Pacto de paixão - Inocente no paraíso. Maureen Child
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– É a neta do Walter – respondeu o meio-irmão.
– Sim, isso já eu sei.
– E o que mais te interessa dela?
– Conheceste-a na ilha?
– Só a vi durante um instante – respondeu Lucas. – A minha estadia foi muito breve.
– Pois – assentiu Sean, pensativo.
– Temos problemas? O famoso encanto de Sean King não está a funcionar?
– Nem sonhes. Disse-te que conseguiria o lote e fá-lo-ei.
– Então boa sorte com o velho. Acho que está imunizado contra o encanto pessoal.
– Isso é o que vamos ver – disse Sean.
Capítulo Dois
– Um lugar muito romântico para tratar de um assunto de negócios – comentou Sean enquanto se sentava diante dela.
Melinda fez um esforço para sorrir, ainda que não lhe apetecesse. Aquilo era demasiado importante e não devia cometer um único erro. Tinha de convencer Sean King para que se casasse com ela…
– Não era minha intenção procurar um lugar romântico, só queria que estivéssemos sossegados.
– Pois conseguiste ambas as coisas – disse Sean.
O empregado foi nesse momento tomar nota do pedido e os dois olharam para a ementa antes de pedirem o jantar. Sean pediu-lhe um copo de vinho e apoiou os braços na mesa, à espera. A sua expressão permanecia inescrutável e Melinda não sabia se era bom ou mau sinal. Mas só havia uma forma de descobrir.
– Sinto muito ter-te soltado aquilo de repente.
Sean encolheu os ombros.
– Não acho que haja uma boa forma de propor casamento a um estranho.
– Sei que tudo isto te deve parecer muito estranho, mas deves entender que o meu avô é muito protetor comigo porque sou a única neta.
– Tanto que tenta casar-te à força toda?
Melinda ergueu-se na cadeira. Ela podia queixar-se tudo o que quisesse do avô, mas não deixaria que ninguém, especialmente alguém que não o conhecia, se metesse com ele.
– Só me tenta proteger, à sua maneira.
– E se tu fosses uma tímida donzela da Idade Média, entenderia – replicou Sean.
Aquilo não tinha começado bem, mas Melinda decidiu ignorar os comentários. Não entendia e era lógico.
– Os meus pais morreram num acidente de avião quando eu tinha cinco anos e o meu avô ocupou-se de mim desde então.
– Ai, lamento, não sabia.
Sean franziu a testa enquanto tomava o copo de vinho que o empregado acabava de deixar sobre a mesa, mas Melinda continuava sem saber o que pensava porque a sua expressão era inescrutável. Ela, em troca, costumava ser direta e sincera… bom, não estava a ser exatamente sincera com o avô, mas há anos que o tentava fazer mudar de opinião e era impossível.
– O meu avô pertence a uma geração que acredita em proteger as mulheres e está a fazer-se velho – Melinda suspirou. – Tu vens de uma grande família e tens uma relação muito estreita com os teus irmãos. Essa é outra razão pela qual te contei os meus planos, pois entendes a lealdade familiar.
– Sim, é verdade – admitiu ele. – Entendo os motivos do teu avô, o que não entendo é por que estás tu disposta a aceitar essa imposição.
Melinda puxou a bainha do vestido, mas não conseguia que lhe cobrisse os joelhos.
– Porque o adoro e não quero que se preocupe…
– E?
Tinha razão, havia mais uma coisa.
– E como te disse, uma vez casada terei acesso ao meu fideicomisso.
– E casando-te comigo, não te preocupará que o teu novo marido fuja com o dinheiro.
– Exatamente – assentiu ela.
– E quanto duraria o casamento?
– Já te disse, dois meses – respondeu Melinda, mais animada. Há meses que esboçava o plano e, de momento, Sean King permanecia sentado diante dela. Não tinha dito que sim, mas também não se tinha levantado e ido embora.
– É tempo suficiente para convencer o meu avô de que ao menos tentámos.
– E quando o nosso casamento «fracassar», achas que tentará deixar de te casar?
– Sim, acho que sim – Melinda mordeu os lábios. – Espero que sim. Estou cansada dos homens que tentam ganhar o favor do meu avô. Além do mais, esta é minha única possibilidade de conseguir o fideicomisso à minha maneira. Serei casada, como ele quer, mas será um marido escolhido por mim e o tipo de casamento que eu quero.
– Estou a ver.
A brisa agitava a franja de Sean, levantando-a.
– Se aceitares, divorciar-nos-emos passados dois meses – prosseguiu Melinda. – Eu conseguirei o meu fideicomisso, tu conseguirás o teu lote e depois divorciar-nos-emos. Que te parece?
Sean ainda estava convencido que aquela jovem tomava algo que não devia tomar. E no entanto…
Passando um braço pelas costas da cadeira, estudou-a atentamente.
Uma noite quente, vinho fresco e uma bela mulher sentada em frente dele. No seu mundo, tudo isso soava lindamente. Melinda Stanford era perfeita. Era linda, disso não tinha a menor dúvida. Mas talvez estivesse um pouco maluca.
Ainda que isso não significasse que não fosse tomar em consideração a sua proposta. De facto, há horas que matutava nela.
O seu avô, Walter Stanford, tinha recusado todas as ofertas da construtora. Não estava interessado, por alta que fosse a verba que lhe oferecessem. Ou não lhe interessava mesmo o dinheiro ou estava tão louco como a neta. Mas não, o velho não estava louco. Era muito astuto.
Walter sabia o que queria e não estava disposto a aceitar menos. Como podia um King criticar isso? Eles faziam o mesmo; jamais aceitavam uma negativa e nunca desistiam quando queriam algo.
Sean sorriu ao pensar que certamente Walter e ele se dariam às mil maravilhas.
– Porque sorris? – perguntou-lhe Melinda.
– O quê?