Uma Forja de Valentia . Морган Райс

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Uma Forja de Valentia  - Морган Райс Reis e Feiticeiros

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sinos tocavam tão urgentemente.

      Então ele viu os guerreiros a virarem na direção oposta. Ele virou-se, também, e viu: lá, emergindo das florestas, estava um bando de trolls. Estes eram seguidos por mais trolls.

      E mais.

      Ouviu-se um barulho alto, seguido de um rugido e, de repente, centenas de trolls irromperam da floresta, a gritar, a avançar, com as alabardas erguidas, com o sangue nos seus olhos. O seu líder estava à frente, o troll conhecido como Vesúvio, uma besta grotesca que transportava duas alabardas, com o rosto coberto de sangue. Eles estavam a convergir na torre.

      Merk percebeu imediatamente que não se tratava de um ataque normal dos Trolls. Era como se toda a nação de Marda tivesse irrompido. Como é que eles tinham conseguido passar As Chamas? Perguntou a si próprio. Todos tinham claramente vindo aqui à procura da Espada, querendo diminuir as chamas. Irónico, Merk pensou, pois a Espada não estava ali.

      A torre, Merk apercebeu-se, não podia suportar tal ataque. Estava tudo acabado.

      Merk sentiu uma sensação de pavor, preparando-se para a luta final da sua vida, ao ser cercado. Todos ao seu redor, guerreiros apertavam as suas espadas, olhando para baixo em pânico.

      "HOMENS!" Vicor, o comandante da Merk, gritou. "ASSUMIR POSIÇÕES!"

      Os guerreiros tomaram posições ao longo das ameias e Merk juntou-se imediatamente a eles, correndo até a borda, agarrando num arco e numa aljava, como os outros à sua volta, fazendo mira e atirando.

      Merk estava satisfeito por ver uma das suas flechas empalar um troll no peito; no entanto, para sua surpresa, a fera continuou a correr, mesmo com uma seta a perfurar-lhe as costas. Merk disparou contra ele novamente, atirando-lhe uma flecha ao pescoço – e, ainda assim, para sua surpresa, ele continuou a correr. Disparou uma terceira vez, acertando-lhe na cabeça e, desta vez, o troll caiu no chão.

      Merk depressa se apercebeu que aqueles trolls não eram adversários comuns e não seriam derrotados tão facilmente quanto os homens. As hipóteses deles pareciam estreitar-se. Ainda assim, ele disparou uma e outra vez, atirando ao chão tantos trolls quanto conseguia. Choviam também flechas de todos os seus companheiros soldados, escurecendo o céu, fazendo com que os trolls tropeçassem e caíssem, obstruindo o caminho dos outros.

      Mas muitos avançavam. Em pouco tempo alcançaram as grossas paredes da torre, ergueram as alabardas e bateram-nas contra as portas douradas, tentando derrubá-las. Merk podia sentir as vibrações sob os pés, ficando em alerta.

      O ressoar dos metais corria pelo ar, enquanto a nação de trolls batia contra as portas implacavelmente. De alguma forma, Merk ficou aliviado ao ver, as portas aguentaram-se. Mesmo com centenas de trolls a irem contra as portas, como que por magia, estas nem sequer pendiam ou mesmo rachavam.

      "PEDREGULHOS!", gritou Vicor.

      Merk viu os outros soldados a correr para um monte de pedregulhos alinhados ao longo da borda, juntando-se a eles quando todos se aproximaram e içaram um. Juntos, ele e dez outros, conseguiram levantá-lo e empurrá-lo para cima em direção ao topo do muro. Merk, em esforço e a gemer, içou-o com todas as suas forças. Então, finalmente, todos eles empurraram o pedregulho com um grande grito.

      Merk inclinou-se juntamente com os outros e viu o pedregulho a cair, assobiando através do ar.

      Os trolls lá em baixo olharam para cima, mas era tarde demais. O pedregulho esmagou um grupo deles no solo, achatando-os, deixando uma grande cratera na terra junto da parede da torre. Merk ajudava os outros soldados içando pedregulhos sobre a borda em todos os lados da torre, matando centenas de trolls, com a terra a tremer com as explosões.

