A Bíblia Sagrada - Vol. I (Parte 2/2). Johannes Biermanski
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Читать онлайн книгу A Bíblia Sagrada - Vol. I (Parte 2/2) - Johannes Biermanski страница 17
Século após século as advertências que Deus enviou ao mundo por Seus servos foram recebidas com igual incredulidade e descrença. Quando a iniqüidade dos antedliluvianos O moveu a trazer o dilúvio sôbre a Terra, primeiramente Êle lhes fêz saber Seu propósito, para que pudessem ter oportunidade de abandonar seus maus caminhos. Durante cento e vinte anos lhes soou aos ouvidos o aviso para que se arrependessem, não acontecesse manifestar-se a ira de Deus a fim de destruí-los. A mensagem parecialhes, porém, uma história ociosa, e nela não creram. Fazendo-se audaciosos em sua impiedade, caçoavam do mensageiro de Deus, recebiam frivolamente seus apelos e até o acusavam de presunção. Como ousa um homem levantar-se contra todos os grandes da Terra? Se a mensagem de Noé era verdadeira, por que todo o mundo não o viu e creu? A palavra de um homem contra a sabedoria de milhares! Não queriam dar crédito ao aviso, nem buscar refúgio na arca.
Escarnecedores apontavam para as coisas da natureza - a sucessão invariável das estações, o céu azul que nunca havia derramado chuva, os campos verdejantes refrescados pelo brando orvalho da noite - e exclamavam: "Fala êle parábolas?" Desdenhosamente declaravam ser o pregador da justiça um rematado fanático; e continuavam mais àvidamente na busca de prazeres, mais decididos em seus maus caminhos do que nunca dantes. Mas a incredulidade que alimentavam não impediu o acontecimento predito. Deus suportou por muito tempo sua iniqüidade, dando-lhes ampla ocasião para o arrependimento; ao tempo designado, porém, os juízos de YAHWEH caíram sôbre os que haviam rejeitado Sua misericórdia.
O Messias declara que existirá idêntica incredulidade no tocante à Sua segunda vinda. Como os contemporâneos de Noé não o conheceram, "até que veio o dilúvio e os levou a todos, assim será também," nas palavras de nosso Salvador, "a vinda do Filho do homem." S. Mateus 24:39. Quando o professo povo de Deus se estiver unindo com o mundo, vivendo como vivem os do mundo, e com êles gozando de prazeres proibidos; quando o luxo do mundo se tornar o luxo da igreja; quando os sinos para casamentos estiverem a tocar, e todos olharem para o futuro esperando muitos anos de prosperidade temporal, sùbitamente então, como dos céus fulgura o relâmpago, virá o fim de suas resplendentes visões e esperanças ilusórias.
Assim como Deus enviou Seu servo para advertir o mundo do dilúvio a vir, enviou também mensageiros escolhidos para tornar conhecida a proximidade do juízo final. E como os contemporâneos de Noé se riam com escárnio das predições do pregador da justiça, assim, no tempo de Miller, muitos, mesmo dentre o povo professo de Deus, mofavam das palavras de adveradvertência.
E por que foram a doutrina e pregação da segunda vinda do Messias tão mal recebidas pelas igrejas? Ao passo que para os ímpios o advento do Senhor traz miséria e desolação, para os justos está repleto de alegria e esperança. Esta grande verdade tem sido o consôlo dos fiéis de Deus através de todos os séculos. Por que se tornou ela, como seu Autor, "uma pedra de tropêço e rocha de escândalo" a Seu povo professo? Foi nosso Senhor mesmo que prometeu a Seus discípulos: "Se Eu fôr, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo." S. João 14:3. Foi o compassivo Salvador que, antecipando-Se aos sentimentos de solidão e tristeza de Seus seguidores, incumbiu anjos de confortá-los com a certeza de que Êle viria outra vez, em pessoa, assim como fôra para o Céu. Estando os discípulos a olhar atentamente para cima a fim de apanhar o último vislumbre dAquele a quem amavam, sua atenção foi despertada pelas palavras: "Varões galileus, por que estais olhando para o céu? Êsse Yahshua, que dentre vós foi recebido em cima no Céu, há de vir assim como para o céu O vistes ir." Atos 1:11. Pela mensagem do anjo acendeu-se de novo a esperança. Os discípulos "tornaram com grande júbilo para Jerusalém. E estavam sempre no templo, louvando e bendizendo a YAHWEH." S. Lucas 24:52 e 53. Não se regozijavam porque Yahshua dêles Se houvesse separado, e tivessem sido deixados a lutar com as provações e tentações do mundo, mas por causa da certeza dada pelo anjo de que Êle viria outra vez.
