Apenas negócios? - O segredo de alex. Maureen Child
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу Apenas negócios? - O segredo de alex - Maureen Child страница 7
– Voltei para procurar uns papéis – o rosto do seu pai não mostrava a menor compaixão. Lidava com ela com a mesma determinação com que dirigia os seus negócios. – Sei que gostas do Nathan há muito tempo, filha. Lembro-me como te portavas quando voltava com o teu irmão da universidade.
E ela também, pensou Emma, com as faces a arder.
– Nessa altura tinha dezasseis anos, papá. Não sabia o que queria.
– E agora tens vinte e oito, é hora de decidires o que queres fazer com a tua vida – Silas puxou os punhos da camisa, como se desse por finalizada a discussão. – Nathan será um bom marido.
– Não estou apaixonada por ele e ele não está apaixonado por mim. Como é que vai ser um bom marido?
– Mas está disposto a casar-se contigo.
– Porque tu o estás a chantagear – Emma teve de se concentrar para não desatar a chorar. – Não me faças isto, papá. Não seria bom para nenhum dos dois.
– Necessitas que alguém cuide de ti, filha. E o Nathan é o homem perfeito para isso.
– Não necessito que ninguém cuide de mim.
– Sim, necessitas. Como nunca tiveste de ganhar o teu próprio dinheiro, gasta-lo como se não fosse terminar nunca. Não quero nem pensar o que se passaria se não estivesses limitada por um fideicomisso. E pelo que me conta Cody, o teu loft em Houston é um desastre. Cuidei de ti durante vinte e oito anos, é hora de dar esse trabalho ao teu marido.
O seu loft não era um desastre, só necessitava de uma casa de banho e cozinha novas… e mudar a canalização e a instalação elétrica. Tinha-o comprado antes de perder o acesso ao dinheiro do fideicomisso e como com o seu negócio de joalharia mal chegava para os gastos, não tinha dinheiro para fazer obras.
– Não preciso de um marido, eu consigo cuidar de mim mesma. O meu negócio de joalharia está a começar a levantar voo – disse. Era um exagero, mas necessário se queria convencer o seu pai a deixar de tentar casá-la.
– Quanto dinheiro te sobra dos cem mil dólares que te dei em fevereiro?
– A maior parte – Emma não queria ser específica. Quando o seu pai lhe negou o acesso ao fideicomisso não tinha querido acreditar e ainda não tinha aprendido a ser cuidadosa com os seus gastos. Dizer-lhe qual era a verba real só serviria para reforçar a sua opinião de que gastava dinheiro de um modo frívolo.
– Já só tens um terço – replicou Silas.
– E se o tivesse todo?
O desafio despertou um brilho especulativo nos olhos do seu pai.
– O que queres dizer?
Isso, o que queria dizer? Emma queria retirar as suas palavras, mas era demasiado tarde.
– Dizes que não sei cuidar de mim mesma e eu digo-te que estás enganado – Emma respirou profundamente. – E se te devolvesse os cem mil dólares no dia de São Valentim?
– Como vais fazer isso em seis semanas? – o seu pai soltou uma gargalhada.
– Vendendo as minhas joias.
– Não poderás fazê-lo, querida. Tens jeito para gastar dinheiro, não para o ganhar. Não tens garra para triunfar na vida por tua conta.
O comentário depreciativo fez com que o seu coração se encolhesse e sentiu-se presa aos erros que tinha cometido na vida. Seria demasiado tarde para fazer com que o seu pai mudasse de opinião? Se não o tentasse, teria de viver do que ganhava ou casar-se com Nathan. Ambas as possibilidades eram horríveis.
– Mas se o fizesse, devolver-me-ias o fideicomisso?
O seu pai franziu a sobrancelha.
– Vi o estado da tua conta, filha. Não poderás devolver-me o dinheiro.
Certamente tinha razão, mas Emma decidiu tentar.
– Logo vemos isso no dia de São Valentim – afirmou, com uma confiança que não sentia na realidade. – Mais uma coisa: quando eu tiver os cem mil dólares na minha conta, terás de prometer que nunca mais voltarás a meter-te na minha vida – propôs-lhe, oferecendo a mão para selar o acordo. – Concordas?
– Desde que não peças o dinheiro emprestado a ninguém, estou de acordo – Silas apertou a sua mão com um sorriso. – Só faço o que sei que é melhor para ti, filha.
– O que tu achas que é melhor para mim – disse ela, afastando a mão. – E enganas-te. Mas é melhor voltares para o pé dos teus convidados.
– Tu não vais descer?
Emma negou com a cabeça.
– Vou para Houston esta noite.
– É muito tarde e as estradas são perigosas.
Mais perigoso seria ficar, pensou ela.
– Terei cuidado.
O seu pai franziu a sobrancelha.
– Emma….
– De uma forma ou de outra, em seis semanas deixarei de ser da tua responsabilidade, papá. Já é hora de soltares as rédeas.
– Claro que sim – Silas beijou-a na testa antes de se afastar pelo corredor.
Quando chegou ao seu quarto, Emma tirou o vestido com sumo cuidado. Tinha-lhe sido emprestado por Jamie e não se perdoaria a si mesma se tivesse que o devolver com alguma nódoa.
Enquanto o guardava num saco para fatos, pensou na reviravolta que a sua vida tinha dado. Um ano antes, não teria tido tanto cuidado com a roupa. Qualquer nódoa, qualquer falta de botão e algumas vezes só porque já os tinha usado uma vez, levava os seus vestidos diretamente para o fundo do armário.
Era curioso… algo que Jamie lhe tinha emprestado com total despreocupação e ela tratava-o como se fosse o vestido mágico da sua fada madrinha.
Felizmente, aquele vestido não tinha desaparecido à meia-noite.
Apesar das suas turbulentas emoções, Emma teve de sorrir.
Depois de vestir umas calças de ganga e uma camisola, guardou o resto das coisas numa mala. Até ao seu encontro com Nathan tinha pensado em ficar a dormir ali, mas depois do que tinha estado a ponto de acontecer outra vez, precisava de tempo para pensar e as quatro horas e meia até Houston seriam uma oportunidade estupenda para o fazer.
Não se preocupava com a possibilidade de adormecer ao volante. Não tinha bebido álcool e, depois do seu encontro com Nathan, a descarga de adrenalina mantê-la-ia acordada.
Sentindo-se como uma ladra, desceu ao primeiro andar colada à parede para que ninguém a visse. Então lembrou-se dos seus brincos no bolso de Nathan… sair de sua casa com os bolsos vazios quando tinha chegado com eles cheios deixava claro que a ladra não era ela.