O beijo da inocência - Calor intenso. Brenda Jackson
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– Devon?
Baixou os olhos e deparou-se com o olhar preocupado dela. Instintivamente, tentou afastar-lhe aquela preocupação e beijou-a na testa.
– Estava a pensar.
– É demasiado cedo para ter esta conversa. Desculpa. O meu pai diz-me sempre que me precipito demasiado. Não consigo evitá-lo. Quando quero algo, faço o possível para consegui-lo.
Não pôde evitar sorrir. Era uma descrição muito acertada dela. Desfrutava da vida e não parecia preocupar-se se dava um mau passo. As pessoas como ela eram um mistério para ele. Era incapaz de compreendê-las.
Puxou-a até fazê-la sentar-se no seu colo.
– Acho que vais ser uma mãe magnífica. Estava a imaginar-te grávida e gostei. Isso fez-me lembrar que não temos usado proteção, o que é uma irresponsabilidade. O que faz com que me pergunte se, no fundo, quereria inconscientemente deixar-te grávida.
Ela suspirou e aninhou-se no seu peito.
– Esperava que dissesses isso. Refiro-me quanto a termos filhos. Em parte, acho que será melhor esperarmos, mas sempre desejei ter uma família numerosa e não quero ser uma velha quando terminarem a escola.
– Tens consciência de que não temos feito nada para evitar uma gravidez – disse ele baixinho.
– Importas-te? – perguntou ansiosa. – Quer dizer, se te importarias que ficasse grávida antes de nos casarmos.
– Seria muito hipócrita da minha parte incomodar-me por algo que podia ter evitado.
– Só queria ter a certeza. Não quero que comecemos mal. Quero que seja tudo perfeito.
– Achas que já estás grávida? – perguntou, acariciando-lhe o rosto. – Foi por isso que abordaste o tema? Não quero que tenhas medo de contar-me o que quer que seja. Nunca me chatearei contigo por algo que também é minha responsabilidade. Eras virgem na primeira vez que fiz amor contigo. Deveria ter sido eu a tratar dos métodos contracetivos.
– Não. Enfim, não sei, mas acho que não.
Devon apoiou a testa na dela e percebeu que já estavam a comportar-se como um casal. Confiava em Ashley e gostava de estar com ela. Tinha uma sensação de bem-estar que não podia negar. Talvez, afinal, William Copeland soubesse o que fazia.
– Bom, se estiveres, ótimo. A sério. Quero que me digas se achares que estás. E se não estiveres, depois resolvemos isso, está ?
– De acordo – disse ela, sorrindo e com as faces coradas.
– Que te parece se formos indo para a cama?
Ficou ainda mais vermelha e sorriu com timidez.
– Esforçar-me-ei por deixar-te grávida – sussurrou Devon junto ao seu ouvido.
– Amo-te muito, Devon. Sou a mulher mais sortuda do mundo. Estou desejosa de nos casarmos e de ser oficialmente tua.
Enquanto baixava a cabeça para unir os seus lábios aos dele, Devon pensou que estava muito enganada. A sortuda não era ela.
Capítulo Quatro
– Ashley, se não ficas quieta, nunca mais acabamos de pentear-te e maquilhar-te – disse Pippa desesperada.
– Continuo a pensar que deveríamos ter chamado uma profissional – disse Sylvia enquanto observava os avanços que Tabitha ia fazendo no cabelo de Ashley.
– Tabitha é profissional – disse Ashley. – É a melhor. E quem não quer os melhores no dia do seu casamento? E quem sabe mais de maquilhagem do que Carly?
– Isso é verdade – interveio Pippa. – Acho que as empresas de cosmética deveriam pagar-lhe pela promoção dos seus produtos.
– Fecha os olhos, Ashley – disse Carly. – É hora de pôr rímel. Só um pouco, não queremos que os olhos fiquem demasiado carregados no teu grande dia.
– Claro que não – disse Ashley, franzindo o sobrolho.
– Querida, estás pronta? – perguntou a mãe de Ashley do outro lado da porta. – Só tens dez minutos.
– Dez minutos? – repetiu Tabitha. – Não pode ser. Pode entretê-los, senhora Copeland?
– Não vou chegar tarde ao meu próprio casamento – disse Ashley. – Apressa-te, Tabitha. O cabelo ficará ótimo. Basta pores o véu sobre o carrapito.
– Basta pores o véu sobre o carrapito… – repetiu Tabitha. – Como se fosse assim tão simples.
Sylvia arregalou os olhos e interpôs-se rapidamente entre Tabitha e Ashley, colocando-lhe o véu sobre o elegante carrapito.
– Já está. Estás muito bonita, Ashley.
– Um pouco de brilho nos lábios e acabamos – anunciou Carly.
Uns segundos mais tarde, Carly afastou-se para que Ashley pudesse ver-se no espelho.
– Oh, meninas!
As suas amigas observaram-na no espelho.
– Estás linda – disse Pippa, quase a chorar. – És a noiva mais bonita que já vi.
– É verdade – disse Tabitha.
As quatro mulheres uniram-se num abraço.
– Meninas, chegou a hora de sair. Os vossos acompanhantes estão à espera. Não queremos que a noiva chegue tarde – disse a mãe de Ashley.
As amigas apressaram-se para a porta, com os ramos de flores nas mãos.
– O teu pai vem já buscar-te – continuou a sua mãe, aproximando-se. – Minha pequena, estás uma mulher – disse com lágrimas nos olhos. – Estás linda. Estou muito orgulhosa de ti.
– Não me faças chorar, mamã.
A mãe riu-se e pegou-lhe nas mãos para ajudá-la a pôr-se em pé.
– Espera que te arranje o vestido. O teu pai não para de andar de um lado para o outro. Já sabes que odeia atrasar-se.
De repente, bateram à porta.
– Deve ser o teu pai. Estás pronta, querida?
Ashley ficou nervosa e sentiu as mãos húmidas, mas assentiu. Chegara o momento. Estava quase a dirigir-se ao altar e a tornar-se a esposa de Devon Carter.
Lançou os braços em redor da mãe e abraçou-a.