Abatidos . Блейк Пирс
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Naquele momento, a história começou a afetar Riley de uma forma que não esperava.
A história de Perséfone parecia-se estranhamente com a própria história de Jilly. No final de contas, era a história de uma rapariga que perdera parte da juventude devido à intrusão de forças mais poderosas do que ela.
Riley sentiu-se a quebrar.
Ela conhecia muito bem o resto da história. Perséfone ganharia de novo a liberdade, mas apenas durante metade de cada ano. Sempre que Perséfone se ia embora, Deméter espalhava o frio e a morte na terra. Quando ela regressava, Deméter dava nova vida à terra e a primavera regressava.
E fora dessa forma que as estações se haviam criado.
Riley apertou a mão de April e sussurrou, “Agora vem a parte triste.”
Riley ficou surpreendida por ouvir April a rir.
“Não tão triste,” Sussurrou April. “A Jilly disse-me que tinham alterado um pouco a história. Vê.”
Riley ficou atenta ao que ali vinha.
Perséfone deu uma pancada na cabeça de Hades com uma urna Grega – na verdade uma almofada disfarçada. Depois saiu do submundo e voltou para junto da sua mãe jubilante.
O rapaz que fazia o papel de Hades trouxe o inverno ao mundo. Ele e Deméter lutaram alternando as estações entre inverno e primavera, indefinidamente.
Riley estava encantada.
Quando a peça terminou, Riley dirigiu-se aos bastidores para dar os parabéns a Jilly. A caminho, encontrou a professora responsável pela peça.
“Adorei o que fez com a historia!” Disse Riley à professora. “Foi tão refrescante ver Perséfone transformar-se de vítima indefesa em heroína independente.”
A professora sorriu.
“Não me agradeça a mim,” Disse ela. “A ideia foi da Jilly.”
Riley foi ter com Jilly e deu-lhe um grande abraço.
“Estou tão orgulhosa!” Disse Riley.
“Obrigada mãe,” Disse Jilly, sorrindo alegremente.
Mãe.
A palavra ecoou em Riley. O significado era mais profundo do que poderia dizer.
*
Mais tarde nessa noite quando estavam todas em casa, Riley finalmente teve que dizer às miúdas que se ia embora. Espreitou pela porta do quarto de Jilly.
Jilly já dormia, exausta da noite bem-sucedida. Riley adorava o aspeto de contentamento que o seu rosto mostrava.
Depois Riley foi ao quarto de April e olhou para ela. April estava sentada na cama a ler um livro.
April olhou para cima e viu a mãe.
“Então mãe,” Disse ela. “O que é que se passa?”
Riley entrou silenciosamente no quarto.
Ela disse, “Isto vai parecer estranho mas… Tenho que me ir embora agora mesmo. Foi-me dado um caso na Califórnia.”
April sorriu.
Ela disse, “Eu e a Jilly adivinhámos que a tua reunião em Quantico era sobre qualquer coisa do género. E depois vimos a mala na tua cama. Até pensámos que te ias embora antes da peça. Geralmente não fazes as malas a não ser que estejas prestes a ir.”
Ela olhou para Riley com um sorriso amplo.
“Mas depois ficaste,” Acrescentou. “Eu sei que adiaste a viagem pela peça. Sabes o quanto isso significa para nós?”
Riley sentiu-se comovida. Encostou-se para a frente e as duas abraçaram-se.
“Então, não faz mal se eu for?” Perguntou Riley.
“Claro que não. A Jilly disse-me que esperava que apanhasses uns maus da fita. Ela tem muito orgulho no que fazes, mãe. E eu também.”
Riley ficou emocionada. Ambas as filhas estavam a crescer tão depressa. E estavam a tornar-se umas jovens extraordinárias.
Riley beijou APril na testa.
“Amo-te querida,” Disse ela.
“Eu também te amo,” Disse April.
“O que é que estás a fazer a pé?” Disse Riley a April. “Desliga a luz e vai dormir. Amanhã é dia de escola.”
April deu uma risadinha e desligou a luz. Riley foi para o seu quarto para pegar na mala.
Já passava da meia-noite e tinha que ir até DC para apanhar um voo comercial a tempo.
Ia ser uma longa noite.
CAPÍTULO SEIS
O lobo estava deitado sobre a barriga no duro solo do deserto.
Era assim que o homem se via a si próprio – um animal a perseguir a sua próxima vítima.
Tinha uma excelente vista de Fort Nash Mowat do seu posto bem situado e o ar noturno era agradável e fresco. Espreitou a vítima daquela noite através da espingarda com visão noturna.
Pensou nas suas vítimas odiadas.
Há três semanas tinha sido Rolsky.
Depois fora Fraser.
E por fim Worthing.
Abatera-os com grande destreza, com tiros na cabeça tão limpos que nem se haviam apercebido do que lhes sucedera.
Naquela noite seria a vez de Barton.
O lobo observou Barton a andar num caminho sem iluminação. Apesar da imagem noturna ser granulosa e monótona, o alvo estava suficientemente visível para poder alcançar o seu objetivo.
Mas ainda não atingiria a presa daquela noite – ainda não.
Ele não estava muito longe. Alguém próximo poderia descobrir a sua localização, apesar de ter colocado um silenciador à sua M110. Ele não iria cometer o erro de amador de subestimar os soldados daquela base.
Seguindo Barton através da mira, o lobo apreciou a sensação de ter a M110 nas mãos. Por aqueles dias o Exército estava a começar a utilizar a Heckler & Kock G28 como espingarda de sniper padrão. Apesar do lobo saber que a G28 era mais leve e mais compacta, ainda assim preferia a M110. Era mais certeira, apesar de ser mais longa e mais difícil de esconder.
Tinha vinte balas, mas apenas tencionava utilizar uma quando chegasse