seu estômago sem fundo."

      "Vai, não fique muito longe", disse o gordo, ignorando a provocação. "Não quero perder novamente o sinal."

      Ficaram mão na mão, sem dizer nada. Ambos olhando para fora do pára-brisa. O hotel estava sempre mais perto e Jack se sentia tão desajeitado. Não era a primeira vez que ele saia com uma mulher, mas naquela noite, sentia ressurgir toda a timidez que o havia torturado na sua juventude, e que achava tivesse passada. Esse contato tão prolongado estava paralisando ele. Talvez ele devesse falar alguma coisa para quebrar o silêncio constrangedor, mas temendo que qualquer palavra arruinasse esse momento mágico, decidiu adiar.

      Ele agradeceu a transmissão automática que não obrigava deixar a mão dela para mudar de marcha e continuou a dirigir na noite.

      A Elisa, no entanto, voltavam à mente, um por um, todos os supostos "homens da sua vida." Diferentes

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