A Ascensão dos Dragões . Морган Райс

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A Ascensão dos Dragões  - Морган Райс Reis e Feiticeiros

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isso não aconteceu!" Aidan protesta.

      "E você acha que eles vão acreditar em você?" Acrescenta Braxton.

      Brandon e Braxton dão risadas, e Aidan olha para Kyra, como se quisesse saber o que fazer.

      Ela balança a cabeça.

      "Não desperdice o seu tempo," ela fala para ele. "A verdade sempre prevalece."

      A multidão aumenta à medida que eles atravessam a ponte, e logo eles estão ombro a ombro com as massas, caminhando sobre o fosso. Kyra pode sentir a emoção no ar com o anoitecer, tochas são acesas ao longo da ponte, e a neve se intensifica. Ela olha para cima e seu coração dispara, como sempre, ao ver o enorme portão de pedra de acesso ao forte, guardado por uma dúzia dos homens de seu pai. Na parte superior há lanças de uma grade levadiça, com suas pontas afiadas e barras grossas e fortes o suficiente para impedir a entrada de qualquer inimigo, pronta para ser fechada com o simples tocar de uma buzina. O portão tem nove metros de altura, e no topo há uma ampla plataforma, e ao redor de toda a fortaleza, largas muralhas de pedra repletas de mirantes, sempre mantendo um olhar vigilante. Kyra sempre havia considerado Volis uma bela fortaleza, sentindo orgulho dela. O que lhe dá ainda mais orgulho são os homens em seu interior, os homens de seu pai, muitos dos melhores guerreiros de Escalon, lentamente se reagrupando em Volis depois terem se separado durante a rendição do antigo Rei, atraídos como um ímã para o pai. Mais de uma vez ela havia pedido ao pai que se declarasse o novo rei, como todo o seu povo queria que ele fizesse, mas ele apenas balançava a cabeça, dizendo que aquele não era o seu caminho.

      Ao se aproximarem do portão, uma dúzia dos homens de seu pai saem montados em seus cavalos, e as massas abrem caminho para eles, que se dirigem ao campo de treinamento, uma grande área circular nos campos do lado de fora do forte, cercado por um muro baixo de pedra. Kyra se vira para vê-los partir com o coração acelerado. Os campos de treinamento são seu lugar favorito. Ela costuma ir até lá para vê-los treinar por horas, estudando cada movimento que eles fazem, a forma como eles montam seus cavalos, a maneira como eles sacam as espadas, arremessam lanças e usam flagelos. Aqueles homens cavalgam para treinar apesar da neve que cai e da noite que se aproxima, mesmo na véspera de uma grande gesta, porque querem treinar, querem aprimorar suas habilidades, porque eles preferem passar um tempo no campo de batalha do que dentro de casa banqueteando – exatamente como ela. Aqueles, ela sente, eram seu verdadeiro povo.

      Outro grupo dos homens de seu pai sai pelos portões, e quando Kyra chega perto do portão com seus irmãos, os homens se afastam, assim como as massas, abrindo caminho para Brandon e Braxton quando eles se aproximam com o javali. Eles assobiam em admiração e se reúnem ao redor deles, grandes homens musculosos, mais altos até do que seus irmãos, que não eram baixos, a maioria deles usando barbas salpicadas com cinza, todos eles homens endurecidos, com trinta ou quarenta anos, que já tinham visto muitas batalhas, tendo servido o antigo rei e sofrido a indignidade de sua rendição. Homens que nunca teriam se rendido por conta própria. Aqueles eram homens que já tinham visto de tudo e que não ficavam impressionados com muita coisa – mas eles certamente parecem espantados com o javali.

      "Vocês mataram isso sozinhos, foi?" Pergunta um deles para Brandon, chegando perto e examinando o javali.

      A multidão engrossa e Brandon e Braxton finalmente param, aceitando os elogios e admiração daqueles grandes homens, tentando não demonstrar a dificuldade que estão sentindo para respirar.

      "Sim, senhor!" Braxton grita com orgulho.

      "Um Chifre-Negro," exclama outro guerreiro, chegando mais perto e passando a mão pelas costas do animal. "Não vejo um desses desde que eu era um menino. Ajudei a matar um desses, uma vez, mas eu estava com um grupo de homens – e dois deles perderam alguns dedos."

