Pacto de paixão - Inocente no paraíso. Maureen Child
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E ele não tinha entendido a fascinação do primo até então. Havia algo em Tesouro que relaxava a tensão; uma tensão da qual Sean não se apercebera até àquele dia.
Sean abanou a cabeça, dizendo-se que esses pensamentos tão estranhos se deveriam aos nervos do casamento. Ele tinha mais razões para estar nervoso do que a maioria dos noivos. Afinal, não se ia casar pelas razões habituais.
Dois meninos chocaram com ele e Sean sorriu de novo. Inclusive os postais vivos tinham alguns problemas e isso fazia com que o lugar lhe parecesse mais real.
Deteve-se em frente a uma ourivesaria para olhar para a montra. Havia diamantes, rubis e outras pedras preciosas. Mas também essas pedras de um azul-esverdeado que Melinda tinha usado na noite em que jantaram juntos e selaram o acordo.
– Não há casamento sem anel – murmurou.
Falso casamento ou não, tinham de fazer com que parecesse real, de maneira que empurrou a porta do local. Sem prestar atenção às pulseiras de ouro e aos colares de pérolas, foi diretamente ao balcão onde guardavam as pedras azuis-esverdeadas.
Um homem idoso de cabelo grisalho e olhos permanentemente semicerrados, talvez por anos a fio de uso da lupa, chegou-se a ele com um sorriso nos lábios.
– Você deve ser Sean King.
– Vejo que as notícias correm como a pólvora em Tesouro.
– É uma ilha pequena e o casamento de Melinda Stanford é uma grande notícia.
– Sim, imagino.
Ali não havia paparazzi, mas os mexericos passavam de boca em boca. E era normal. Todos em Tesouro conheciam Melinda e era lógico que estivessem interessados no seu surpreendente casamento.
– É um prazer conhecê-lo – disse Sean, oferecendo-lhe a mão.
– Igualmente, senhor King. Sou James Noble e esta é a minha ourivesaria.
– Tem algumas coisas muito bonitas. E como sabe que me vou casar com a Melinda, saberá também que preciso de um anel.
– Naturalmente. Está à procura de algo especial?
– Pois… – Sean assinalou uma bandeja sob o vidro do balcão. – Aquelas pedras são muito originais.
E já sabia que ficariam lindamente a Melinda. Claro que tudo lhe ficava lindamente. Melinda Stanford era linda e elegante. Quando caminhava, Sean ficava hipnotizado pelo movimento das suas ancas. Quando sorria, só podia pensar em beijá-la. De facto, ocupava grande parte dos seus pensamentos.
– Claro que sim – estava a dizer James. – O topázio de Tesouro só se encontra nesta ilha e nós somos os únicos que o vendemos.
– O topázio de Tesouro? – repetiu Sean.
– É uma pedra que se forma aqui, em Tesouro, devido à atividade vulcânica. Quanto a só se encontrar aqui, acho que tem a ver com a terra da ilha.
– Parece que tem dado várias vezes esse discurso antes.
– Com frequência – assentiu o homem. – Mas à maioria das pessoas só importa o topázio, não como se formou.
– A pedra é bonita, mas o rendilhado deste anel é espantoso – disse Sean, pegando num de ouro com um trabalho tão intrincado que quase parecia de renda.
– Ah, sim, é de uma artista local. Faz uns trabalhos espantosos que se vendem muito bem.
– E entendo porquê – murmurou Sean, olhando o anel de perto. Era pequeno, mas os dedos de Melinda era longos e finos. Certamente ficar-lhe-ia bem e se não, podia sempre levá-lo à ourivesaria para que lho arranjassem. – Levo este.
– Acho que vai gostar.
– Espero que sim.
– Vou dar-lhe um polimento final antes de o meter na caixa – James estava a sorrir, talvez pela alegria de fazer uma venda.
– Ótimo – Sean tirou um cartão de crédito do bolso. – Ainda que deva dizer que me surpreende o preço.
– Parece-lhe caro?
– Não, ao contrário. Acho que poderia pedir mais por um desenho como esse.
O ourives encolheu os ombros.
– Nesta ilha há um limite de clientes, de modo que não podemos exceder-nos com os preços.
– Que lhe pareceria que viessem mais turistas?
– Sei que pensam construir um hotel, se é isso que quer saber – o homem sorriu. – Em breve verá que nesta ilha é impossível guardar um segredo.
– E o que lhe parece?
– Sou cautamente otimista a esse respeito. Sempre me pareceu bem que o Walter não deixasse atracar os grandes cruzeiros. Não gostaria que isto se enchesse de turistas, mas um resort de luxo é diferente.
– Sim, claro, menos incómodos e um impacto menor no meio ambiente da ilha.
– Será uma mudança – disse James, limpando a joia com um pano antes de metê-la numa caixinha de veludo – mas nem todas as mudanças são más. E espero que a Melinda goste do anel.
– Obrigado – Sean guardou a caixa no bolso. – Imagino que nos veremos por aqui – despediu-se.
– Naturalmente. Irei ao casamento.
– Juntamente com o resto dos vizinhos, calculo.
– Naturalmente.
Sean saiu da ourivesaria com um sorriso nos lábios. Tesouro era uma ilha tão pequena que certamente todos os vizinhos se viam como parentes.
Nada a ver com Sunset Beach. Sempre tinha gostado do ruído e do movimento da Califórnia, ou ao menos sentia-se à vontade lá, mas nem sequer conhecia os seus vizinhos. Os seus irmãos eram os seus melhores amigos e as mulheres com as quais andava iam e vinham sem que se lembrasse delas.
Uma vez tinha querido algo mais; o tipo de elo com outro ser humano que a maioria da gente procurava, mas tinha aprendido a lição e após o fiasco do seu casamento tinha-se isolado, usando o talento e o encanto para manter outras emoções mais profundas controladas.
Mas estava a ponto de casar-se.
O anel que levava no bolso pesava como se fosse uma âncora e, no entanto, não podia deixar de pensar em Melinda, como se o rosto da futura esposa estivesse gravado no seu cérebro. Recordava os seus olhos, o seu sorriso, a sua determinação…
Se havia alguém que um King pudesse admirar, especialmente ele, era uma pessoa decidida, mas isso não significava que os seguintes dois meses fossem ser fáceis. Desejava-a e ser casado com ela