Assassinato na Mansão. Фиона Грейс

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Assassinato na Mansão - Фиона Грейс

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que Lacey era uma perda de tempo — que tipo de cliente de brechó poderia pagar por roupas de uma boutique como esta? — e Lacey estava ansiosa pelo momento em que seria capaz de exibir seu cartão de crédito na cara daquela mulher que a estava julgando.

      "Eu preciso de algo para o trabalho", disse Lacey. "Formal, mas não muito rígido, sabe?"

      A mulher piscou. "E você trabalha com o quê?"

      "Antiguidades".

      "Antiguidades?"

      Lacey assentiu. "Sim. Antiguidades".

      A mulher selecionou algo do cabide. Estava na moda, era meio ousado, com uma pitada de androginia no corte. Lacey o levou para o provador para ver se era seu tamanho. O reflexo que a encarava fez um sorriso irromper em seus lábios. Ela parecia, vamos dizer... descolada. A funcionária da loja, apesar da cara de megera, tinha um gosto impecável e um olho impressionante para valorizar um tipo de corpo.

      Lacey saiu do provador. "É perfeito. Eu vou levar. E mais quatro em cores diferentes".

      As sobrancelhas da vendedora catapultaram para cima. "Como?"

      O celular de Lacey começou a tocar. Ela olhou para a tela e viu o número de Stephen piscando.

      Seu coração deu um pulo. Era isso! A ligação que ela estava esperando! A ligação que determinaria seu futuro!

      "Eu vou levar", Lacey repetiu para a vendedora, de repente, sem fôlego por causa da expectativa. "E mais quatro em qualquer cor que você achar que fique bem em mim".

      A mulher parecia confusa quando se dirigiu para os fundos — para aqueles feios galpões cinzentos de armazenamento, pensou Lacey — para encontrar seus ternos.

      Lacey atendeu o celular. "Stephen?"

      "Oi, Lacey. Estou aqui com Martha. Gostaria de voltar à loja para conversar?"

      Seu tom parecia promissor, e Lacey não pôde deixar de sorrir.

      "Com certeza. Eu estarei lá em cinco minutos".

      A vendedora voltou com os braços carregados com mais ternos. Lacey notou a paleta de cores impecável: nude, preto, azul-marinho e rosa-pó.

      "Você quer experimentá-los?" perguntou ela.

      Lacey balançou a cabeça. Ela estava com pressa agora e mal podia esperar para terminar sua compra e correr para a loja lado. Tanto que ficava olhando por cima do ombro para a saída.

      "Não. Se eles são iguais a este, confio em você que servirão em mim. Pode concluir a compra, por favor?" Ela falou com pressa. Era literalmente audível que sua paciência estava desaparecendo. "Ah, e eu vou levar este também".

      A vendedora parecia não dar a mínima para a forma como Lacey estava tentando apressá-la. Como se quisesse ofendê-la, ela demorou a registrar cada item e dobrá-lo cuidadosamente em papel de seda.

      "Espere!" Lacey exclamou, enquanto a mulher pegava uma sacola de papel para colocar as roupas. "Não posso carregar uma sacola de loja. Vou precisar de uma bolsa. Uma boa". Os olhos dela dispararam para a fila de bolsas em uma prateleira atrás da cabeça da mulher. "Você pode escolher uma que combine bem com os ternos?"

      Pela expressão da vendedora, você seria perdoado por pensar que ela estava lidando com uma louca. Ainda assim, ela se virou, considerou cada uma das bolsas à venda e pegou uma de couro preta grande, com uma fivela dourada.

      "Perfeita", disse Lacey, saltando na ponta dos pés como um corredor esperando o disparo de largada. "Pode registrar".

      A mulher fez o que lhe foi ordenado e começou a encher cuidadosamente a bolsa com os ternos.

      "Então, isso vai dar..."

      "SAPATOS!" Lacey gritou de repente, interrompendo-a. Que cabeça de vento. Foram seus mocassins baratos que a trouxeram para esta loja, em primeiro lugar. "Eu preciso de sapatos!"

      A vendedora parecia ainda menos impressionada. Talvez ela tenha pensado que Lacey estava brincando, e que iria fugir no final daquilo tudo.

      "Nossos sapatos ficam ali", disse ela friamente, fazendo um gesto com o braço.

      Lacey olhou para a pequena seleção de belos saltos-altos que ela usaria na cidade de Nova York, onde considerava os tornozelos doloridos um risco ocupacional. Mas as coisas eram diferentes agora, ela lembrou a si mesma. Não precisava usar calçados que causavam dor.

      Seu olhar caiu sobre um par de brogues pretos. Os sapatos complementariam perfeitamente a qualidade andrógina de suas roupas novas. Ela foi diretamente até eles.

      "Estes", disse ela, colocando-os no balcão em frente à vendedora.

      A mulher nem se deu ao trabalho de perguntar a Lacey se ela queria experimentá-los, então, passou-os pela caixa registradora, tossindo sobre o punho ao ver o preço de quatro dígitos que piscou na tela.

      Lacey pegou o cartão, pagou, calçou os sapatos novos, agradeceu à vendedora e foi rapidamente para a loja vazia ao lado. A esperança cresceu em seu peito por estar a poucos minutos de pegar as chaves de Stephen e se tornar vizinha da vendedora blasé da qual acabara de comprar uma identidade totalmente nova.

      Quando ela entrou, Stephen pareceu não reconhecê-la.

      "Achei que você tinha dito que ela parecia meio desarrumada?" disse, pelo canto da boca, a mulher a seu lado, que devia ser sua esposa Martha. Se ela estava tentando ser discreta, falhou miseravelmente. Lacey pôde ouvir cada palavra.

      Lacey apontou para sua roupa. "Tchan-ran! Eu falei que sabia o que estava fazendo", brincou.

      Martha olhou para Stephen. "Com o que você estava se preocupando, seu velho tolo? Ela é a resposta para nossas orações! Dê a ela o contrato imediatamente!"

      Lacey não podia acreditar. Que sorte. O destino definitivamente interveio.

      Stephen apressadamente tirou alguns documentos de sua bolsa e os colocou no balcão em frente a ela. Ao contrário dos papéis do divórcio que ela encarara com descrença, em um momento de tristeza desencarnada, estes papéis pareciam brilhar com promessas, com oportunidades. Ela pegou sua caneta, a mesma que havia assinado a papelada do divórcio, e se comprometeu, assinando o papel.

      Lacey Doyle. Dona de loja.

      Sua nova vida foi selada.

      CAPÍTULO SEIS

      Com uma vassoura nas mãos, Lacey varria o assoalho da loja que agora orgulhosamente alugava, com o coração quase explodindo de emoção.

      Ela nunca havia se sentido assim antes. Como se estivesse no controle de toda a sua vida, de todo o seu destino e de que o futuro estava em suas mãos. Sua mente corria a mil quilômetros por hora, já formulando alguns planos bem audaciosos. Ela queria transformar a grande sala dos fundos em um espaço para leilões, em homenagem ao sonho que seu pai nunca havia realizado. Ela havia participado de um zilhão de leilões quando trabalhava para Saskia — como compradora, e não como vendedora, ela admitia —, mas estava confiante de que conseguiria aprender

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