Guerreiro Dos Sonhos. Brenda Trim

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Guerreiro Dos Sonhos - Brenda Trim

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de um tempo que só a Deusa sabia, seus orgasmos terminaram e eles desabaram sobre a cama. Ele era pesado e provavelmente a esmagava, mas seu corpo não conseguia se mover. Rolou para o lado, levando-a com ele, com cuidado para não se deitar sobre suas costas em chamas.

      — Isso foi incrível — suspirou ele, enquanto seus dedos traçavam círculos nos braços dela e beijava seu pescoço. Ele olhou para baixo e ficou atordoado, em silêncio. Havia uma cruz celta iridescente atrás da orelha esquerda dela. Não poderia ser…

      — Isso não é real — murmurou ela.

      — O quê? — respondeu ele, bruscamente. Havia sido mais real do que Elsie percebia. Irrevogavelmente real.

      — Sonho… — ela o lembrou. — Isto é um sonho.

      — Para mim, pareceu ser mais real do que qualquer encontro que já tive. — Os poderes de Zander se dissiparam e ele acordou, sentado, em um estado de estupor com as costas apoiadas dolorosamente na sempre-viva.

      Elsie era sua Companheira Predestinada!

      Capítulo Sete

      Elsie dirigiu através dos portões do Cemitério Mt. Pleasant, com Cailyn, para visitar Dalton. Era o aniversário de casamento dos dois, e ela precisava estar perto dele. Naquele dia, era o segundo aniversário que ela passava sem ele, e seu mundo doía. Depois do sonho erótico com Zander na noite anterior, ela ficou atormentada pela culpa. E não importava que não fosse real, ela havia traído Dalton.

      Ela olhou, através do para-brisa, para a bela paisagem. Mt. Pleasant tinha dezoito hectares, e estava localizado no alto de uma colina, no meio do histórico distrito de Queen Anne, em Seattle. É o lar da maior variedade de árvores centenárias em um cemitério da costa oeste. A dispersão de lápides, intercaladas com as árvores, criava uma atmosfera calma e pacífica, embora fosse um lugar cheio de morte.

      Ela estacionou na via perto do túmulo de Dalton. Durante todos aqueles meses, ela havia sido guiada como se por uma mão invisível para aquele local específico. Anjos de pedra encimavam as lápides de mármore. Cada anjo enorme tinha asas negras estendidas e se posicionavam de sentinela na entrada daquele setor específico do cemitério. Ela saiu do carro e esperou pela irmã. Pegou as flores de Cailyn e atravessou o gramado extenso.

      Ela traçou os dedos em uma das belas asas pretas do anjo de Dalton. Arrepios percorreram sua pele. Havia energia contida sob a pedra. Não conseguia explicar ou descrever o que sentia, mas sua irmã concordava. Nenhuma das duas entendia por que certos objetos pareciam diferentes para elas, mas elas aprenderam desde cedo a guardar segredo sobre suas habilidades e experiências estranhas. Ela afastou o pensamento. O anjo de Dalton estava entre esses protetores poderosos.

      — Amo essas lápides. A primeira vez que as vi, elas falaram comigo. Faziam-me lembrar de Dalton e de como ele era. E que, por fim, deu sua vida por aquelas crianças. — Seu abismo negro pulsava dolorosamente no peito. Sentia tanto a falta dele, e tudo havia ficado pior naquele dia, porque ela o havia traído.

      Ela se ajoelhou na grama úmida, sobre o túmulo de Dalton. Pegou as flores e as colocou em seu vaso.

      — Eu amo você, D. Sinto tanto a sua falta. Consegui designar novos detetives para o seu caso. Eles me disseram que Jag fez isso com você e que ele está morto agora… — ela parou e deixou as lágrimas rolarem.

