Kindred Lies: Sangue E Mentiras. Dawn Brower
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– Estou em uma cidadezinha tranquila chamada North Point, fica em Michigan. – Tentou soar indiferente. Não tinha certeza se estava conseguindo. – Por quê, mãe?
Ignorando completamente a pergunta, Lyoness perguntou:
– Fica nos lagos? Eu amo os Grandes Lagos.
Amethyst queria gritar, mas se segurou. Era melhor permanecer o mais calma possível enquanto lidava com a mãe. Em vez disso, tentou mudar de assunto e perguntar sobre o último interesse amoroso dela.
– E o Saul?
Ela quase podia ver a mãe passando a mão na frente do corpo enquanto respondia:
– Oh, aquele idiota. Terminamos na semana passada. Hora de seguir em frente. Agora, conte-me sobre essa cidadezinha tranquila. Em que lago ela fica?
Deveria ter sabido que a mãe e Saul tinham terminado. Amethyst gostaria de poder dizer que dava para contar todos os namorados da mãe nos dedos de uma mão, mas seria mentira. Não, era capaz de ela precisar de uma calculadora ou algum tipo de software de contabilidade para poder contar todos. Sim, a lista era extensa e impressionante. A mãe e Saul terminaram. A única surpresa era como aquilo tinha acontecido. Era um recorde até mesmo para a mãe.
Suspirando, ela afastou o celular e cobriu a boca para impedir que o grito saísse. Precisou se controlar antes de responder:
– Lago Michigan.
Amethyst ouviu um gritinho animado do outro lado da linha.
– Oh, mas que perfeito. Onde você está ficando? Chego aí amanhã. Podemos sair por aí e passar tempo juntas. Você está trabalhando em uma matéria nova? Tenho certeza de que será tão maravilhosa quanto as outras. Posso te ajudar com a pesquisa. Vai ser tãããão divertido. Mal posso esperar para te ver, meu amor. – A mãe continuou divagando e não deu a Amethyst a chance de interrompê-la. Não que fosse fazer isso. Sua mente desligou assim que a mãe mencionou que se juntaria a ela.
Assim como temia, a mãe queria fazer uma visita. Estava mais para querer deixá-la louca. Não havia como convencê-la a não vir a North Point. A mãe tinha decidido viajar antes de fazer a ligação para Amethyst. Lyoness fazia o que bem queria, quando queria. Tudo o que podia fazer era sorrir e aguentar firme. Antes que desistisse completamente, Amethyst tentou convencer a mãe a ficar na Flórida.
– Eu não sei, mãe. Tem certeza de que quer viajar toda essa distância? Fica bem longe do aeroporto. E mais, você está em Miami. E aí é muito lindo.
– Estou enjoada da Flórida. Preciso mudar de ares. Faz anos que fui ao Michigan. Acho que já é hora de voltar. Qual é o nome da pousada em que você está ficando?
Um desperdício de esforço, como pensara de início. Então, ela rilhou os dentes antes de dizer algo de que poderia se arrepender. Às vezes, a mãe poderia dar tanto trabalho quanto uma criança de dois anos. Assim que ela colocava uma ideia na cabeça, o simples fato de sugerir que ela fizesse algo diferente podia virar uma briga feia. Então, uma Amethyst relutante disse o nome da pousada.
– Trenton-Hill Inn.
Armada com a informação pela qual tinha ligado, Lyoness, sem pensar muito, disse para Amethyst antes de desligar:
– Certo, baby, vejo você amanhã. Beijo, beijo.
Amethyst só olhou para o telefone, perplexa. A mãe tinha desligado na cara dela. Depois de vários minutos, colocou o telefone na bolsa e se virou, caminhando sem rumo em direção à pousada. Parecia que teria que fazer os preparativos para a chegada da mãe no dia seguinte. Deveria avisar Cooper? Isso lhe daria razão para falar com ele. Não tinha certeza se falar com ele seria ou não uma boa ideia, então acabou decidindo que era melhor não falar. Por outro lado, a pousada deveria ser notificada de que teria outro hóspede no quarto dela. A mãe não iria arrumar um quarto para si. Era bem provável que ela estivesse praticamente quebrada, sem nenhum tostão furado. Essa era uma das razões para ela procurar Amethyst logo depois de um rompimento. Os casos da mãe pagavam todas as despesas e assim que o relacionamento acabava, os fundos secavam.
Ela olhou para cima e viu que tinha chegado na pousada. Amethyst entrou. Suspirou e se resignou com a situação. Enviou agradecimentos aos céus por estar em uma grande suíte que contava com um sofá-cama. Enquanto entrava na pousada, notou que Cooper não estava mais atrás do balcão. Uma jovem de cabelo preto e curto e olhos cor de violeta a cumprimentou com um sorriso.
– Oi, eu sou a Olivia. Como posso ajudá-la?
Levou Amethyst um minuto para superar o desapontamento por Cooper não a estar ajudando. Não que ela se importasse, mas não podia deixar de se sentir atraída por ele. Estava ansiosa para ter outra conversa com ele.
– Oh, pensei que Cooper estivesse trabalhando.
Olivia fez que sim sem parar de sorrir.
– Oh, ele está… ou devo dizer, estava. Ele teve uma emergência com o pai e ligou pedindo para eu vir. Você é uma de nossas hóspedes?
– Oh. Desculpa, sim. Sou Amethyst Keane. Estou no quarto treze. Preciso informá-los de que minha mãe, Lyoness Keane se juntará a mim amanhã. Se eu não estiver aqui quando ela chegar, você pode se certificar de que ela receba uma chave para o meu quarto?
– Oh, claro. Deixarei um lembrete no computador. Precisa de mais alguma coisa? – Olivia anotou a informação em um post-it amarelo e o prendeu na tela do computador.
Ela queria muito saber o que estava se passando com Cooper e o pai, então disse de repente:
– O pai do Cooper está bem? Desculpa, sei que a pergunta talvez seja um pouco pessoal. – Não deveria estar se intrometendo nas coisas de Cooper. – Às vezes não consigo refrear a minha curiosidade.
Olivia sacudiu as mãos em um gesto de desdém.
– Oh, tenho certeza de que o Sr. Marchant está bem. Ele se aposentou um ano atrás, quando a mãe de Cooper morreu. Ele mora sozinho em uma casa perto de Ghost Peak. Acho que ele ficou preso no telhado. O vento derrubou a escada ou algo assim. Por sorte, ele estava com o celular no bolso e ligou para Cooper para pedir ajuda.
Ghost Peak… Pico do fantasma? Aquilo parecia interessante, então Amethyst perguntou:
– Oh, que nome fascinante. Por que o lugar se chama Ghost Peak?
– Dizem por aí que foi o lugar onde Easton Hill pediu Marianne Trenton em casamento. Fora essa pousada, reza a lenda que ele assombra aquele lugar todos os anos no dia que a pediu em casamento.
Amethyst podia sentir a animação borbulhando dentro dela. Tinha ouvido algumas histórias de fantasma que falavam da cidade. Aquela era uma das razões para ela ter escolhido aquele lugar para a sessão de viagens. Queria atormentar Olivia para obter mais informações, mas se segurou.
– Nossa, sério? Você acha que o Sr. Marchant me deixaria ir lá?
Olivia fez que sim, concordando.
– Não vejo por que ele não deixaria. Ele adora ter companhia,