Malícia de Mulher. Barbara Cartland
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—No que lhe diz respeito, Aléxis, os estábulos estão praticamente vazios, seu pavilhão de caça em Leicestershire está abandonado há três anos, e posso enumerar mais uma dúzia de coisas para as quais você precisa de dinheiro. Certamente que quinhentas mil libras cairiam muito bem em seus bolsos.
—Fala como se eu fosse a tentação personificada.
—O que mais posso dizer para convencê-lo de que é esta sua obrigação, não só por você mesmo, mas também por nós, a família que ama Merlyncourt e que não pode suportar a ideia de Jeremy possuir um palmo sequer daquela terra.
—Tenho que pensar.
—Não há tempo para isso!— gritou a irmã—, Jeremy gaba-se por toda a cidade de Londres que seu noivado está para ser anunciado a qualquer momento.
—Mas sempre existe a possibilidade de o meu encanto falhar. A garota pode estar apaixonada por ele.
—Francamente, Aléxis! Como pode dizer semelhante absurdo! Sabe tão bem como eu que uma garota, qualquer garota, preferirá um Marquês, qualquer um, a Jeremy Rooke. E se seu famoso encanto não conseguir conquistar uma boba e ignorante colegial, então, eu desisto!
Sorriu e acrescentou:
—Afinal, você tem obtido ótimos resultados em corações muito mais experientes!
—Muito mais! Santo Deus, Caroline, pode me imaginar preso a uma colegial? O que vou conversar com ela?
—Para dizer a verdade, acho que ela não é tão criança assim. Passou o último inverno em Rath e estava em Londres por pouco tempo durante a temporada.
—Pelo que vejo, você tem argumento para tudo. Vá, conte o que sabe sobre ela.
—É muito atraente, mas, infelizmente para você, é morena— deu um olhar travesso para o irmão e acrescentou—, sua queda por louras é bem conhecida. Deixe-me ver... será que consigo me recordar de seus amores nos últimos dez anos? Houve Lady Jersy, a Duquesa de Devonshire...
—Chega, Caroline— falou de maneira tão autoritária que a irmã não ousou dizer mais nada—, a moça é morena, o que mais?
—Você com certeza lembra que a Duquesa de Rathlin, a mãe de Lady Mary, era francesa. Por isso é que ela tem cabelos pretos. Acredito que seja uma moça muito interessante. Foi muito bem educada. Sir Joshua teve muito cuidado com isso, e, no fundo, também deve ter herdado um pouco da massa cinzenta do pai. Pode não gostar dele, Aléxis, eu também...
—Parece que esquece que eu nunca o encontrei—interrompeu o Marquês—, nós decidimos... ou você decidiu... quando nosso pai morreu, que não teríamos relações com os Hedley, porque estávamos convencidos de que foram eles que influenciaram papai a tomar certas atitudes com as quais não concordávamos.
—Claro que não esqueci, mas conheci Sir Joshua enquanto papai era vivo. É um homem culto e muito bem parecido. Na realidade, se eu tivesse que escolher, preferia que fosse ele a continuar morando em Dower House, em vez de Jeremy.
—Isso é evidente. Desde que foram morar lá, nunca nos deram problemas, a não ser pelo fato de que Hedley paga salários mais altos e emprega muito mais homens em suas terras do que eu.
—Tudo isso mudará, quando você casar com Lucretia.
—Parece mesmo convencida de que vou concordar com esse plano louco.
A irmã levantou as mãos, num desespero exagerado.
—E existe outra alternativa? Exceto, deixar Jeremy continuar a invadir Merlyncourt!
—Diabos o levem! Nunca concordaria com isso!
—Não há tempo a perder. Tem que procurar a garota imediatamente. De outra forma, não tenha dúvida de que Jeremy vai agarrá-la antes que você possa evitar.
O Marquês apertou os lábios, e a irmã percebeu, com satisfação, que ele não ia permitir que o plano astucioso do primo tivesse sucesso.
Colocou a mão em seu braço, dizendo:
—Aléxis, lamento que tenha que casar com alguém que não ama.
—Sempre estive consciente de que teria que casar algum dia, mas posso lhe garantir, Caroline, que neste momento a ideia me aborrece tremendamente!
CAPÍTULO II
—As respostas afirmativas, chegam aos montes!— disse Elizabeth excitada.
—Todo mundo do condado virá, e será um baile ainda maior do que o que mamãe deu para minha irmã Anne.
—Papai contou que foi maravilhoso— Lucretia sorriu.
—Devemos ter mais de quinhentos convidados. Mas é claro que o Marquês, com a mania de ser superior, não vem.
—O Marquês de Merlyn?
—Seu vizinho!— respondeu Elizabeth—, tive a esperança de que aceitasse o convite, mas já devia imaginar que não se dignaria a comparecer a uma festa como esta.
—Gostaria de saber por quê.
—Se está muito interessada, posso lhe explicar. Mamãe estava ansiosa que ele viesse ao baile de Anne. Acho que pensava que ele poderia ser um ótimo marido para ela. Quando o Marquês recusou o convite, mamãe pediu a meu irmão Henry para falar com ele no clube.
—E o que ele respondeu?— perguntou Lucretia, com curiosidade.
—Ele respondeu: “Meu caro Henry, se há alguma coisa que me aborrece são cavalos mal-amansados, vinhos verdes e garotas imaturas!”.
Lucretia riu.
—Garanto que seu irmão não conseguiu dizer mais nada, depois disso.
—Nada. E mamãe ficou furiosa. Afinal, papai é o Governador do Condado, e pensamos que o Marquês podia ser gentil, pelo menos uma vez.
—Mas sua mãe foi bastante magnânima para convidá-lo pela segunda vez— comentou Lucretia.
—Ela simplesmente espera que eu tenha uma oportunidade! Pobre mamãe! Sempre foi muito otimista!
—E por que não? Afinal, Elizabeth, você é muito bonita.
—Mas definidamente imatura— respondeu a outra, torcendo o nariz—, além disso, não era o que eu queria. Garanto-lhe que não tenho o menor desejo de casar com esse Marquês aborrecido. Pode imaginar coisa pior do que ter um marido que está sempre com um ar enjoado?
Elizabeth fez uma pausa e continuou, pensativa:
—De qualquer modo, ele vai ter que casar algum dia. Senão, aquele odioso Jeremy Rooke herdará Merlyncourt!
Mal acabou de falar, Elizabeth tapou a boca com a mão.
—Oh, desculpe, esqueci que