Batalha de amor - Uma dama para o cavaleiro. Margaret Moore

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Batalha de amor - Uma dama para o cavaleiro - Margaret Moore Ómnibus Hi

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as costas erectas e o porte de uma rainha, ela virou-se e caminhou na direcção da escadaria que levava à torre norte, onde ficava situado o quarto do senhor do castelo.

      – Ora, ora, ora, quem é que esperava por esta? – murmurou Philippe de Varenne, gesticulando com a cabeça na direcção de Gabriella, conforme ela desaparecia escada acima e o silêncio no salão era rompido por uma lufada de murmúrios e sussurros.

      Sir George de Gramercie, normalmente tão pronto a fazer gracejos, limitou-se a arquear as sobrancelhas aristocráticas e a balançar a cabeça.

      – Quero dizer, acho que todos nós sabemos quais são as intenções dele – continuou Philippe, antes de beber um longo gole de vinho. – Eu sei o que faria, se tivesse uma criaturinha como aquela ao meu serviço.

      – O barão não lhe fará mal – declarou Donald, numa atitude ao mesmo tempo chocada e defensiva.

      – Eu não disse que ele lhe faria mal – retorquiu Philippe, piscando um olho. – Eu daria uma bolsa de ouro para saber o que Josephine está a pensar, neste exacto momento.

      Os homens olharam na direcção de Josephine de Chaney. Tanto ela quanto o barão comiam tranquilamente, como se nada fora do comum tivesse acontecido.

      – Ela jamais o questionará – disse George, com convicção. – É inteligente demais para isso.

      – O que a torna a concubina perfeita, hum? – observou Philippe. – Entre outras qualidades.

      – Tu estás a falar de uma dama – repreendeu Donald.

      – Uma dama desonrada – lembrou Seldon, com mais franqueza que tacto.

      – Mas uma dama, de qualquer forma – insistiu Donald. – E não acho bem que faças comentários sobre a dama do barão, nem ridicularizes o seu nome.

      Seldon, que normalmente concordava com Donald, encolheu os ombros. George sorriu, e Philippe estalou a língua, em sinal de desaprovação.

      – Perdoa-me se ofendi a tua delicada sensibilidade – disse, sarcástico. – Mas, independentemente do quão bonita é, Josephine de Chaney é uma...

      George ergueu uma mão.

      – Não exactamente – advertiu, olhando para o homem impetuoso sentado ao seu lado. – E acho que cabe fazer a distinção. – Lady Josephine é uma nobre.

      – Sem dúvida – concordou Donald.

      – Isso mesmo – apoiou Seldon, limpando os lábios com o guardanapo.

      – Pois bem – concedeu Philippe, contrariado. – Mas aquela... Gabriella... já não é – Ele retorceu os lábios num sorriso desagradável e ergueu o cálice. – Brindemos à impertinente Gabriella! Eu diria que ela vai aprender uma lição da qual não se esquecerá tão cedo.

      Donald parecia horrorizado. Seldon, também, mas foi George quem falou primeiro.

      – Philippe – repreendeu, com um leve tom de irritação na voz. – Tu sabes que o barão não lhe vai fazer nada.

      – Então, por que é que a mandou subir? – exigiu Philippe.

      – Talvez ele queira que ela lhe preste algum serviço.

      – Mas é exactamente isso que estou a dizer – exclamou Philippe, olhando para os outros.

      – Eu refiro-me a trabalho – disse George, impaciente. – Talvez, alguma coisa que tenha a ver com as botas dele, ou com a capa. O barão não tem lacaio de quarto, como tu sabes.

      – E tu achas que ele pretende ter uma lacaia de quarto? Não deixa de ser uma ideia fascinante!

      – O que estou a dizer é que o barão nunca desonrou uma mulher antes, que eu saiba, e não vejo por que é que o faria agora.

      – Não? Tu és cego, homem? Ela tem o mais redondo e lindo...

      – Nós notámos – interrompeu Donald, enrubescendo como uma criança.

      – Ah, notaste? – perguntou Philippe. – Pensei que tu só te preocupasses com assuntos espirituais.

      – E com o meu dever aqui na terra – afirmou Donald, resoluto. – É o nosso dever, como cavaleiros do reino, proteger as mulheres.

      – Além do mais, o barão não se arriscaria a ser acusado de assédio – observou Seldon, com um ar solene.

      – Tu testemunharias contra o barão, a favor de uma criada?

      – Para defender uma mulher inocente, sim – respondeu Donald, em lugar do amigo.

      – Minha nossa! – Philippe olhou para ele, horrorizado. – Tu devias, mesmo, ser monge!

      – O pobre meirinho ficou transtornado – interveio George, tentando desanuviar o clima tenso. – Correu para fora do salão como se estivesse a ser perseguido por uma matilha de cães de caça.

      – E por que é que ele estaria transtornado? – indagou Philippe, enchendo mais uma vez o cálice. – Vai continuar a ser o meirinho. Por enquanto.

      – Eu diria que ele se preocupa com a filha do falecido patrão.

      – Mas nada fez para a defender – acusou Donald.

      – Ora, Donald! – murmurou George. – Ele não é um cavaleiro. Eu não me surpreenderia se ele estiver apavorado com o barão DeGuerre. Ela não estava. Quem poderia imaginar que uma mulher tivesse a ousadia de enfrentar o barão?

      – Ele não é um deus – disse Philippe, irritado. – Vocês tratam o barão como se ele fosse o próprio Messias!

      – Tu dizes isso porque estás ao serviço dele há pouco tempo – explicou George, afavelmente. – Nunca o viste lutar. A tua opinião vai mudar muito em breve meu amigo.

      – Talvez – Philippe encolheu os ombros, claramente não convencido.

      – O nosso amigo Donald ainda está a sofrer os efeitos do treino de Fitzroy – acrescentou George, com um sorriso triste. – Os conceitos daquele homem em relação ao sexo fraco são ainda mais exagerados que os do barão.

      – Ah, sim, o famoso Fitzroy! – exclamou Philippe. – Eu gostaria de enfrentá-lo num torneio, um dia destes. Tu lutaste com ele, não foi, Seldon?

      Seldon desviou o olhar.

      – Sim.

      – E perdeste?

      – Sim.

      – Não foi uma competição justa, pelo que me disseram.

      – Cala-te e esquece! – ralhou Donald, levantando-se. – Isso foi há muito tempo, e Seldon já compensou a derrota, muitas vezes, desde então.

      – Claro, claro... acalma-te! – apressou-se Philippe a dizer. – Eu só fiz uma pergunta.

      –

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