      No entanto, eles continuavam a aparecer, um fluxo interminável de trolls, irrompendo da floresta. Merk viu que já não tinham pedregulhos; já não tinham setas, também, além de que os trolls não mostravam nenhum sinal de abrandamento.

      Merk, de repente, sentiu algo a zumbir perto do seu ouvido. Virou-se e viu uma lança a passar. Ele olhou para baixo e viu, perplexo, os trolls com lanças, arremessando-as para as ameias. Ele ficou surpreso; ele não tinha noção de que eles tinham força para lançar de tão longe.

      Vesúvio orientava-os. Levantou uma lança dourada e atirando-a alto, em linha reta. Merk viu, em choque, a lança a atingir o topo da torre, não lhe acertando por pouco ao conseguir esquivar-se. Ele ouviu um gemido e viu que os seus companheiros não tinham tido tanta sorte. Vários deles estavam caídos, perfurados por lanças, com sangue a escorrer-lhes pelas bocas.

      Ouviu-se um barulho estrondoso, ainda mais perturbador, e, de repente, saído da floresta vinha um aríete de ferro, transportado numa carroça com rodas de madeira. A multidão de trolls separou-se à medida que o aríete rolava para a frente, liderada pelo Vesúvio, diretamente para a porta.

      "LANÇAS", gritou Vicor.

      Merk correu com os outros para o monte de lanças, sabendo, ao agarrar uma, que esta era a sua última linha de defesa. Ele tinha pensado que iria poupá-las até que os trolls violassem a torre, deixando-lhes uma última linha de defesa, mas, aparentemente, os tempos eram difíceis. Ele agarrou uma, fez mira e lançou-a para baixo, apontando para Vesúvio.

      Mas Vesúvio era mais rápido do que parecia e esquivou-se, no último momento. A lança de Merk atingiu, assim, outro Troll na coxa, fazendo-o cair, retardando a aproximação do aríete. Os seus companheiros soldados atiraram as lanças para baixo, matando os trolls que empurravam o aríete, impedindo o seu avanço.

      No entanto, assim que os trolls caíram, apareceu da floresta mais uma centena, substituindo-os. Rapidamente o aríete começou novamente a rolar para a frente. Mas eles eram demasiados – e eram todos dispensáveis. Esta não era a maneira dos seres humanos lutarem. Esta era uma nação de monstros.

      Merk apanhou outra lança para atirar, ficando consternado por não ver mais nenhuma. Ao mesmo tempo, o aríete chegou às portas da torre, com vários trolls a estender tábuas de madeira sobre as crateras para formar uma ponte.

      "PARA A FRENTE!", gritou Vesúvio lá para baixo, longe, com uma voz grave e rouca.

      O grupo de trolls avançou e empurrou o aríete para a frente. Um momento depois, o aríete esmagou as portas com tanta força que Merk podia sentir a vibração lá em cima. O tremor percorreu-lhe os tornozelos, magoando-o até ao osso.

      Repetiu-se uma e outra vez, abanando a torre, fazendo com que ele e os outros tropeçassem. Ele caiu de mãos e joelhos em cima de um corpo, um companheiro Sentinela, apercebendo-se que ele já estava morto.

      Merk ouviu um zumbido, sentiu uma onda de vento e calor. Olhou para cima, não conseguindo compreender o que via: por cima dele voava um pedregulho de fogo. Explosões soaram à sua volta enquanto flamejantes pedregulhos aterravam no topo da torre. Merk agachou-se, olhou por cima da borda, vendo dezenas de catapultas a serem disparadas a partir de baixo, em direção ao telhado da torre. Em toda a sua volta, os seus homens estavam a morrer.

      Outro pedregulho em chamas caiu perto de Merk, matando dois Sentinelas que estavam ao lado dele, homens de quem ele tinha começado a gostar. À medida que as chamas se espalhavam, ele conseguia senti-las perto das suas próprias costas. Merk olhou em volta, viu quase todos os homens mortos ao redor dele. Ele sabia que não havia mais nada que ele pudesse fazer aqui, exceto esperar a morte.

      Merk sabia que era agora ou nunca. Ele não ia deixar-se ir assim, desta forma, amontoado no topo da torre, esperando a morte. Ele iria para baixo bravamente, sem medo, enfrentando o inimigo com um punhal na mão, cara a cara, matando o

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