Amor o maior tesouro. Barbara Cartland

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Amor o maior tesouro - Barbara Cartland A Eterna Colecao de Barbara Cartland

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      Barbara Cartland

      Barbara Cartland Ebooks Ltd

      Esta Edição © 2016

      Título Original: “The Treasure is Love”

      Direitos Reservados - Cartland Promotions 2016

      Capa & Design Gráfico M-Y Books

       m-ybooks.co.uk

      CAPÍTULO I ~ 1816

      O homem, montado em um magnífico puro-sangue negro, percorria a estrada coberta pela vegetação crescida, evitando os galhos que haviam caído dos carvalhos existentes à margem dela.

      Cruzou a ponte de pedra construída sobre o lago e avançou para o pátio, onde os pedregulhos estavam quase cobertos pelo musgo e pelas ervas.

      Deteve o seu cavalo e permaneceu olhando para o grande timbre que encimava a porta antiga. Por um momento fixou-se nele, como que olhando para o passado, para a história daqueles a quem ele tinha pertencido.

      Então, desviou os olhos para as janelas sem vidros, para os tijolos que precisavam de reparos e para a ornamentação de pedra quebrada.

      Lentamente, voltando sua cabeça para cima, notou que a balaustrada do teto estava danificada em vários lugares.

      Suspirou e, desmontando, bateu ligeiramente no pescoço de seu cavalo, dizendo:

      —Vá e ache alguma grama, Salamanca, mas não se distancie muito!

      O cavalo pareceu entender o que fora dito pelo homem e atravessou o pátio, em direção às gramas altas que cobriam o que antigamente fora um gramado bem cuidado.

      O dono ficou a olhá-lo. Depois, percebendo que era impossível entrar no castelo pela porta dianteira, deu a volta à construção, pelo lado que levava aos estábulos, à frente, e, à esquerda, para a entrada de serviço.

      Viu que os loureiros e outros arbustos, em outros tempos, tinham sido bem cuidados e aparados.

      Não havia sinal algum de vida e, a princípio, ele achou que a casa estivesse deserta. Então, circundando os arbustos, viu que a porta de trás estava entreaberta, e entrou.

      Em frente dele havia um grande corredor em decadência, e à sua direita, uma leiteria.

      Notou que as grandes lajes de mármore, onde antigamente se depositavam imensos potes de creme, estavam vazias, continuou caminhando, até chegar, primeiramente, à copa, e depois, à cozinha.

      Lembrava-se de quando os presuntos pendiam das vigas e do fogão repleto de panelas e potes de latão.

      A Sra. Briggs, que cozinhava para seu pai e era conhecida pela excelência de seus assados, estaria ocupada à mesa de cozinha impecavelmente lavada com escovão, com ao menos três criadas a seu lado, além de uma multidão de ajudantes.

      Agora, notava que a grande cozinha estava tão vazia quanto a leiteria. Então, sentada a um canto, ele viu uma mulherzinha grisalha, que descascava algumas ervilhas, colocando-as em uma bacia que segurava no colo.

      Por um momento, ficou a fixá-la incredulamente; depois, quando ela olhou em sua direção, ele se adiantou e disse:

      —Sra. Briggs! É a Sra. Briggs?

      A velha senhora olhou para ele com dificuldade. Então, exclamou:

      —Master Tyson! Eu reconheceria sua voz em qualquer lugar!

      Tentou levantar-se, mas Tyson Dale colocou a mão no ombro dela,

      dizendo:

      —Não, não se mova. É bonito vê-la assim. Tinha muito medo de que não estivesse mais aqui!

      —Oh, estou aqui master Tyson, e é uma alegria vê-lo, depois de tantos anos!

      —Treze, para ser exato!— disse Tyson Dale.

      Apanhou uma cadeira e sentou-se ao lado dela, pensando, ao fazê-lo, que a Sra. Briggs deveria estar por volta dos oitenta anos, pois já era velha quando ele deixara a Inglaterra para ir à India, treze anos atrás.

      —Como tem passado, master Tyson?— perguntou, convencionalmente, a velha senhora.

      —Bem— respondeu Tyson Dale—, mas agora a guerra acabou e o Exército não precisa mais de soldados; portanto, voltei para casa.

      A Sra. Briggs pareceu espantada.

      —O senhor pretende morar aqui, master Tyson?

      —Não tenho outro lugar para ir.

      A Sra. Briggs balançou a cabeça.

      —Não é muito confortável para o senhor. Eu e Briggs fazemos o possível, mas um castelo grande como este é muito para duas pessoas idosas!

      —Não há ninguém para ajudá-los?

      —Depois que seu pai morreu, master Tyson, não sobrou dinheiro para pagar a mais ninguém. Nós ficamos porque não tínhamos para onde ir.

      Os lábios de Tyson Dale tremeram.

      —O que aconteceu com o dinheiro de meu pai? Ele deve ter deixado algum!

      —Como podemos saber, master Tyson?— perguntou a Sra. Briggs—, tudo o que nos disseram foi que a casa seria sua, se o senhor voltasse da terrível guerra, e, depois disso, ninguém mais apareceu.

      —Como conseguiram manter-se?— perguntou Tyson Dale.

      —Eu e Briggs tínhamos algumas economias, mas não eram muitas, e neste último ano foi difícil conseguirmos alguma coisa!

      Tyson Dale enfiou a mão no bolso.

      —Tentarei compensá-la por isto — disse ele —, mas, francamente, não será fácil. Aqui estão, ao menos, alguns soberanos. Talvez consiga alguma comida para mim.

      A Sra. Briggs olhou para os soberanos de ouro, incredulamente, duvidando que fossem verdadeiros.

      A seguir, fechando a mão com eles dentro, ela disse:

      —Vou preparar o quarto de seu pai para o senhor. É onde deve dormir, agora que é o patrão, e agradeça aos deuses de não haver nada de errado com o teto lá.

      Tyson Dale ia perguntar o que ela queria dizer, quando intuiu a resposta. Naturalmente, com a decadência da casa e a ausência de reparos.

      o teto começara a desabar com a humidade. Sem mesmo perguntar, ele se deu conta de que todo o teto estava imprestável.

      Ao sair da cozinha, verificou que havia poeira e teias de aranha por toda a parte. Não tinha a quem culpar, a não ser a si próprio, mas não havia nada que pudesse fazer quanto a isso.

      Ele retornara da índia e estivera lutando com o Exército de Wellington, em Portugal, quando recebera uma carta com muito atraso, relatando a morte

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