Refém dos seus beijos. Эбби Грин
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Читать онлайн книгу Refém dos seus beijos - Эбби Грин страница 4
Contudo, Iseult não estava ali naquele momento. Tinha de ser Nessa a ajudar a família.
– Faria tudo porque nos amamos e nos protegemos entre nós.
Barbier ficou calado por um instante.
– Portanto, admites que serias capaz de te tornar cúmplice de um crime.
Ela tremeu. Sentiu-se sozinha até aos ossos. Sabia que podia ligar ao xeque Nadim de Merkazad, o marido de Iseult e um dos homens mais ricos do mundo. De certeza que ele conseguiria tirá-la daquela confusão numa questão de horas. No entanto, Paddy e ela tinham combinado que não diriam nada a Iseult e a Nadim. O casal esperava um bebé em poucas semanas e não queriam causar-lhes nenhuma tensão.
– Não entendes o conceito de família? Não farias o mesmo pela tua? – repreendeu-o ela, erguendo o queixo com um ar desafiante.
Barbier parecia paralisado.
– Não tenho família, portanto, não entendo a ideia, não.
Nessa tremeu por dentro. O que significava que não tinha família? Ela nem sequer conseguia imaginar a solidão dessa situação.
– Se a tua família está tão unida, irei falar com algum deles para que me traga o teu irmão ou o meu dinheiro.
– Isto só tem a ver com o Paddy e comigo – apressou-se a dizer ela.
Barbier arqueou uma sobrancelha.
– Falarei com quem for preciso para recuperar o meu dinheiro e para me certificar de que nada mancha a reputação do meu negócio na imprensa.
Nessa cerrou os punhos, tentando controlar o seu temperamento.
– Olha, sei que não te diz respeito, mas a minha irmã está prestes a ter um bebé. O meu pai está a ajudá-la e o marido e ela não têm nada a ver com isto. Sou totalmente responsável pelo meu irmão.
Luc sentiu uma emoção profunda no peito ao ouvir as suas palavras. Sobretudo, quando lhe era impossível entender o conceito de família, como ela dizia. Como podia, quando o seu pai argelino o abandonara antes de nascer e a mãe instável morrera com uma overdose quando ele tinha dezasseis anos?
O mais parecido que tivera com uma família fora um idoso que vivera na casa do lado… Um homem pobre e solitário que, apesar de tudo, lhe mostrara um caminho para sair do poço.
Luc obrigou-se a bloquear as suas lembranças e a concentrar-se no presente. Chamava-lhe a atenção que aquela jovem ousasse desafiá-lo, mesmo na sua posição delicada. E que não tentasse usar os seus encantos femininos com ele, pois não sabia se conseguira esconder a sua reação com ela. Odiava admiti-lo, mas sentia uma certa admiração por aquela intrusa.
Parecia obcecada com defender o irmão, mesmo quando sabia que podia chamar a polícia e, numa questão de minutos, fazer com que a levassem dali, algemada. Podia fazer com que todo o peso da lei caísse sobre ela, graças à sua equipa eficiente de advogados.
No entanto, a polícia não costumava estar entre as suas soluções para as situações difíceis. Sobrevivera nas ruas de Paris quando era criança e sabia que a vida era um teste de resistência. Também, por experiência própria, aprendera que a polícia nunca estava presente quando era preciso. Por isso, dizer que não confiava neles seria um eufemismo.
Luc gostava de tratar das coisas à sua maneira. Talvez tivesse sido por isso que os rumores o tinham transformado numa espécie de mito.
– E o que fazemos agora? Se estás disposta a tornar-te responsável pelo teu irmão, então, talvez devesses passar-me um cheque no valor de um milhão de euros.
Nessa ficou pálida. Um milhão de euros era mais dinheiro do que alguma vez veria, pensou. A menos que a sua carreira como jóquei descolasse e lhe dessem a oportunidade de montar em corridas importantes.
– Não temos tanto dinheiro – disse ela, com toda a firmeza de que foi capaz.
– Bom, não podemos ir mais longe, então. A coisa está bastante feia. Graças ao que o teu irmão fez, agora, terei de dar outro milhão de euros ao Gio Corretti para que não faça perguntas nem se inquiete por não ter recebido o pagamento.
Nessa sentiu-se enjoada. Não tinha pensado nisso.
– Porque não falas com ele e lhe explicas o que aconteceu?
Barbier riu-se.
– Não acho que seja boa ideia alimentar rumores. As pessoas dirão que invento histórias para não pagar as minhas dívidas.
A cabeça de Nessa dava voltas. Precisava de se sentar.
– Estás bem?
Ela tentou respirar, a sala tornou-se mais pequena. Barbier aproximou-se. Parecia gigantesco. E era a pessoa mais imponente que alguma vez vira.
Era demasiado rico, demasiado bonito, demasiado bem-sucedido. Nessa engoliu em seco.
– Gostaria de poder devolver-te o teu dinheiro agora. Mas não posso. Sei que o meu irmão é inocente, por muito difícil que pareça.
Não conseguira convencer Paddy a voltar para enfrentar Barbier e provar a sua inocência. Esforçando-se, tentou pensar no que podia fazer para compensar as ações de Paddy.
– A única coisa que posso fazer é oferecer os meus serviços enquanto o meu irmão não está cá. Se me tiveres, aceitarás que estou disposta a fazer tudo o que puder para provar que o Paddy não é culpado?
Durante um instante, as palavras de Nessa ficaram a flutuar no ar e ela teve a esperança de ter, finalmente, conseguido fazer com que Barbier a ouvisse. No entanto, ele endireitou-se com uma expressão sombria.
– Devia ter sabido que essa máscara de inocência não podia ser verdadeira – troçou ele, com um olhar de desdém. – Tenho de admitir que teria sido mais fácil se tivesses entrado pela porta principal vestida de uma forma um pouco mais sedutora. Ainda que, de qualquer forma, tenha de te dizer que não és o meu tipo.
Nessa tentou compreender a que se referia. Então, percebeu que interpretara mal o que dissera. Envergonhada, corou de humilhação e raiva.
– Sabes que não me referia a isso.
Ele arqueou uma sobrancelha.
– A que te referias, então?
Ela fez um esforço para manter a calma, apesar de tudo naquele homem a tirar do sério.
– O que queria dizer é que farei tudo o que estiver ao meu alcance para te convencer de que o meu irmão é inocente.
Capítulo 2
Luc ficou a olhar para Nessa O’Sullivan, a digerir as suas palavras.
«Farei tudo o que estiver ao meu alcance para te convencer de que