Pacto de paixão - Inocente no paraíso. Maureen Child

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Pacto de paixão - Inocente no paraíso - Maureen Child OMNIBUS DESEJO

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oferta que talvez tivesse feito já a outros homens, pensou então.

      – Quantas vezes já tentaste isto? – perguntou-lhe.

      Melinda franziu a testa.

      – Tu és o primeiro.

      – E porquê eu?

      – Já te disse, tenho andado a ler coisas sobre ti.

      – Sim, mas devias ter decidido antes que eu seria o candidato ou não te terias incomodado a fazê-lo. Ela mordeu os lábios.

      – Eu sabia que o meu avô estava em negociações contigo e quando vi uma fotografia tua numa revista… enfim, pareceu-me que tinhas um rosto afável.

      – Afável? – repetiu ele. – Um gatinho é afável, um velhinho é afável. Os homens, especialmente os King, não são afáveis.

      – Já estou a ver – murmurou Melinda.

      Tinham-lhe chamado divertido, bonito, inteligente e algumas vezes frio ou distante. Mas nunca afável. Que fotografia sua poderia ter-lhe dado essa impressão?

      – Onde viste essa fotografia?

      – Numa revista de mexericos – Melinda tinha corado, como quem se envergonha de reconhecer que tinha lido uma dessas publicações. – Estavas num jogo de futebol com um dos teus irmãos…

      Sean assentiu com a cabeça.

      – Com o Lucas. Todos os anos vamos juntos ao primeiro jogo da temporada.

      Mas se a sua secretária não lhe tivesse mostrado a foto, não teria sabido. Ele nunca prestava atenção aos fotógrafos, sempre pendentes da família King.

      – Na fotografia estavas a sorrir e parecias muito simpático.

      – Bom, isso é melhor do que afável.

      Em geral, Sean tinha uma atitude descontraída nos negócios, algo para o qual os seus oponentes nunca estavam preparados. Mas no que se referia às mulheres, a maioria não o descreveria como afável. Ou, pelo menos, era o que esperava.

      – A questão é que parecias um homem com o qual poderia falar disto e quando descobri que virias à ilha pessoalmente decidi…

      – Decidiste mentir ao teu avô.

      – Não lhe vou mentir porque na realidade casar-nos-íamos.

      Sean teve de dissimular um sorriso. Aparentemente, Melinda Stanford jogava com regras próprias e isso era algo que admirava. Inclusive podia ver que, do seu ponto de vista, ele era o marido temporário perfeito.

      O jantar chegou antes que pudessem dizer mais nada e, durante uns minutos, concentraram-se nos pratos. A comida era excelente, o ambiente melhor ainda e a linda mulher que tinha diante era ouro sobre azul.

      Melinda não parecia disposta a preencher o silêncio com uma conversa incessante e Sean começava a descontrair. Não era um silêncio incómodo, pelo contrário. Era como se fossem uma equipa…

      Uma equipa?

      – Tens vivido aqui toda a vida? – perguntou-lhe.

      – Desde os cinco anos – respondeu ela, voltando a cabeça para o mar. A maré tinha descido e havia um casal a passear pela areia, ao luar. – É uma ilha linda e, como o meu avô não permite que os grandes cruzeiros atraquem aqui, os clientes costumam ser gente endinheirada que procura intimidade.

      – Eu sei – Sean assentiu, sorrindo. – Os King também fazem os seus trabalhos de casa.

      – Então saberás que Tesouro é o lugar perfeito para construir o resort – disse ela, deixando o garfo e a faca sobre o prato.

      – Estou de acordo.

      Era mais que perfeito, quase como se tivesse sido desenhado especificamente para se ajustar aos seus planos. O hotel de Rico no México era muito moderno, lindo e elegante, mas o de Tesouro seria diferente. O seu primo queria fazer algo especial, algo de que todo o mundo falasse.

      E com a construtora King atrás, assim seria. O projeto básico já estava feito, a equipa preparada para partir para a ilha. O único de que precisavam era o beneplácito de Walter Stanford.

      – Também seria bom para Tesouro – disse Melinda. – Temos uma pequena construtora na ilha, o meu avô criou-a há vinte anos e acho que seria uma grande ajuda para a tua.

      – Sim, claro.

      Sean também sabia disso. Naturalmente, os King levariam os seus próprios homens, mas contratar gente da ilha faria com que as coisas se mexessem mais depressa e criaria boas relações com os ilhéus.

      Tudo seria perfeito… se não se importasse de casar com ela para o conseguir.

      Os olhos de Melinda brilhavam à luz das velas e o seu sorriso era tão bonito que Sean teve de fazer um esforço para não o beijar…

      – Estás a ouvir?

      – O quê? Sim, pois claro, a construtora.

      – Estava a dizer que isto poderia ser bom para todos. Tu consegues o lote para o hotel, a população de Tesouro conseguiria postos de trabalho e…

      – E tu consegues o fideicomisso.

      – Isso mesmo – Melinda tomou um gole de vinho.

      – Que me dizes? Casas comigo?

      Duas palavras que o faziam sentir um arrepio. Sean tinha jurado não voltar a cometer o erro de se casar, mas aquilo era diferente.

      A primeira vez que disse: «Sim, quero» tinha sido um desastre. Desta vez conseguiria algo para além de um divórcio rápido. Desta vez, ele deteria o controlo. Seria ele a dizer quanto tinha terminado, ele a dar meia volta.

      E desta vez, o seu coração não estaria envolvido.

      De maneira que assentiu com a cabeça.

      – Muito bem, temos um acordo.

      O sorriso de Melinda deixou-o sem ar.

      Ela deu-lhe a mão e, como tinha ocorrido na primeira vez, assim que roçou a sua pele sentiu uma descarga que lhe subiu pelo braço até lhe chegar ao torso, fazendo com que lhe batesse o coração.

      Se Melinda tinha sentido o mesmo não se notava, de maneira que tentou dissimular, lutando contra uma atração que era mais poderosa do que teria esperado.

      – Só há mais uma coisa – disse ela então.

      – O quê?

      – Nada de sexo.

      Sean observou-a em silêncio durante um longo minuto até que, por fim, Melinda teve de afastar o olhar.

      Aquela era uma experiência nova para ele. A maioria das mulheres mostrava-se interessada em conhecê-lo…

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