      "Bem, nós não perdemos nada," Braxton afirma corajosamente. "Só a ponta de uma lança."

      Kyra se irrita quando os homens dão risadas, claramente admirados com o feito, enquanto outro guerreiro, seu líder, Anvin, adianta-se e examina atentamente a criatura. Os homens abrem caminho para ele, dando-lhe espaço em sinal de respeito.

      O comandante de seu pai, Anvin, o favorito de Kyra entre todos os homens, responde apenas ao seu pai, e comanda todos aqueles excelentes guerreiros. Anvin é como um segundo pai para ela, e ela o conhece desde que consegue se lembrar. Ele a ama muito, ela sabe, e sempre cuida dela; mas o mais importante para Kyra, é que ele sempre parece ter tempo para ela, mostrando-lhe técnicas de duelo e armamento quando os outros nunca pareciam se interessar. Ele tinha até mesmo deixado que ela treinasse com seus homens em mais de uma ocasião, e ela tinha saboreado cada segundo da experiência. Ele é o mais forte de todos eles, no entanto também tem um grande coração – para aqueles de quem ele gosta.

      Mas Anvin tem pouca tolerância para a mentira; ele é o tipo de homem que sempre precisa chegar à verdade absoluta de tudo, por mais obscura que ela seja. Ele tem um olhar meticuloso, e quando ele se adianta e examinada o javali de perto, Kyra observa quando ele para e examina os dois ferimentos de flecha. Ele tem um olho para o detalhe, e se alguém é capaz de reconhecer a verdade, essa pessoa é Anvin.

      Anvin examina as duas feridas, inspecionando as pequenas pontas de flecha que ainda estão alojadas, os fragmentos de madeira, onde seus irmãos tinham partido as flechas. Eles as tinham partido próximo da ponta, de modo que ninguém pudesse ver o que realmente tinha derrubado o javali. Mas Anvin não é qualquer um.

      Kyra assiste enquanto Anvin estuda as feridas, vê seus olhos concentrados, e sabe que ele tinha deduzido a verdade em um piscar de olhos. Ele estende a mão, tira a luva, enfia um dedo no olho do bicho, e extrai uma das pontas de flecha. Ele a ergue, ensanguentada, e em seguida, se vira lentamente para seus irmãos com um olhar cético.

      "A ponta de uma lança, não é mesmo?" Ele pergunta em tom de desaprovação.

      Um silêncio tenso cai sobre o grupo quando Brandon e Braxton parecem nervosos pela primeira vez. Eles se contorcem no lugar.

      Anvin olha para Kyra.

      "Ou a ponta de uma flecha?" Ele acrescenta, e Kyra pode ver as rodas girando em sua cabeça, quando ele chega às suas próprias conclusões.

      Anvin caminha até Kyra, pega uma flecha em sua aljava, e a coloca ao lado da ponta de flecha em suas mãos. É uma combinação perfeita, para que todos possam ver. Ele olha para Kyra com orgulho, um olhar significativo, e Kyra sente todos os olhos se voltarem para ela.

      "Esse foi um tiro seu, não foi?" ele pergunta para ela. É mais uma afirmação do que uma pergunta.

      Ela assente com a cabeça.

      "Sim," ela responde sem rodeios, amando Anvin por dar-lhe o reconhecimento e, finalmente, sentindo-se vingada.

      "E foi o tiro que o matou," ele conclui. É uma observação, não uma pergunta, sua voz dura, final, enquanto ainda estuda o javali.

      "Eu não vejo outros ferimentos além destes dois," acrescenta ele, passando a mão ao longo do animal – parando próximo à orelha. Ele a examina e, em seguida, se vira e olha para Brandon e Braxton desdenhosamente. "A menos que você chame esse arranhão de ferimento."

      Ele levanta a orelha do javali, Brandon e Braxton enrubescem, e o grupo de guerreiros cai na gargalhada.

      Outro dos famosos guerreiros de seu pai se adianta – Vidar, amigo próximo de Anvin, um homem baixo e magro com uns trinta anos, de rosto fino com uma cicatriz no nariz. Com seu pequeno porte, ele não parece ser grande coisa, mas Kyra sabe a verdade: Vidar é duro como pedra, famoso

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