Dormindo com o inimigo. Lynne Graham
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Viu que as duas mulheres falavam entre si e não gostou, mas pensou melhor e ficou encantado. Ao chegar à mesa, Jen voltou-se para Lizzie.
– Estive a pensar que… bom, que não sei se é muito boa ideia que fiques em minha casa…
– Disseram-te alguma coisa? – perguntou Lizzie, magoada.
– Olha, sinto muito o que se está a passar, mas tenho de pensar em mim e não quero…
– Que te tratem como a mim? – explodiu Lizzie.
Jen assentiu.
– É melhor que vás para um hotel e que não te exponhas muito. Passa amanhã por casa para levares as tuas coisas. Verás que dentro de uma semana as pessoas já falam de outra coisa – disse Jen dirigindo-se à mesa onde estavam os outros.
Durante uns segundos, Lizzie temeu fraquejar e começar a chorar diante de todos. Preferiu voltar para a pista de dança, onde, pelo menos, não a viam.
Deixou-se levar pela música e pôs-se a dançar. Os seus olhos pousaram sobre o homem que estava na galeria. Era alto, de cabelo escuro e tremendamente atraente.
Todas as mulheres estavam a olhar para ele e ele devia sentir-se como uma criança numa loja de brinquedos. Lizzie apercebeu-se que estava a olhar para ela. Olhou para as suas pernas e continuou a subir até ao peito. Ao chegar ali e ver que era plana e que tinha a cara coberta de sardas, desviou o olhar.
«A história da minha vida», pensou Lizzie.
Sentiu uma imensa vontade de chorar e desejou que aquele homem se aproximasse dela e a tirasse dali.
Envergonhada por ser tão fraca, dirigiu-se para o bar.
De repente, sentiu uma mão sobre a sua.
– Eu convido… – disse-lhe uma voz ao ouvido.
Lizzie voltou-se surpreendida e ficou ainda mais ao comprovar que era o homem da galeria. Era mais do que parecia e tinha uns olhos maravilhosos. Era muito homem, demasiado homem.
Alucinada, viu-o estalar os dedos em direcção a alguém.
– Tenho sardas… – murmurou Lizzie caso ele não tivesse dado conta.
– Adoraria contá-las – sorriu ele.
Lizzie sentiu que aquele sorriso entreva no seu coração maltratado e lhe devolvia a vida.
– Gostas de sardas?
– Amanhã digo-te – respondeu Sebasten.
Capítulo 2
Enquanto Sebasten e Lizzie se aproximavam da mesa que ela tinha partilhado com Jen, os seus guarda-costas afastaram sem contemplações as pessoas que a iam ocupar. Dois empregados apareceram para limpar o chão por onde eles se dirigiam.
Lizzie gaguejou, surpreendida. Seria o director ou o dono do local? Quem mais poderia ser? O sítio estava a abarrotar, mas estavam a servir-lhes as bebidas a toda a velocidade, enquanto os outros clientes esperavam.
Lizzie observou-o a sentar-se. Não conseguia deixar de olhar para ele. Aquele homem era estranhamente espectacular. Tinha umas feições delgadas cor de azeitona, maçãs do rosto marcadas, um nariz grego e a mandíbula quadrada. Uma beleza incrível que decerto estivera sempre ali, até mesmo quando fosse mais velho. Tinha o cabelo preto e ondulado, a testa alta e umas sobrancelhas bem marcadas, além de uns olhos brilhantes que ressaltavam entre umas pestanas longuíssimas. Lizzie sentiu o coração a sair-lhe pelo peito quando lhe voltou a sorrir, mas estava convencida de que havia um engano qualquer. Era impossível que se tivesse fixado nela.
– Chamo-me Sebasten – apresentou-se o homem de forma natural. – Sebasten Contaxis.
Aquele nome não dizia nada a Lizzie, mas assentiu.
– Chamo-me Lizzie. Não és de Londres, pois não?
Sebasten riu-se.
– Não, obviamente não, mas adoro esta cidade. Lizzie? Diminutivo do que eu imagino?
– Sim, é pela minha mãe… a minha família e os meus amigos tratam-me assim – respondeu Lizzie, sentindo um calafrio por todo o corpo. Normalmente, não se fixava em homens assim. Aquele indivíduo exalava perigo.
– Suponho que te terás apercebido de que fomos feitos um para o outro – disse-lhe.
Lizzie teve dificuldade em respirar. Sabia que lhe deveria dizer para a deixar em paz, mas não queria que se fosse embora. Pela primeira vez, sentiu-se verdadeiramente tentada e isso assustou-a.
Sebasten observou surpreendido como ela corava e pensou que, apesar da sua aparência sofisticada, por um momento lhe tinha parecido muito jovem e vulnerável.
– Sorri… – ordenou-lhe, interrogando-se sobre quantos anos teria.
Perante o maravilhoso e tímido sorriso com que o premiou, Sebasten sentiu-se surpreendentemente perdido.
– Acho que esta noite não sou a melhor companhia – desculpou-se ela.
Sebasten levantou-se de repente.
– Vamos dançar…
Enquanto se levantava, Lizzie viu que os amigos sentados na mesa próxima estavam alucinados. Deitou a cabeça para trás, encantada. No final de contas, gostava que a vissem com um homem lindo de morrer e não sozinha.
Tanto como tinham gostado verem-na com Connor? Sentiu uma dor no peito. Connor tinha arrebatado a confiança em si mesma. Pensava que ele era tão honrado e sincero como ela. Como não tentara nada além de a beijar, Lizzie assumira que a queria conhecer melhor antes de passar a coisas mais importantes. Ao pensar nisso, sentiu-se ingénua e tonta. E ao descobrir que ele tinha andado a dormir com a sua madrasta, que era muito mais bonita que ela, tinha ficado completamente destroçada.
Sentiu um braço a agarrá-la e a apertá-la contra o seu corpo, e encontrou-se com a força de Sebasten e a acalorada reacção do seu próprio corpo.
– Quantos anos tens? – perguntou Sebasten, um pouco incomodado pelo olhar distante dos seus olhos. Não estava acostumado que uma mulher não lhe prestasse cem porcento da sua atenção.
– Vinte e dois…
– Estás ocupada? – perguntou Sebasten. Talvez estivesse com um outro homem. Aquilo explicaria o facto de não estar interessada nele.
A pista estava cheia de gente, mas, depois de os olhar nos olhos, Lizzie apenas ouviu o frenético palpitar do seu coração e sentiu o crescente desejo do seu corpo.
– Ocupada?
– Não interessa, vais ser minha – respondeu ele, abraçando-a.
Com