A Casa Perfeita. Блейк Пирс

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A Casa Perfeita - Блейк Пирс

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era papelada que ela não tinha intenção de tratar agora. Na parte de baixo da caixa havia uma foto de casamento 8x10 dela e de Kyle.

      Ela olhou para a foto quase sem entender, espantada que a pessoa que teve aquela vida era a que estava sentada aqui agora. Quase uma década atrás, durante seu segundo ano na USC, ela havia começado a namorar Kyle Voss. Eles tinham ido viver juntos logo após a formatura e tinham se casado há três anos.

      Por um longo tempo, as coisas pareceram ótimas. Eles viviam em um apartamento legal não muito longe daqui, no centro de Los Angeles, ou CLA{1}, como era frequentemente chamado. Kyle tinha um bom emprego na área das finanças e Jessie estava fazendo seu mestrado. A vida era confortável. Eles iam a novos restaurantes e frequentavam os bares concorridos. Jessie era feliz e provavelmente poderia ter permanecido assim por muito tempo.

      Mas depois Kyle conseguiu uma promoção no escritório da empresa em Orange County e insistiu que eles mudassem para uma McMansão lá. Jessie consentiu, apesar de sua apreensão. Foi só então que a verdadeira natureza de Kyle foi revelada. Ele havia ficado obcecado em se juntar a um clube secreto que acabou se revelando uma fachada para uma rede de prostituição. Ele havia tido um caso com uma das mulheres de lá. E quando tudo correu mal, ele a matou e tentou incriminar Jessie por isso. Para completar, quando Jessie descobriu o plano, ele tentou matá-la também.

      Mas mesmo agora, enquanto analisava a foto do casamento, não havia indício do que seu marido era capaz de fazer. Ele tinha a aparência de um bonito e amigável futuro mestre do universo. Ela amassou a foto e a jogou na lata de lixo na cozinha. Ela caiu bem no centro, o que lhe deu uma inesperada onda de catarse.

      Cesta! Isso deve significar alguma coisa.

      Havia algo libertador sobre este lugar. Tudo - o novo mobiliário, a falta de lembranças pessoais, até mesmo as medidas de segurança paranoicas - pertencia a ela. Ela havia conseguido um novo começo.

      Ela se esticou, permitindo que seus músculos relaxassem após o longo vôo no avião apertado. Este apartamento era dela - o primeiro lugar em mais de meia dúzia de anos sobre o qual ela podia realmente dizer isso. Ela podia comer pizza no sofá e deixar a caixa por aí sem se preocupar com alguém reclamando. Não que ela fosse do tipo que fizesse isso. Mas a questão era, ela podia o fazer.

      Ao pensar em pizza, Jessie ficou repentinamente faminta. Ela se levantou e checou a geladeira. Não só estava vazia como não estava ligada. Só então ela se lembrou de que a tinha deixado assim, não vendo nenhum motivo para pagar pela eletricidade se ela ia ficar fora por dois meses e meio.

      Ela a ligou e, sentindo-se inquieta, decidiu dar um pulo até o mercado. Então ela teve outra ideia. Tendo em vista que ela não iria começar a trabalhar antes de amanhã e ainda não era tarde, havia outra parada que ela poderia fazer: um lugar - e uma pessoa – que ela sabia que, mais cedo ou mais tarde, teria que visitar.

      Ela tinha conseguido tirar isso da cabeça durante a maior parte do tempo em Quantico, mas ainda havia a questão de Bolton Crutchfield. Ela sabia que deveria deixar aquilo para lá, que ele tinha estado apenas a provocá-la durante o último encontro deles.

      Mas ainda assim ela precisava saber: Crutchfield realmente encontrara uma maneira de se encontrar com o pai dela, Xander Thurman, o Executor de Ozarks? Teria ele encontrado uma maneira de alcançar o assassino de inúmeras pessoas, incluindo o da sua mãe; o homem que a tinha deixado, uma criança de seis anos, amarrada ao lado do corpo para enfrentar a morte certa em uma cabana congelante e isolada?