A proclamação da vinda do Messias deveria ser agora, como quando fôra feita pelos anjos aos pastôres de Belém, boas-novas de grande alegria. Os que realmente amam ao Salvador saudarão com alegria o anúncio baseado na Palavra de Deus [YAHWEH], de que Aquêle em quem se centralizam as esperanças de vida eterna, vem outra vez, não para ser insultado, desprezado e rejeitado, como se deu no primeiro advento, mas com poder e glória, para remir Seu povo. Os que não amam o Salvador é que não desejam Sua vinda; e não poderá haver prova mais concludente de que as igrejas se afastaram de Deus do que a irritação e animosidade despertada por esta mensagem enviada pelo Céu.
Os que aceitaram a doutrina do advento aperceberam-se da necessidade de arrependimento e humilhação perante Deus. Muitos haviam por longo tempo vacilado entre o Messias e o mundo; agora compreendiam que era tempo de assumir atitude decisiva. "As coisas da eternidade assumiam para êles uma desusada realidade. O Céu se lhes aproximava, e sentiam-se culpados perante Deus." - Bliss. Os cristãos despertaram para nova vida espiritual. Compenetraram-se de que o tempo era breve, de que o que tinham a fazer pelos seus semelhantes deveria fazer-se rapidamente. A Terra retrocedia, a eternidade parecia abrir-se perante êles, e a alma, com tudo que diz respeito à sua felicidade ou miséria eterna, sentia eclipsar-se todo o objetivo mundano. O Espírito de Deus [YAHWEH] repousava sôbre êles conferindo poder aos fervorosos apelos que faziam a seus irmãos e aos pecadores, a fim de se prepararem para o dia de Deus [YAHWEH]. O testemunho silencioso de sua vida diária era constante reprovação aos membros das igrejas, seguidores de formalidades e destituídos de consagração. Êstes não desejavam ser perturbados em sua procura de prazeres, seu desejo de ganho e ambição de honras mundanas. Daí a inimizade e a oposição suscitadas contra a fé no advento e contra os que, a proclamavam.
Como se verificassem irrefutáveis os argumentos baseados nos períodos proféticos, os oponentes se esforçaram por desacoroçoar a investigação dêste assunto, ensinando que as profecias estavam fechadas. Assim seguiram os protestantes nas pegadas dos romanistas. Enquanto a igreja papal privava da Bíblia o povo, (...) as igrejas protestantes alegavam que uma parte importante da Palavra Sagrada - parte que apresentava verdades especialmente aplicáveis ao nosso tempo - não podia ser compreendida.
Ministros e povo declaravam que as profecias de Daniel e do Apocalipse eram mistérios incompreensíveis. O Messias, porém, chamou a atenção de Seus discípulos para as palavras do profeta Daniel, relativas aos acontecimentos a ocorrerem na época dêles, e disse: "Quem lê, entenda." S. Mateus 24:15 (Trad. Bras.). E a asserção de que o Apocalipse é um mistério, que não pode ser compreendido, é contradita pelo próprio título do livro: "Revelação de Yahshua o Messias, a qual YAHWEH Lhe deu, para mostrar a Seus servos as coisas que brevemente devem acontecer. ... Bem-aventurado aquêle que lê, a os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo." [Apocalipse 1:1-3]
Diz o profeta: "Bem-aventurado aquêle que lê" - há os que não querem ler; a bênção não é para êstes. "E os que ouvem" - há alguns, também, que se recusam a ouvir qualquer coisa relativa às profecias; a bênção não é para esta classe. "E guardam as coisas que nela estão escritas" - muitos se recusam a atender às advertências e instruções contidas no Apocalipse; nenhum dêsses pode pretender a bênção prometida. Todos os que ridicularizam os assuntos da profecia, zombando dos símbolos ali solenemente dados, todos os que se recusam a reformar a vida e preparar-se para a vinda do Filho do homem, não serão