A Dama Das Orquídeas. Barbara Cartland
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Depois de alguns minutos, Minella saíra para preparar um chá e eles ficaram a sós. Quando estava voltando, tinha ouvido Connie dizer:
—Obrigada por sua gentileza, senhor. Se fizer isso por mim, ficarei tão feliz que nem terei palavras para agradecê-lo.
—Existe uma maneira melhor para você se expressar— respondera lorde Heywood com os olhos brilhando.
—Não vai esquecer?— perguntara Connie, ansiosa.
—Nunca esqueço minhas promessas.
Depois de algum tempo, Minella e o pai acompanharam Connie até o portão e ela havia partido, parecendo absurdamente elegante e fora de lugar na pequena e antiquada charrete do reverendo.
Enquanto a observavam se afastar, Minella tivera a certeza de que seu pai, pensava na fina cintura de Connie e em como aquele vestido justo lhe assentava maravilhosamente bem.
—Connie ficou muito bonita, não acha, papai?— comentara, dando o braço para ele.
—Muito bonita!
—Eu sempre ganhei de Connie nas aulas, mas ela me superou em beleza.
De repente o pai havia se virado e fitara-a intensamente, como se nunca a tivesse visto antes.
—Não precisa ter ciúmes das Connies do mundo, minha querida. Você tem o mesmo encanto que eu adorava em sua mãe. É bonita, e além disso, parece uma dama, o que é muito importante.
—Por que, papai?
—Porque eu não a criei para outra coisa!— respondera ele, energicamente.
Minella não havia entendido, mas, como conhecia seu pai muito bem, sabia que ele não queria que fizesse mais perguntas. Mesmo assim, tinha muita curiosidade para saber o que ele haveria prometido a Connie.
Naquele momento, embora sentisse que estava tomando uma atitude bastante errada, abriu a carta e leu:
“Caro lorde das luzes e do riso,
Como serei capaz de agradecer sua atenção? Deu tudo certo, exatamente como o senhor garantiu. Consegui o emprego e também mudei para esse pequeno e confortável apartamento que agora posso manter, graças ao senhor. Sempre o achei maravilhoso, mas nunca tanto como agora, me ajudando quando eu realmente precisava. Espero que algum dia eu tenha condições de retribuir e fazer algo pelo senhor!
Até lá, obrigada!
Obrigada! Obrigada!
Connie.”
Minella releu a carta lentamente. Em seguida, perguntando-se o que seu pai teria feito para deixar Connie tão agradecida, leu o papel pela terceira vez:
“Espero que algum dia eu tenha condições de retribuir e fazer algo pelo senhor!”
Era tarde demais para que Connie fizesse algo por ele, mas e se… e se sua gratidão fosse extensiva a ela?
Podia ser que lhe arranjasse algum emprego que a poupasse de aceitar o único convite que tinha recebido, ir morar com tia Esther.
Minella leu o endereço no topo da carta, mas, como não conhecia Londres, o nome da rua não significou nada para ela, embora sou- besse que ficava em alguma parte de West End.
«Se eu estivesse em Londres, haveria tantas opções de trabalho». pensou. «Poderia cuidar de crianças, até dar aulas para elas ou, talvez, embora mamãe reprovasse, trabalhar numa loja».
Não sabendo se era imaginação sua, Minella achava que as balco- nistas eram müito mal pagas e que tinham de trabalhar muitas horas seguidas.
Talvez isso acontecesse nas grandes lojas, que vendiam produtos baratos e tentavam atrair as massas. Porém, deveria haver lojas de primeira classe, que ficariam satisfeitas em empregar alguém com aparência de dama.
Minella sorriu.
«Tenho certeza de que papai nunca imaginou que essa minha qualidade poderia ser útil comercialmente».
Mas, por que não? Por que não?
Foi até o espelho olhar seu rosto, pensando no quanto Connie estava bonita quando os visitara há quase um ano.
Em seguida, olhou criticamente sua própria imagem. Seu rosto era como o de sua mãe, perfeitamente oval. Os olhos, grandes e expressivos, pareciam dominar o rosto inteiro, chamando atenção de imediato. Minella pensou que talvez eles fossem estranhos, porque eram acinzentados.
«Gostaria de ter olhos azuis como os de Connie», pensou.
Resolveu examinar o nariz pequeno e reto, e a curva dos lábios, concluindo que parecia jovem demais e que, talvez por isso, ninguém lhe desse uma posição de responsabilidade.
Tentou pensar no que faria para parecer mais velha e imaginou que poderia mudar o penteado simples que usava.
A moda era prender os cabelos no alto da cabela e deixá-los cair, ondulados e cacheados. Minella sabia que as garotas costumavam fazer os cachos artificialmente, se martirizando a noite inteira com papelotes.
Ela, entretanto, não precisava disso, pois seu cabelo era natu- ralmente ondulado e formava cachos nas pontas, que chegavam quase à cintura.
Quando estava atarefada ou cavalgando com seu pai, costumava ape- nas escovar os cabelos como sua mãe a ensinara. Depois, fazia um cdque na nuca, prendia-o com firmeza e esquecia dele o resto do dia.
Seus cabelos não eram de um loiro tão vivido quanto os de Connie. Ao contrário, eram pálidos, como os primeiros raios dê sol. Às vezes, pareciam prateados, como se tivessem sido tocàdos pela Lua.
«Posso parecer uma dama, mas muito sem jeito», pensou. «Duvido que alguém em Londres olhe duas vezes para um “rato do campo” como eu!»
Em seguida, como se não suportasse o peso do seu próprio veredito, Minella riu.
Sua risada ressoou pela sala vazia e seu rosto se transformou. Os olhos brilhavam e, embora não percebesse, parecia muito atraente.
Como em seu pai, havia algo de contagiante nela, tão etéreo quanto a névoa que encobre os sonhos, e o brilho longínquo das estrelas no céu.
Sempre tinha tido uma atração especial pelas estrelas porque, certa vez, sua mãe lhe contara como tinha nascido pouco depois da meia-noite de um ano novo.
Naquele momento, seu pai abrira a janela para escutar os sinos da Igreja repicando e pegara-a no colo, para que também os ouvisse.
—Lembro de você e seu pai, querida, recortados contra as estrelas que inundavam o céu e pensei que era muito feliz por ter duas pessoas tão maravilhosas comigo aqui na terra!— dissera lady Heywood, emocionada.
«Tenho que acreditar que nasci com uma estrela da sorte. E que um dia, eu a terei nas mãos, como sonhava em criança. Quando a gente quer de verdade alguma coisa, acaba