Jeremy (Anjos Caídos #4). L. G. Castillo

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Jeremy (Anjos Caídos #4) - L. G. Castillo

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deveria calar a boca agora. Ele fez uma careta e fechou a boca.

      — Eu não estou preocupada com isso, eu confio em você. Eu pensei... Não importa. — Ela balançou a cabeça como se estivesse eliminando o que quer que estivesse a preocupando e soltou um suspiro lento. — Então, você quer saber como eu faço isso?

      — Sim.

      Ela ficou em silêncio por um momento. Seu belo rosto mudando de desejo para felicidade para dor e, finalmente, para a familiar expressão severa.

      — Você simplesmente... faz.

      — É só isso? Não há mais nada? — Tinha que haver alguma coisa. Ele tentaria qualquer coisa.

      — Não há mais nada. Melhora com o tempo, ou pelo menos é o que ouvi de filósofos humanos. Não tenho certeza se isso se aplica aos anjos. O tempo dos humanos é finito, enquanto para os anjos é…

      — Para sempre — ele gemeu. Recostando-se contra os degraus, ele olhou para o teto abobadado. Sombras da luz das velas dançavam em seu rosto bonito enquanto estudava os intrincados desenhos góticos que cobriam o vasto salão. Era engraçado como os humanos queriam viver para sempre. Se eles soubessem como realmente é viver para sempre.

      O que ele ia fazer?

      — Então a primeira vez que você foi embora não ajudou? — Ela perguntou.

      — Sim… não… Eu não sei. No começo, foi difícil esquecer Naomi. Eu pensava nela todos os dias, e não sabia por que não podia esquecê-la. Saber sobre o nosso passado juntos fez isso...

      Ele parou e virou a cabeça para Gabrielle enquanto ela se sentava no degrau ao lado dele.

      — O que você está fazendo? — Seus olhos se arregalaram quando ele se inclinou para perto, inalando.

      — Esse cheiro. — Ele fechou os olhos, cheirando seu pescoço novamente. Era uma mistura de jasmim e coco.

      — É o hidratante que você me trouxe quando voltou de sua estadia na Terra, lembra?

      — Sim, certo. — Inclinando-se para trás, ele colocou os cotovelos nos degraus, deixando sua mente vagar enquanto se lembrava de seu tempo na ilha jardim, como Kauai era conhecida. Memórias de árvores grandes com flores de jasmim, praias de areia branca e pranchas de surfe percorreram sua mente.

      — Então, seu tempo na ilha... Eu pensei que ficar longe havia ajudado.

      — Sim, ajudou. — Tanto aconteceu desde que ele retornou de Kauai, parecia que tinha sido anos. Na verdade, foram anos, no tempo da Terra.

      — Você parecia ter se divertido enquanto esteve fora.

      Ele olhou para cima. O que ela tinha visto? A maior parte do tempo que passou lá, ele andava deprimido, andando pelas praias até conhecer Sammy e Leilani.

      Ele sorriu, relembrando. Que dupla eram esses dois. Algumas semanas com eles e voltou a se sentir como o seu antigo eu de novo, até…

      Ele engoliu em seco, rapidamente voltando sua atenção para Gabrielle.

      — Você viu?

      — Claro que sim. Eu te dei o máximo de privacidade que pude, mas Michael queria que eu ficasse de olho em seu mais precioso arcanjo. Existem tão poucos de nós. Ele não queria arriscar perder outro. Além disso, eu nunca visitei Kauai. É uma linda ilha.

      — Sim.

      Ela o estudou por um momento, observando a camisa preta casual e jeans. Era tão diferente dos ternos finos sob medida que ele costumava usar. — Você mudou muito desde que foi. Você também fez alguns amigos humanos.

      — Você viu isso.

      E lá vamos nós. Ele esperou por sua reclamação e aviso. Anjos, especialmente o arcanjo da morte, nunca deveriam se aproximar dos humanos. Não fazer amizade com humanos e, acima de tudo, não se apaixonar por eles. Nublava o julgamento e os impedia de cumprir o seu dever. Ele não precisava ser lembrado do que poderia acontecer quando um anjo se aproximava de um humano. Tudo o que ele tinha que fazer era olhar no espelho.

      — Sim, eu vi... alguns momentos. Minha parte favorita era o chiclete. Ela é uma garota adorável. Qual era o nome dela?

      Ele levantou uma sobrancelha, surpreso pela reação dela. Ou estava aliviando mais as regras, ou ele realmente parecia confuso e ela tinha um coração para... como os humanos diziam? ... chutar um homem quando ele já está caído.

      — Leilani. — Quando o nome saiu da sua língua, ele ficou surpreso com a sensação de calor em seu peito. Era como se fosse transportado de volta para Kauai para Leilani e Sammy.

      — Você quer voltar.

      — Eu… — Ele não sabia como responder. Emoções batalhavam dentro dele. Ele deveria ficar com sua família onde era o pobre coitado apaixonado pela esposa de seu irmão e ter que viver com a pena nos olhos de Naomi? Ou ele deveria ir para outro lugar onde era olhado com admiração?

      — Não tenho certeza.

      — Não vejo nenhum motivo para você não ir por um dia ou dois. Todos nós precisamos de uma pausa de vez em quando.

      Ele sabia o porquê. Se ele fosse embora, provavelmente nunca voltaria. Era tentador ir a um lugar onde pudesse esquecer Lash, Naomi, todo mundo. Talvez até esquecer que ele era um arcanjo.

      — Isso é generoso da sua parte. Vou pensar sobre isso. Então me diga, sobre o que você queria me ver?

      Gabrielle tirou um papel do bolso. Ela fez uma pausa, batendo-a contra a palma da mão e depois dobrando. — A tarefa pode esperar. Eu gostaria de saber mais sobre o seu tempo em Kauai.

       Ela está sorrindo.

      Ele franziu a testa. Por que ela estava sorrindo? Gabrielle nunca conversava com ninguém, mesmo com Raphael. Ela era toda séria.

      — Bem, é o paraíso. Foi preciso uma amizade especial para trazer algum sentido a minha cabeça antes que pudesse me divertir.

      — Leilani?

      — Sim, Leilani.

      — Então, foi o surfe ou o seu rosto batendo na areia que melhorou o seu humor? — Seus olhos brilharam.

      — Ugh, eu não posso acreditar que de todo o tempo que eu passei na ilha, esse foi o momento em que você decidiu me espiar.

      — Eu vou ser sincera, eu também precisava de uma boa risada, especialmente depois de você e Lash…

      A sala ficou quieta enquanto se olhavam. Ele não percebeu que a briga com seu irmão a afetou tanto. Claro, foi mais que uma briga. Foi o começo de uma nova vida para ele, uma vida em que seus olhos finalmente se abriram.

      Abaixando a cabeça, ele fechou os olhos e lembrou-se do momento em que sua vida mudou, o instante em que o Arcanjo Raphael revelou que ele era mais do que um mentor e querido amigo, as lembranças momentâneas de um passado muito antigo emergiam dos recessos mais profundos

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