Batalha de amor - Uma dama para o cavaleiro. Margaret Moore

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Batalha de amor - Uma dama para o cavaleiro - Margaret Moore Ómnibus Hi

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de pé diante dele, com o seu orgulho ferido e inabalável majestade. Mas ela perderia; Etienne venceria aquele primeiro teste de autoridade, pois vencia sempre.

      – Por que é que não se casou? – repetiu, num tom de voz que exigia uma resposta.

      – Porque não quis – declarou Gabriella, sentindo o medo a substituir, pouco a pouco, o espírito de provocação.

      – Milorde, lady Gabriella era uma filha dedicada – balbuciou Chalfront, claramente aterrorizado. – Dizia que não aceitaria pretendentes enquanto não acabasse de cumprir o seu dever para com os pais.

      – Eu não te perguntei a tua opinião, meirinho – observou o barão, indiferente ao facto de que Chalfront estava prestes a ter uma síncope. Virou-se, em seguida, para Gabriella. – Aparentemente, o seu pai era mais inconsequente do que me disseram, uma vez que a falta de preocupação dele com o futuro da filha deixou-a nas minhas mãos. Existe algum lugar para onde você possa ir? A casa de algum parente, por exemplo?

      – Não.

      – Trate-me por milorde – repreendeu Etienne. – Ou por barão.

      – Não, milorde – repetiu Gabriella, num tom claramente sarcástico.

      Que tipo de criatura era Gabriella Frechette?, pensou o barão, intrigado. Os cavaleiros mais ousados de toda a Inglaterra eram mais facilmente dominados do que aquela pirralha.

      – Quem é que ajudou os teus pais a criarem-te?

      – Ninguém, milorde. Os meus pais preferiram criar-nos eles próprios.

      – Se és tão devotada a Deus como eras a eles, devias ir para um convento.

      – C... Com licença, milorde – interveio Chalfront, mais uma vez, com a sua voz esganiçada.

      O barão olhou para o meirinho com indiferença.

      – O que é, Chalfront?

      Chalfront pigarreou.

      – Lady Gabriella não tem um centavo, milorde. Custar-lhe-ia dinheiro para ser aceite num convento, e não sobrou nada.

      – E ainda há dívidas para pagar – concluiu o barão.

      Subitamente, Gabriella compreendeu que Etienne DeGuerre sabia mais sobre a história da sua família do que indicara a princípio. Era evidente que as perguntas embaraçosas, formuladas diante dos servos e arrendatários, tinham um único propósito: revelar a sua precária situação financeira a todos e envergonhá-la em público. Etienne era um homem cruel e desalmado, pior do que os rumores a tinham levado a crer.

      Ela devia estar cega para não ter visto imediatamente a criatura insensível que era o barão. Como pudera deixar-se impressionar tanto pela força física de Etienne DeGuerre e pela sua presença autoritária, quando ele não amenizava estas qualidades com um sentimento de misericórdia? Como pudera pensar que existia uma ponta de vulnerabilidade naquele ar indiferente? Como pudera achá-lo atraente, a menos que o que tivesse sentido fosse o mesmo fascínio que Eva experimentara pela serpente, no Jardim do Éden?

      Estavam engajados numa batalha, Gabriella Frechette e Etienne DeGuerre, e ela não admitiria uma derrota, e menos ainda depois que o barão deu um passo em frente e retorceu os lábios num estranho sorriso.

      – Contudo, posso ser generoso contigo.

      A expressão dos olhos dele deixava claro que a sua noção de generosidade não era a mesma de Gabriella.

      O barão enfiou a mão sob o cinturão e retirou uma pequena bolsa de couro.

      Gabriella tinha poucas dúvidas acerca do que ele esperava como recompensa pela sua «generosidade», aquele homem antipático, pedante, arrogante, que tentara humilhá-la no pátio da sua própria casa. Que tipo de mulher pensava ele que ela era? O mesmo tipo de Josephine de Chaney, que abandonara a moral pelo dinheiro?

      – Eu não quero nada do senhor, milorde – declarou, com desprezo na voz.

      Nenhum músculo se moveu no rosto másculo e impassível do barão.

      – O senhor... é muito bondoso, milorde – exclamou Chalfront, ansioso, aumentando a irritação de Gabriella. – E todos sabem disso, sem dúvida.

      – Excepto esta pessoa – retorquiu o barão, olhando fixamente para Gabriella. – Aceitando, ou não, a minha oferta, tu deixarás esta casa e o condado imediatamente.

      – Eu não farei isso. Esta é a minha casa, e...

      – Se eu te disser para ires, tu vais – afirmou o barão, num tom de ameaça. Em seguida, sorriu. – Se quiseres ficar... será como criada.

      Gabriella empertigou-se.

      – Os arrendatários ficariam desolados com essa decisão, milorde.

      – Os arrendatários? – repetiu Etienne, incrédulo. – E que diferença me faz, se eles ficam desolados, ou não?

      Mediante as palavras arrogantes do barão, o clima que pairava no pátio alterou-se subtilmente, de medo para desafio. – Se eles querem permanecer nas minhas terras, terão de me agradar a mim, e não à filha do falecido conde.

      Lentamente, o barão percorreu os olhos pela multidão. Todos se calaram abruptamente, e a insolência desapareceu, como se o barão a tivesse arrancado com as mãos, de cada uma das pessoas ali presentes. Uma a uma, elas começaram a sair pelo portão, cabisbaixas. – Falarei contigo mais tarde, Chalfront.

      O meirinho, compreendendo que fora dispensado, juntou-se à multidão que se retirava.

      – Até logo, Gabriella Frechette – murmurou o barão DeGuerre, com uma expressão levemente sorridente nos olhos, antes de girar sobre os calcanhares e caminhar em direcção ao salão, claramente convencido, pelo silêncio dela, que vencera aquela discussão inicial. O cavaleiro que lhe fazia companhia retorceu os lábios num sorriso malévolo e seguiu-o, como um cão atrás do dono.

      Gabriella ficou sozinha no pátio, sentindo-se mais abandonada do que se sentira com a morte do pai, ou com a ausência de Bryce. Se ficasse no castelo, teria de ser uma criada, humilhar-se diante dos servos e dos arrendatários a quem conhecia desde pequena, as mesmas pessoas que, segundo a criação que recebera, sabia que tinha o dever de proteger.

      Mas seria assim tão humilhante ser uma serva? O seu pai não costumava exaltar sempre o trabalho daquele povo e o valor dos operários que tinham construído aquele lugar? Seria pior do que deixar a sua casa?

      Os Frechette não se acobardavam. Aquela fora a casa da sua família durante várias gerações; o barão DeGuerre não podia forçá-la a ir-se embora, por mais que tentasse. Além disso, ainda existia a possibilidade de Bryce voltar, um dia, e, nesse caso, o que aconteceria se ela não estivesse lá? Gabriella não podia contar com o barão DeGuerre, nem com Robert Chalfront, para dizer ao seu irmão para onde é que ela fora.

      E, como o barão bem sabia, seria perigoso para uma dama viajar desacompanhada e sem dinheiro. Ela não demoraria a ver-se em apuros, e à mercê de vilões ainda mais desprezíveis que ele.

      Se

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