Jeremy (Anjos Caídos #4). L. G. Castillo

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Jeremy (Anjos Caídos #4) - L. G. Castillo

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Ele se apressou para frente.

      — Jeremy, por favor. Diga-me o que está errado. — Ela agarrou seu bíceps, parando-o.

      Ele se encolheu, a dor não era um desconhecido para ele. Sabia como era queimar célula por célula quando esteve no Lago de Fogo, mas nada era tão doloroso quanto o toque dela. O choque correu das pontas de seus dedos diretamente através de seus braços e para seu peito.

      — Eu não posso fazer isso. — Sua voz era um sussurro rouco.

      — Fazer o que?

       Te segurar. Te adorar. Te amar.

      Ele não podia responder a essa pergunta, não do jeito que queria. Ele tinha que ir, mas o toque delicado de sua mão em seu braço o segurou como mil correntes. Mechas de cabelo bateram contra seu lindo rosto, clamando seu coração.

       Olhe para longe.

      Os olhos de safira escureceram quando travaram com os dela. Sua respiração quente bateu contra sua bochecha áspera.

       Afaste-se.

      Ele se aproximou. Seus cílios escuros abaixaram quando seus olhos desceram para os lábios rosados dela.

       Só um beijo. Um abraço.

      Bear latiu.

      Ele parou, chocado com o que quase fez, mas seu coração estava pesado porque não tinha feito. Ele olhou para Bear, agradecido por ela ter visto o que Naomi obviamente não podia ou se recusara a ver.

      — Eu não posso — disse ele, afastando-se de seu alcance.

      — Por favor, Jeremy. Deixe-me te ajudar. Apenas fale comigo, você pode me dizer qualquer coisa. Você é meu…

      — Pare! — Doloridos olhos correram para os dela antes que ela pudesse dizer a palavra que iria matá-lo. — Não me pergunte o que está errado. Você não tem o direito de perguntar.

      No segundo em que sua expressão mudou, ele desejou que pudesse pegar as palavras de volta. A fachada do arcanjo feliz que ele construiu cuidadosamente, estava rachando. Ele não sabia quanto tempo poderia aguentar.

      Então, quando seu rosto se transformou de mágoa para raiva e seus olhos se iluminaram com um fogo azul, ele soube que estava a segundos de puxá-la em seus braços e levá-la até a cama, que estava a apenas alguns passos de distância.

      — Eu tenho todo o direito de perguntar. Eu me preocupo com você. Você é meu irmão...

      — Droga, Naomi! Você não consegue ver o que está fazendo comigo?

      — Estou tentando ajudar você.

      — Você não está ajudando. Eu não posso estar aqui com você assim.

      — Assim como? Me importando com você?

      — Sim! Você não consegue ver que isso me machuca mais do que qualquer outra coisa? Você se importar comigo como uma irmã.

      — O que há de errado com isso?

      — Nada… tudo. Eu sei que deveria ser grato por qualquer pedaço de você que eu possa ter. Ter você como minha irmã deveria ser o suficiente. Ter meu irmão e minha família comigo deveria ser suficiente. Eu quero que seja, mas não é porque eu...

      Ele cerrou os dentes antes de deixar as palavras saírem de seus lábios. Se as deixasse ir, não haveria como voltar atrás.

      — Oh, Jeremy, já falamos sobre isso antes. Eu pensei que você havia concordado.

      — Eu sei. Eu sei. Você acha que esses sentimentos que tenho por você estão na minha cabeça. Mas não estão, Naomi. Estão aqui. — Ele bateu a mão no peito nu. — Está tudo aqui. Tudo por você, porque você é tudo o que posso pensar, tudo o que eu sonho. E eu não deveria pensar em você... não desse jeito. Eu não posso mais fazer isso.

      — O que você está dizendo?

      — Eu preciso ir embora.

      Ela piscou, incrédula. — Você não pode. Vai magoar o Lash. E seus pais? Você não pode simplesmente ir.

      — Não há outra maneira. Gabrielle me concederá licença de longo prazo na Terra se eu precisar, tenho certeza disso. — Ele olhou para o rosto devastado dela e se perguntou quanto tempo ele poderia viver uma vida separada dela e de sua família. — Eu tenho que me afastar por tempo suficiente para que quando voltar, eu possa amar você como uma verdadeira irmã.

      Se isso sequer é possível. Ele engoliu o nó na garganta ao pensar em nunca mais a ver ou a sua família.

      Ele foi até a beirada da janela, colocando as asas perto do corpo, pausou. Virando-se para Naomi, ele se aproximou dela. Sua mão gentilmente acariciou sua bochecha.

      — Diga ao meu irmão que vou sentir falta dele.

      — Não. Diga você mesmo. — Uma lágrima rolou por sua bochecha, molhando seu polegar.

      Ele baixou a mão e balançou a cabeça, afastando-se dela antes de mudar de ideia. — Será melhor para todos nós se não fizer. Por favor, faça isso por mim, Naomi.

      Sem ouvir sua resposta, ele saltou da borda, caindo livre no céu. Quando seu corpo disparou pela montanha, o vento passou, enchendo seus ouvidos com ruído branco e bloqueando os soluços de Naomi. Quando ele estava prestes a bater no chão, abriu suas asas e levantou seu corpo para cima, evitando o chão por apenas alguns metros. Ele foi para o Salão do Julgamento, o único lugar quieto onde poderia ficar sozinho e pensar em como iria convencer Gabrielle a deixá-lo ir.

      5

      Abrindo as pesadas portas de mogno, ele entrou na sala escura. Velas se alinhavam nas paredes. No outro extremo da vasta sala, situada no alto de uma plataforma de três andares, havia uma alta cadeira feita de madeira. A almofada de veludo vermelho brilhante reluzia sob as dezenas de velas que cercavam o Salão do Julgamento. Ele esteve na sala dezenas de vezes com Lash, e às vezes com outros anjos que tinham caído. Ele sempre ficava de lado, observando Michael realizar o julgamento, imaginando como seria se ajoelhar na frente do poderoso arcanjo, vulnerável, pedindo perdão e sendo levado de volta ao céu. Embora ele ignorasse as regras de tempos em tempos, nunca pensara em ir contra a lei celestial ao ponto de ser banido. Por que faria? Ele tinha tudo o que ele precisava ou queria… até agora.

      As chamas cintilaram quando ele caminhou rapidamente para a cadeira de Michael e se ajoelhou diante dela. Sua cabeça caiu em direção ao peito. Ele não precisava mais se perguntar como os outros se sentiam nessa posição, ele sentia em cada parte de seu corpo. Seu peito ficou pesado quando as últimas semanas passaram por sua mente. Lutando contra Lash, desejando a esposa de seu irmão, sonhando com uma vida em que seu irmão não existisse para que pudesse tê-la.

      — Perdoe-me, irmão.

      Sua voz pesada ecoou na câmara silenciosa. Ele lutou tanto para reconquistar a confiança de Lash, não queria perder seu irmão novamente. No entanto, o pensamento de sair e nunca mais ver sua

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