Escrava, Guerreira e Rainha . Морган Райс

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Escrava, Guerreira e Rainha  - Морган Райс De Coroas e Glória

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uma cor reservada apenas para o rei. À volta da sua têmpora calva estava uma coroa de ouro. As suas bochechas e olhos ainda estavam para baixo apesar de ele estar a sorrir.

      "A multidão cresce indisciplinada", disse ele, com uma voz grave e lenta. Lentamente, ele observou todos os rostos com a autoridade de um rei. "Já é tempo de lhes lembrar quem é o rei e estabelecer regras mais severas. De hoje em diante, vou duplicar os dízimos sobre todos os bens e alimentos."

      Ouviu-se um murmúrio de surpresa, seguido por movimentos de aceno em aprovação.

      "Uma excelente escolha, sua graça", disse um dos seus assessores.

      Thanos não podia acreditar no que ouvia. Duplicar os impostos às pessoas? Tendo-se dado com os plebeus, ele sabia que os impostos exigidos já estavam além do que a maioria dos cidadãos podia pagar. Ele tinha visto mães a chorar a perda dos filhos que tinham morrido de fome. Tão recentemente quanto no dia anterior, ele tinha oferecido comida a uma menina sem-abrigo de quatro anos de idade cujos ossos eram visíveis sob a pele.

      Thanos teve que desviar o olhar para não ter de se manifestar contra aquela insanidade.

      "E, finalmente, a partir de agora, para contrabalançar a revolução clandestina que se está a fomentar, o filho primogénito de cada família vai tornar-se um servo do exército do rei", disse o rei.

      Todos, um após os outros, louvaram a sua decisão sábia do rei.

      Por fim, porém, Thanos sentiu o rei a voltar-se para ele.

      "Thanos”, disse o rei finalmente. "Permaneceste em silêncio. Diz!"

      O silêncio caiu sobre o mirante, e todos puseram os olhos sobre Thanos. Ele levantou-se. Ele sabia que tinha de falar pela miúda escanzelada, pelas mães de luto, pelos que não tinham uma voz e cuja vida parecia não ter importância. Ele precisava de representá-los, porque se não o fizesse, ninguém o faria.

      "Regras mais severas não vão aniquilar a rebelião", disse ele, com o seu coração acelerado. "Só a vai encorajar. Incutir medo nos cidadãos e negar-lhes liberdade apenas os vai obrigar a erguerem-se contra nós e aderir à revolução."

      Algumas pessoas riram-se, enquanto outras falavam entre si. Stephania pegou na mão dele e tentou silenciá-lo, mas ela sacudiu a sua mão.

      "Um rei grandioso usa o amor, assim como o medo, para governar os seus subordinados", disse Thanos.

      O rei lançou à rainha um olhar inquieto. Levantou-se e, em seguida, caminhou até Thanos.

      "Thanos, és um jovem homem corajoso por falares", disse ele, colocando a mão no seu ombro. "No entanto, não foi o teu irmão mais novo assassinado a sangue frio por estas mesmas pessoas, aqueles que se regem a eles próprios, como tu dizes?"

      Thanos ficou irritado. Como se atrevia o seu tio a trazer à tona a morte do seu irmão tão levianamente? Durante anos, Thanos tinha adormecido a sua dor, ficando de luto pelo seu irmão.

      "Aqueles que assassinaram o meu irmão não tinha, comida suficiente para si próprios", disse Thanos. "Um homem desesperado procurará medidas desesperadas."

      "Questionas a sabedoria do rei?", perguntou a rainha.

      Thanos não podia acreditar que mais ninguém se estivesse a insurgir contra aquilo. Será que eles não viam o quão injusto aquilo era? Será que eles não percebiam que aquelas novas leis iriam incendiar a rebelião?

      "Nem por um momento serás capaz de enganar as pessoas para que elas acreditem que não queres o seu sofrimento e não queres aproveitares-te delas", disse Thanos.

      Houve uma inquietação de desaprovação dentro do grupo.

      "Tu falas duras palavras, sobrinho”, disse o rei, olhando-o nos olhos. "Eu quase que acreditaria que tencionas juntar-te à rebelião."

      "Ou talvez ele já seja parte dela?", disse a rainha, erguendo as sobrancelhas.

      "Não sou", Thanos vociferou.

      O ar no mirante ficou mais quente e Thanos percebeu que se não tivesse cuidado, ele poderia ser acusado de traição - um crime punível com a morte sem julgamento.

      Stephania levantou-se, agarrando a mão de Thanos – no entanto, agitado pela sua falta de sentido de oportunidade, ele tirou a sua mão.

      Stephania ficou desolada e olhou para baixo.

      "Talvez com o tempo vejas as fraquezas das tuas crenças", disse o rei a Thanos. "Por enquanto, a nossa decisão vai permanecer e deve ser implementada imediatamente."

      "Bom", disse a rainha com um sorriso repentino. "Agora, vamos passar para o segundo item da nossa agenda. Thanos, sendo tu um jovem homem de dezanove anos, nós, os teus soberanos imperiais, escolhemos uma esposa para ti. Decidimos que tu e Stephania vão casar-se."

      Thanos olhou para Stephania, cujos olhos estavam vidrados com lágrimas, com uma expressão de preocupação. Sentia-se horrorizada. Como é que eles poderiam exigir isso dele?

      "Eu não me posso casar com ela", sussurrou Thanos, com um nó a formar-se na barriga.

      A multidão sussurrou e a rainha levantou-se tão rapidamente que a cadeira caiu para trás com um estrondo.

      "Thanos!", gritou ela, com as mãos ao lado, contraídas. "Como ousas desafiar o rei? Vais casar com Stephania quer queiras quer não."

      Thanos olhou para Stephania que estava triste, com lágrimas a escorrerem-lhe pelo rosto.

      "Sabes que és bom demais para mim?", perguntou ela, com o seu lábio inferior a tremer.

      Ele aproximou-se de Stephania para confortá-la o pouco que podia, mas antes de ele a alcançar, ela correu para fora do mirante, com as mãos a cobrir-lhe o rosto enquanto ela chorava.

      O rei levantou-se, claramente irritado.

      "Nega-la, filho", disse ele, com uma voz subitamente fria e dura, que trovejava através do mirante, "e irás para as masmorras."

      CAPÍTULO CINCO

      Ceres correu desenfreadamente, serpenteando pelas ruas da cidade, até sentir que as suas pernas já não a aguentavam, até os seus pulmões lhe arderem tanto ao ponto de puderem estourar e até ela ter a certeza absoluta que o traficante de escravas nunca a iria encontrar.

      Por fim, ela sucumbiu no chão num beco, entre lixo e ratos, com os braços à volta das suas pernas, com as lágrimas a escorrerem-lhe pelas quentes maçãs do rosto. Com o seu pai longe e a sua mãe a querer vendê-la, ela não tinha ninguém. Se ela ficasse nas ruas e dormisse nos becos, ela acabaria por morrer de fome ou congelar até à morte, quando o inverno chegasse. Talvez isso fosse o melhor.

      Durante horas ela ficou ali sentada a chorar, com os olhos inchados e a sua mente confusa e em desespero. Para onde é que ela iria agora? Como ela iria ganhar dinheiro para sobreviver?

      O dia já ia longo, quando, finalmente, ela resolveu voltar para casa, infiltrar-se na cabana, pegar nas poucas espadas que restavam e vendê-las para o palácio. Afinal, eles estavam à espera dela hoje. Dessa

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