Jeremy (Anjos Caídos #4). L. G. Castillo
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу Jeremy (Anjos Caídos #4) - L. G. Castillo страница 7
Uma brisa fresca passou por sua nuca, seguida por um toque em seu ombro. Ele ficou de pé e girou ao redor.
— Gabrielle! — Por que ela estava aqui? Anjos não entravam na sala a menos que precisassem.
— Eu estava… eu estava... — Ele passou a mão pelo cabelo enquanto examinava a sala, procurando por uma desculpa. — Eu estava procurando por uma vela extra.
Ele pegou uma na prateleira, xingando quando a cera quente espirrou em sua mão. Esfregando a mão, ele olhou para Gabrielle. Seu estômago se contorceu com a expressão em seu rosto. Era o mesmo olhar que Naomi lhe dera... pena.
Naomi lhe contara o que havia acontecido? Ele não conseguia pensar em nenhum outro motivo pelo qual Gabrielle, que sempre era toda focada nos negócios, olharia assim para ele. Que patético. Até o arcanjo mais forte sentia pena dele.
— Ah, droga, desculpe por isso.
Por que ela estava parada ali?
Diga algo. Me repreenda. Me jogue para fora. Qualquer coisa.
— Faz um tempo desde que este corpo teve cera quente sobre ele. — Ele piscou suas covinhas, esperando que ela entendesse a sua insinuação e chutasse sua bunda deplorável para fora da sala.
— Jeremiel. — Ela soltou um suspiro lentamente. Seus cílios escuros se fecharam por um momento, depois se levantaram. Olhos esmeralda suaves o olhavam com ternura. Ela estava com medo de que ele se partisse.
Ele deu um passo para trás, sorrindo com tanta força que seus dentes estalaram.
Vamos, Gabrielle. Me mande parar com isso. Me castigue. Só não olhe para mim assim. Eu não posso aguentar isso de você também.
O silêncio encheu a sala. Seu coração batia em seus ouvidos, o tempo passando enquanto esperava Gabrielle responder.
— Para alguém que é um grande jogador de pôquer, você é um péssimo mentiroso — ela finalmente disse.
— Sim, já me disseram isso antes.
— Eu não queria te incomodar. Se você precisa de alguns momentos sozinho, posso pedir a alguém que fique de guarda na porta para garantir que ninguém entre.
— Não, terminei aqui. — Ele soltou um suspiro. Ela não fez nenhuma pergunta sobre por que estava sozinho, ajoelhado como um dos caídos na frente da cadeira de Michael. Ela era muito educada para isso. Era a única coisa de que ele gostava nela.
Seus lábios se curvaram em um sorriso suave. Se quisesse pedir permissão para ficar na Terra, deveria fazê-lo agora. Ele abriu a boca, mas as palavras ficaram presas na garganta.
— Há algo que você quer me perguntar?
Pergunte a ela, idiota.
Sua boca ficou seca, com medo que tivesse que explicar por que estava pedindo isso. Como um arcanjo, ele não precisava de permissão para ir à Terra, mas para qualquer estadia prolongada, ele precisava obter aprovação dela ou de Michael. Gabrielle era sua melhor tentativa. Ela era rigorosa quando se tratava de seguir a lei dos anjos, e sempre estava comprometida ao seu dever, mas não se intrometia. Na primeira vez que ele fora embora depois da briga com Lash, fora ela quem o mandou ir. De alguma forma, ela sabia que ele precisava ir. E quando ele retornou, ela nunca questionou por onde esteve.
— Eu, uh… — Ele olhou para a vela em sua mão, nervosamente passando-a entre o polegar e o dedo.
Ele não podia fazer isso. Sabia que deveria ir, mas não suportava pensar em deixar Naomi e não vê-la todos os dias. E Lash... sua garganta ficou apertada novamente. Naomi estava certa. Depois de tudo que ele e seu melhor amigo tinham passado, isso iria partir seu coração. Lash finalmente estava feliz, e ele não queria ser aquele que destruiria seu mundo feliz.
— Deixe-me ajudá-lo. — Gabrielle se aproximou e colocou uma mão delicada sobre a dele.
Seus olhos se elevaram e olharam para o rosto deslumbrante. Ele nunca esteve tão perto dela. Ele observou o jeito que o seu vestido creme abraçava suas curvas e o modo como as mechas douradas pendiam como seda fina. Seus olhos eram tão vívidos, um caleidoscópio de amarelo e tons de verde. Ele olhou mais fundo nos olhos dela. Era como se um véu tivesse sido levantado e ele pudesse ver nas profundezas de sua alma. Havia muita força nela... e tristeza.
Lentamente, ele levantou a mão e acariciou sua bochecha. Ela era linda. A mão dele não zumbiu com eletricidade como quando tocava Naomi. Mas havia uma certa paz quando estava com ela. Ela o entendia. Talvez eles estivessem destinados a ficarem juntos, ligados por seu amor não correspondido... dela por Raphael e dele por Naomi.
Eu me pergunto como seria.
6
Não havia nada. Nenhum fogo correndo pelo seu corpo. Nenhuma agitação no seu estômago com a antecipação de algo mais. Era como beijar sua mãe.
— Não é isso que eu quis dizer, Jeremiel. — Ela inclinou a cabeça, afastando-se.
— Me desculpe, eu não sei o que deu em mim. — Ele sentou-se no último degrau da plataforma e abaixou a cabeça sobre as mãos. Ele estava bagunçando de tudo. Era isso que ele poderia esperar a partir de agora, fazer coisas inapropriados nos lugares mais sagrados? Ele beijou Gabrielle, meu Deus do céu!
Ele balançou sua cabeça. Tinha que haver algo que pudesse fazer sobre isso. De alguma forma, Gabrielle conseguiu se manter intacta, e ela vinha fazendo isso há séculos.
Lentamente, ele levantou a cabeça. Ela tinha as respostas, e tinha que dizer a ele o que fazer.
— Como você conseguiu?
— Desculpe?
— Como você conseguiu, vê-lo todos os dias, sabendo que Raphael não…?
Dor atravessou seu rosto adorável. Ele respirou fundo ao ver sua angústia. Durante todos os anos que trabalharam juntos, ele nunca a viu assim. Sua testa franziu enquanto lutava para controlar a expressão do rosto e afastar séculos de dor e saudade. Antes que pudesse pedir desculpas por ter mencionado Raphael, ela ergueu a mão, silenciando-o.
— Você sabe — disse ela.
Ele assentiu.
Ela fechou os olhos por um momento, pensando. Quando ela os abriu, respirou hesitante como se estivesse indecisa sobre fazer uma pergunta para a qual queria desesperadamente uma resposta. Depois de respirar, as palavras se espalharam.
— Alguém mais sabe?
— Acho que não.
Ela acenou levemente, depois se virou e andou de um lado para o outro. Seu vestido ondulando enquanto se movia. Ela torceu as mãos, resmungando: — Eu preciso melhorar, ou todos vão saber.
Ótimo. Ele estava piorando as coisas, não deveria ter mencionado Raphael.