Cativa entre os seus braços. Carol Marinelli
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Um ano depois da morte da mãe, fora acolhida por um casal jovem, mas o casamento acabara e ela voltara para o orfanato. Por um tempo, recebera presentes de aniversário e de Natal, mas isso acabara. Magoara-a, é claro, mas nada comparado com o que acontecera alguns anos depois, quando fora acolhida por outra família. Maggie já não esperava nada, mas Diane, a mãe adotiva, esforçara-se para lhe dar tudo só para voltar a tirar depois friamente.
Maggie esforçava-se para não pensar naquilo. Não contara a ninguém o que acontecera naquele dia horrível, nem sequer a Flo, a melhor amiga.
– Tenho amigos – declarara, esforçando-se para não parecer à defesa e para que Suzanne não percebesse que a magoara.
– É claro que sim. Mas não é o mesmo, pois não?
Maggie não respondera.
Suzanne, com frequência, feria os seus sentimentos sem se aperceber. Maggie tentava ser mais confiante e aberta com as pessoas, mas não lhe saía facilmente. Sentia-se muito consciente de que era um pouco cínica e de que estava sempre de pé atrás, algo que fora útil em alguns dos lugares onde vivera.
Mesmo assim, tentava.
Por isso, em vez de explicar que o comentário a magoara e perguntar a Suzanne onde conseguira o convite, entrara a bordo.
Quando o iate zarpara, tornara-se cada vez mais claro que não iam fazer um passeio ao recife de coral. O que havia no barco era uma festa muito exclusiva e parecia que elas estavam lá como acompanhantes.
Contudo, a menos que quisesse saltar para o mar, já havia pouco que Maggie pudesse fazer. Vestida com um biquíni e um pareo, sentia-se vulnerável. Ao princípio, tentara sorrir e aguentar, mas sentira-se demasiado consciente dos olhos que percorriam o seu corpo e isso fizera-a sentir-se extremamente incomodada e irritada, embora Suzanne não parasse de lhe pedir para relaxar.
Maggie recusara o champanhe gratuito que fluía sem cessar, mas, farta de água e precisando de algo doce por causa daquele sol feroz, pedira um coquetel sem álcool.
Deram-lhe uma bebida com sabor a especiarias e a canela, que lhe soube muito bem, até, quando ia a meio, começar a sentir-se doente e enjoada.
Pensara que podiam ter entendido mal o seu pedido, embora fosse duvidoso, e sentira-se agradecida quando Suzanne a tirara do sol e a levara para um camarote para se deitar.
– Demoraste séculos a voltar – comentou Suzanne, quando já se via a hospedaria. – Vá lá, conta-me. O que é que o príncipe sensual e tu fizeram?
Maggie parou.
– Nada – respondeu. – Como podia saber que estava no camarote real?
– E como é que eu podia saber? – inquiriu Suzanne, com calma. – Foi um erro, garanto-te.
Maggie encolheu os ombros e fez o possível para esquecer o assunto. Embora parecesse que, com Suzanne, tinha de fazer isso com frequência. Mas ficou em silêncio novamente, preferindo acreditar que fora um simples mal-entendido e agradecida por não ter acontecido algo grave. De facto, fora agradável esconder-se durante algumas horas na frescura do camarote, ainda que, ao princípio, fosse estranho ver o príncipe entrar e encontrá-la deitada na sua cama.
Suzanne presumia que acontecera mais alguma coisa.
Não era verdade.
Com ela, nunca acontecia.
Às vezes, questionava-se porque a sua libido era tão baixa, pois nem sequer ver um príncipe sensual com apenas uma toalha ao redor das ancas conseguia excitá-la.
Ao princípio, fora estranho. Desculpara-se, é claro, e tinham acabado por falar.
Não acontecera mais nada.
Quando entrou na hospedaria, Maggie só queria tomar banho, comer alguma coisa e responder a algumas mensagens de correio eletrónico. Paul, o chefe no café em que trabalhara antes de ir de viagem, tinha poucos empregados e pedira-lhe para lhe dizer quando chegaria a casa e se queria o seu antigo emprego.
Também queria enviar uma mensagem à sua amiga Flo que, sem dúvida, se riria ao imaginar Maggie sozinha num quarto com um príncipe sensual e que ambos se tinham limitado a conversar.
Depois disso, só queria ler em paz.
Talvez fosse pedir muito, tendo em conta que se hospedava num quarto de quatro camas na hospedaria, mas Suzanne inscrevera-se para o passeio para ver as estrelas e as outras duas mulheres tinham-se ido embora naquela manhã.
Com sorte, não teriam chegado mais.
– Maggie!
Chamavam-na da receção. A jovem dirigiu-se para lá enquanto Suzanne ia para o quarto.
Tazia, a rececionista, esboçou um sorriso de desculpa.
– Acabámos de saber que o passeio de amanhã para ver as estrelas foi cancelado porque está prevista uma grande tempestade de areia. Posso devolver-te o dinheiro.
– Oh, não! – Maggie suspirou. Tinha muita vontade de fazer aquele passeio.
– Lamento – desculpou-se Tazia, quando lhe devolvia o dinheiro. – O máximo que posso fazer é inscrever-te para segunda-feira, mas até isso dependeria de a tempestade acabar antes.
Maggie abanou a cabeça. O seu voo saía na segunda-feira de manhã, portanto, aquilo não lhe servia.
– E esta noite? – perguntou, embora estivesse muito cansada.
– Está cheio. Falei com mais dois operadores, mas com o tempo tão imprevisível, a maioria já não sai com turistas esta noite.
Era uma grande desilusão e Maggie arrependeu-se de não ter optado por fazer o passeio naquela noite, mas quisera fazê-lo sozinha e não com Suzanne.
– Obrigada na mesma – agradeceu. – Se houver algum cancelamento, avisa-me, por favor.
– Não contaria com isso – replicou Tazia. – És a décima na lista de espera.
Simplesmente, não estava destinado a acontecer.
Maggie foi ao quarto buscar o nécessaire antes de ir para os duches.
– O que é que Tazia queria? – perguntou Suzanne.
– A viagem de amanhã ao deserto foi cancelada. – Maggie suspirou. – Vou tomar banho.
– Enquanto o fazes, emprestas-me o teu telemóvel? Só quero mandar uma mensagem ao Glen.
O telemóvel de Suzanne molhara-se e usava o de Maggie há alguns dias.
– Está bem – acedeu.
O duche não era um luxo, mas, depois de um ano em hospedarias, Maggie estava mais do que habituada. A água era fria e refrescante, portanto,