      Ela estava prestes a descobrir.

      CAPÍTULO TRÊS

      Eliza estava esperando quando Gray chegou em casa naquela noite. Ele chegou a tempo para o jantar, com um olhar no rosto que sugeria que ele sabia o que estava por vir. Uma vez que Millie e Henry estavam sentados ali, comendo seu macarrão com queijo coberto com pedaços de salsichas, nenhum dos pais disse nada sobre a situação.

      Foi só depois que as crianças foram dormir que o assunto surgiu. Eliza estava em pé na cozinha quando Gray entrou, depois de colocá-los para dormir. Ele havia tirado o casaco esportivo, mas ainda usava a gravata meio solta e as calças. Ela suspeitava que era para fazê-lo parecer mais crível.

      Gray não era um homem grande. Com um metro e setenta e cinco e setenta e dois quilos, ele era apenas uns três centímetros mais alto do que ela, embora pesasse uns 13 quilos a mais. Mas ambos sabiam que ele era muito menos imponente em uma camiseta e calça de moletom. Traje de negócios era sua armadura.

      “Antes de dizer qualquer coisa”, ele começou, “por favor, deixe-me tentar explicar.”

      Eliza, que passara a maior parte do dia pensando em como isso poderia ter acontecido, ficou feliz em deixar sua angústia em espera durante um breve momento para permitir que ele se contorcesse enquanto tentava se justificar.

      “Fique à vontade”, disse ela.

      “Primeiro. Sinto muito. Não importa o que mais eu diga, eu quero que você saiba que eu peço desculpas. Eu nunca deveria ter deixado isso acontecer. Foi um momento de fraqueza. Ela me conhece há anos e ela sabia das minhas vulnerabilidades, o que despertaria meu interesse. Eu deveria sido mais esperto, mas eu caí na dela assim mesmo.”

      “O que você está dizendo?”, Eliza perguntou, estupefata tanto quanto ferida. “Que a Penny é uma sedutora que manipulou você para ter um caso com ela? Nós dois sabemos que você é um homem fraco, Gray, mas você está brincando comigo?”

      “Não”, ele disse, escolhendo não responder ao comentário de que ele era ‘fraco’. “Assumo total responsabilidade pelas minhas ações. Eu bebi três copos de whisky sour. Eu olhei para as pernas dela no vestido com a fenda do lado. Mas ela sabe o que mexe comigo. Eu acho que é fruto dessa intimidade que vocês duas têm tido ao longo dos anos. Ela sabia passar a ponta do dedo ao longo do meu antebraço. Ela sabia falar, quase ronronar no meu ouvido esquerdo. Ela provavelmente sabia que você não estava fazendo qualquer uma dessas coisas já há um bom tempo. E ela sabia que você não iria entrar naquela festa porque estava em casa, nocauteada pelas pílulas para dormir que você toma na maioria das noites.”

      Aquilo ficou suspenso no ar por vários segundos enquanto Eliza tentava se recompor. Quando ela teve certeza de que não gritaria, ela respondeu em uma voz chocantemente calma.

      “Você está me culpando por isso? Porque parece que você está dizendo que não consegue ficar com as calças vestidas porque eu tenho problemas para dormir à noite.”

      “Não, eu não quis dizer isso assim”, ele choramingou, não enfrentando o veneno que saía das palavras dela. “É só que você sempre tem problemas para dormir à noite. E você nunca parece assim tão interessada em ficar acordada comigo.”

      “Só para ficar claro, Grayson - você diz que não está me culpando. Mas logo em seguida você diz que estou muito apagada por causa do Valium e não dou atenção suficiente para o garotinho grande, e então por isso você teve que fazer sexo com minha melhor amiga.”

      “Que tipo de melhor amiga ela é para fazer isso?”, Gray botou para fora desesperadamente.

      “Não mude de assunto”, ela disse bruscamente, forçando-se a manter a voz firme, em parte para evitar acordar as crianças, mas principalmente porque isso era a única coisa que a impedia de se descontrolar totalmente. “Ela já está na minha lista. É a sua vez agora.

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