Batalha de amor - Uma dama para o cavaleiro. Margaret Moore
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– Gabriella... eu lamento o que aconteceu no solário, com o capataz e os outros homens.
Ela virou-se novamente e surpreendeu-se ao detectar ternura nos olhos azuis, normalmente frios. Desejou que ele a mandasse embora do quarto; ou que ele saísse; ou que Josephine entrasse. Qualquer coisa era preferível do que ficar sozinha com ele, consciente do torpor que lhe roubava a flexibilidade dos membros, do ritmo acelerado do seu coração, do inegável desejo que florescia dentro do seu ser.
– Não é fácil perder a inocência... a ingenuidade – prosseguiu Etienne. – Mas, infelizmente, o mundo é um lugar ingrato, e todos temos de aprender a lição. Estamos sozinhos no mundo, Gabriella, e não podemos contar com a ajuda de ninguém.
– Eu... tenho o meu irmão! – protestou Gabriella, debilmente.
– Que não aparece, e não pode ser encontrado. E todos aqueles camponeses, que tu tanto relutas em abandonar, não te ajudarão.
– Eles ajudar-me-iam! Se eu estivesse realmente em perigo, eles...
– Salvariam a própria pele, primeiro. O mundo é assim, Gabriella, e tu precisas de saber disso.
Ela balançou a cabeça.
– Eu não acredito.
– Então, terás muitas decepções na vida – A voz do barão não passava de um sussurro. – Eu poupar-te-ia desse sofrimento, Gabriella. Eu ajudar-te-ia...
Subitamente, Gabriella visualizou-se a si mesma nos braços de Etienne DeGuerre, a beijá-lo, a acariciá-lo e a ser acariciada. Deitada na cama com ele, a fazer amor... no lugar de Josephine!
Ela engoliu em seco e deu um passo para trás, horrorizada com a própria reacção. Aquele homem ocupara o seu lar, fizera dela a sua serva... e ela ainda tinha aquele tipo de pensamento?!
Gabriella abriu a boca para dizer ao barão que não queria a ajuda dele, mas as palavras não saíram, pois ele enlaçou-a com os braços musculosos e puxou-a para junto de si. Ela não se atreveu a olhar para ele nos olhos; contemplou a boca máscula e sensual, a poucos centímetros da sua, e ia baixar o rosto quando Etienne se inclinou e lhe capturou os lábios.
De repente, nada mais parecia ter importância; quem ele era, o que fizera, por que é que estava ali; a única coisa que importava era a sensação dos lábios dele sobre os seus e a indescritível emoção que tomou conta de todo o seu ser.
Seis
Em toda a sua vida, Etienne nunca sentira uma emoção tão forte ao beijar uma mulher. Era como se Gabriella fosse uma jovem inocente, fascinada pelo primeiro contacto com um homem, e ao mesmo tempo uma mulher experiente e sensual, consciente e segura do seu poder feminino.
Ele não tivera intenção de beijá-la, mas perdera o controlo quando a tomara nos braços e contemplara a sua expressão ao mesmo tempo tímida e provocante, o peito arfante de expectativa.
Gabriella gemeu baixinho quando a língua de Etienne lhe invadiu a boca, e arqueou-se para trás, sobre o forte suporte do braço dele. Um desejo intenso explodiu dentro de Etienne quando a sua língua encontrou a de Gabriella; ele acariciou-lhe as costas, sentindo nas palmas das mãos a tensão que a fazia vibrar. O raciocínio e o bom senso abandonaram por completo a mente de Etienne; tudo o que ele queria era prolongar aquela sensação de prazer crescente, extasiante.
– N... Não! – protestou Gabriella, de repente, desenvencilhando-se dos braços dele e recuando, com os olhos arregalados e a expressão culpada.
Etienne ficou chocado com a brusca e intensa sensação de vazio que o invadiu.
– Porquê? – perguntou, determinado a ignorar as emoções que Gabriella despertava dentro de si. Etienne não tinha dúvida alguma de que ela gostara tanto quanto ele. Tentou, contudo, convencer-se de que não passara de uma atracção momentânea. – Tu queres-me tanto quanto eu te quero, Gabriella, ou não me terias beijado assim. Não há mal nenhum num beijo...
Gabriella baixou o olhar e enrubesceu, e Etienne deu um passo em frente, fazendo menção de a tomar novamente nos braços, atribuindo o protesto dela à timidez. Ela, porém, recuou, com uma expressão tão indignada e contrafeita que Etienne se sentiu como se fosse a própria encarnação do demónio.
– Isto é mais uma lição sobre a perda de inocência? – investiu ela, condenando-o com o olhar.
– Não, Gabriella. Só se tu quiseres – murmurou Etienne, conseguindo manter, com esforço, um tom de voz indiferente.
– Não quero! Por um momento, eu... esqueci-me.
– Esqueceste-te de quê?
– De quem é você.
O desprezo na voz de Gabriella atingiu Etienne como a ponta de uma lança, mas ele não deixou transparecer essa fraqueza, a qual não sabia que possuía. Em vez disso, olhou para ela, com o sobrolho franzido.
– Gabriella, o que aconteceu à tua família não foi culpa minha – defendeu-se, com frieza na voz, uma frieza intensificada pelo desejo que ele não conseguira subjugar.
– Como também não foi culpa sua ter sido escolhido para ocupar a minha casa – retorquiu Gabriella. – Mas é assim que as coisas são, barão DeGuerre. Cada qual é quem é. Agora, por favor, permita-me que eu prossiga com o meu trabalho, e não tente seduzir-me outra vez. Se me possuir à força, estará a cometer um crime.
– Não tenho intenção de te possuir à força. Mas tu não podes negar que me desejas, Gabriella. Eu senti o desejo em ti. Quando vieres parar à minha cama... e um dia virás... será por tua livre e espontânea vontade.
Gabriella olhou para ele, horrorizada e incrédula.
– A única maneira de eu ir voluntariamente para a cama de um homem, barão DeGuerre, será depois de me casar. E eu garanto-lhe que, mesmo que fosse o último homem à face da terra, eu não me casaria consigo! Sei como tratou as suas esposas!
– Como é que tu sabes como tratei as minhas esposas? – exigiu Etienne, irritado.
– Todos sabem. Casou-se com elas por dinheiro e depois ignorou-as completamente!
Etienne compreendia que as pessoas que o rodeavam tivessem aquela opinião. Em parte, era verdade; ele não amara as duas mulheres com quem se casara, nem elas o tinham amado. Ambas tinham procurado a excitação e prestígio de serem esposas de um guerreiro com a reputação de Etienne DeGuerre; em contrapartida, a riqueza e prestígio que elas lhe deram foram uma fraca recompensa pelo que tivera de suportar.
Ninguém tinha, no entanto, o direito de o julgar; nem aquela pirralha, nem Josephine, nem ninguém!
– Não te devo satisfações – ele arqueou uma sobrancelha. – Fala-me mais sobre o patife do teu irmão, que cometeu a criancice de sair de casa depois de uma discussão com o pai.
– Isso não é verdade!
– Ele não discutiu com o teu pai, e não se foi embora para não mais voltar, sem se importar com a situação em que ficou a família?