      A irmã se agachou ao seu lado e afastou os fios de cabelo de seu rosto, que haviam escapado do rabo de cavalo, e entregou-lhe um lenço de papel. Ela enxugou os olhos. Cailyn sempre cuidava dela. O que derretia um pouco do gelo de seu coração. Era sua irmã, aquela que ela procurava quando era chamada de “aberração” e provocada na escola. Quando o primeiro namorado de Elsie a largou, elas dividiram um galão de sorvete de chocolate.

      — Sinto muito que você esteja passando por isso. Gostaria de poder aliviar sua dor — murmurou Cailyn.

      Elsie passou o braço em volta de Cailyn e a abraçou com força.

      — Amo você, mana. Obrigada por estar aqui por minha causa.

      — Eu não estaria em nenhum outro lugar. Somos tudo o que temos agora. — Elas ficaram sentadas daquele jeito, uma com um braço em volta da outra, em silêncio, por algum tempo. Seu braço caiu para o lado quando Cailyn se agachou, fazendo barulhos de beijos.

      — Venha aqui, gatinho, gatinho — sussurrou a irmã. Elsie olhou e percebeu um lindo gato branco se aproximando do túmulo de Dalton. O animal era totalmente branco, exceto por uma mancha preta em uma de suas patas dianteiras. Elas riram quando ele rolou e expôs a barriga para chamar atenção.

      Enquanto acariciavam o gato, ela percebeu o que lhe parecia familiar nele.

      — Olhe para os olhos deste gato. A intensa cor verde me lembra os olhos de Orlando. — Pegando o gato, ela acariciou o pelo macio. O gato se enroscou em seu peito, ronronando alto.

      — Esse carinha não tem coleira, fico me perguntando a quem ele pertence. Não parece desnutrido nem nada — especulou Cailyn, enquanto estendia a mão e acariciava a cabeça do gato.

      Ambas examinaram os arredores, procurando o dono dele. Não havia ninguém ali. Era um gato sem lar? Ela nunca havia visto isso no cemitério. Infelizmente, tinha coisas para fazer e não teria tempo de investigar, então ela o colocou no chão com um tapinha final em sua cabeça.

      Ela se levantou e observou o gato correr para um grupo de árvores na periferia dos túmulos. Ela se virou para a irmã e piscou, afastando as lágrimas que brotavam de seus olhos.

      — Por mais que eu não queira que você vá, é melhor levá-la ao aeroporto.

      A irmã enxugou o rosto dela com os polegares.

      — Ei, nada disso. Estarei de volta em alguns meses, para a sua formatura.

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      * * *

      O dia que Zander havia esperado durante toda a sua vida finalmente chegara, mas não lhe trouxe paz. Estava enlouquecendo. Imagens do sonho com Elsie o torturavam implacavelmente.

      Sua conexão com ela crescia a cada minuto, e, através desse vínculo, ele sentia o conflito dela. Ela mudava de humor, de dor e tristeza para culpa e vergonha, e vice-versa, em uma velocidade estonteante. Ele presumiu que Elsie sofria com a paixão que não apenas acolheu, mas que havia instigado no sonho.

      O dia em que descobriu sua Companheira Predestinada era para ser comemorado. Especialmente considerando que havia ocorrido uma maldição sobre acasalamentos no reino por sete séculos.

      Zander havia recebido a maior bênção do reino, mas não haveria festas, nenhum grande anúncio ou celebração. A Deusa não havia abençoado uma única alma com seu Companheiro Predestinado por setecentos e quinze anos. Era uma grande notícia e ele desejava dividi-la com seus súditos e lhes dar a esperança que tanto desejavam. O Destino o estava punindo.

      Ele havia recebido uma humana como companheira e estava honrado, mas também preocupado com a vulnerabilidade e fragilidade dela. E então havia o fato de que sua companheira estava envolvida com um grupo de vigilantes que odiava o que ela acreditava ser a espécie dele. A cereja do bolo era que seus inimigos mataram o marido dela e ela se recusava a sequer cogitar

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