Guerreiro Dos Sonhos. Brenda Trim
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— Preciso tanto de uma mulher que nem chega a ser engraçado. Não fosse pelo hálito escaldante, eu pegaria aquela atraente diabinha do fogo — disse Orlando, chamando a atenção de Zander.
Afastando os pensamentos sobre o que não poderia mudar, Zander examinou a multidão. Procurava Lena, uma de suas poucas parceiras preferidas. Soube que ela estaria ali e, naquela noite, ele precisava aliviar o desejo.
— Você tem medo de um pouco de calor, hein? Não aguenta as chamas? — brincou Rhys.
Orlando jogou um pretzel para Rhys.
— Dane-se, idiota.
Um delicioso perfume de madressilva provocou os sentidos de Zander, levando-o a se lembrar do início daquela noite. Estivera obcecado pela humana nas últimas horas, quando se deu conta de que ela havia sido notícia dezoito meses antes, após o assassinato de seu marido, quando todos os repórteres da área exibiram sua dor.
— Orlando, você se lembra do caso em que um advogado de orfanato foi assassinado há um ano e meio? — perguntou Zander, redirecionando a conversa.
— Hã? Ah, sim. Por quê? O que foi?
— Apenas curioso. Kyran e eu encontramos a viúva hoje à noite — respondeu Zander.
— Ela parece ser uma garota agradável. Não deu problemas para o departamento. Disse alguma coisa?
— Não. Não conversamos com ela. As escaramuças foram responsáveis, não? — Zander queria vingança para a bela mulher. Poderia nunca ser capaz de tê-la, mas faria isso por ela. Havia uma dor antiga nos olhos azuis-claros dela, que ele odiava ver.
— Sim, a magia deles estava por todo o corpo e na cena. Por quê? — perguntou Orlando, com as sobrancelhas franzidas e a boca retorcida. Zander entendeu a confusão de seu guerreiro. Não havia motivo para ele examinar o caso.
— Você localizou os responsáveis? — Zander tomou um gole de uísque enquanto procurava o perfume provocativo.
— Não. Santiago e eu não seguimos com o caso. Não vimos necessidade. Você sabe como é difícil descobrir uma escaramuça específica — disse Orlando, e um vinco marcou a sua testa.
— Quero que vocês dois tomem o caso e descubram o responsável. Abra-o novamente, se necessário — ordenou Zander. Seu guerreiro era esperto o suficiente para não questioná-lo e assentiu. — Bom, agora, alguém viu Lena?
Orlando riu e deu um tapa no ombro dele.
— Não, amo. Tenho estado muito ocupado conversando com você.
Outra onda de aroma de madressilva o alcançou e seu corpo respondeu à fragrância deliciosa, enrijecendo-se dentro de suas calças. E, maldição, se suas presas não saíssem de suas gengivas… Ele passou a língua pelos dentes que haviam se tornado recalcitrantes e ficou surpreso por ter essa reação. Tinha que acontecer, já que ele não fazia sexo há meses.
Ele continuou sua busca por Lena, examinando a grande pista de dança. Numerosas luzes e lasers coloridos saltavam das vigas de aço no teto e caíam sobre o cimento manchado. Não viu o rosto oval da humana entre a multidão de corpos suados que giravam. Examinou os dois balcões. Ela também não estava lá. Ele descansou os braços nas costas das cadeiras ao lado dele e olhou na direção do corredor de salas privadas. Nada.
Ele balançou a cabeça e se lembrou de que precisava procurar Lena, não a humana. Isso não o impedia de abrir os sentidos e a telepatia. Não captou nada vindo da humana no clube. O perfume não viera dela. Sentiu uma decepção profunda por isso. Mas, por quê?
Novas vozes voltaram sua atenção para a mesa. Orlando estava com uma mulher e seus irmãos, Kyran e Bhric, haviam se juntado a eles. Ele não tinha percebido como havia se tornado preocupado. Normalmente, estava ciente de tudo o que acontecia ao seu redor. Não podia ficar tão distraído, não na sua posição. Ele se endireitou na cadeira e se repreendeu por não ser mais vigilante.
— Não, você é um banana. Um grupo inteiro de bruxas não seria capaz de consertar a bagunça que sua escapada com ela criaria. Você arruinaria a pobre garota. Agradeça à Deusa por não dar aos cambions a capacidade que um vampiro tem de apagar as memórias humanas. Você deixaria toda a população feminina humana de Seattle como conchas vazias. Fique bem longe da equipe do meu hospital — retrucou Jace para Rhys.
Zander se perguntou o que havia perdido. Rhys sorriu e jogou o braço sobre as costas da cadeira ao lado dele. O problema estava se formando atrás dos olhos caleidoscópicos do cambion.
— Hmmm… habilidades de vampiro. Ei, Bhric, tenho uma ideia que acho que você vai gostar — propôs Rhys, sentando-se, ereto, demonstrando empolgação em cada movimento.
— Conte-nos. — Bhric sorriu amplamente enquanto se inclinava para frente, cruzando os braços grossos sobre a mesa manchada de tinta. Zander queria bater na nuca de seu irmão por incentivar Rhys. Todos sabiam muito bem.
— É difícil estar com mulheres humanas porque elas percebem diferenças em mim enquanto faço sexo com elas; então, digo, vamos trabalhar em equipe dupla com as humanas e você apaga…
O horror tomou conta dele ao ouvir o que seu guerreiro estava propondo.
— Absolutamente, não! Nenhum vampiro usará seu poder sobre a mente humana para que você possa usá-las. Do jeito como vocês seguem as mulheres, seríamos expostos ao amanhecer. Há muitas mulheres dispostas no reino — interrompeu Zander antes que aquela conversa continuasse.
O problema era que a ideia já estava ali e ele podia dizer que os dois homens pensavam nela. Ele rosnou baixo, em advertência:
— Nem pensem nisso, idiotas. Falo sério. — Ele ponderou a promulgação de uma lei que proibia seus súditos de usarem o controle da mente de tal maneira em seres humanos. Tal abuso de poder era contra suas crenças. O reino e seus seres sobrenaturais eram melhores que isso. Eram protetores, não predadores de seres humanos.
O som do vidro quebrando chamou sua atenção. Ele notou que cada um de seus guerreiros havia entrado no modo de batalha. Do outro lado do bar, um imp, um diabrete, discutia com um demônio do mar. O pequeno e irritante diabrete havia agarrado o talismã transformador do demônio marinho, e agora ele era literalmente um peixe fora d'água, ofegando por ar. As fêmeas começaram a gritar ao ver o peixe grande. Zander balançou a cabeça. Os imps eram diabretes notoriamente maliciosos, mas não prejudicavam ninguém e, felizmente, os demônios do mar eram bem-educados.
Ele se afastou da cena enquanto Bhric começava a resmungar.
— O pequeno idiota estúpido tinha que assustar as fêmeas. Falando em estúpidos, recebemos a confirmação de um novo arquidemônio, irmão? — perguntou Bhric enquanto engolia outra dose.
Zander sustentou o olhar do irmão. Suspeitava, há meses, que havia um novo arquidemônio na cidade. Era de se esperar, depois que eles mataram o último, mas ele tinha a sensação de