Pacto de paixão - Inocente no paraíso. Maureen Child
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Walter franziu a testa.
– A minha neta entende. Sabe que seria bom para ela, para a família, para a ilha.
Sean experimentou uma súbita onda de ira. Se Melinda não se tivesse adiantado seria uma jovem sacrificada pelo bem da ilha.
Quem fazia coisas assim?
Sean tentou ler o que havia nos seus olhos, mas o velho devia ser um grande jogador de póquer porque a sua expressão era indecifrável.
– Bom, o que me diz?
Poderia dizer muitas coisas, pensou Sean. Por exemplo, que a neta não deveria ser moeda de troca num acordo comercial. Duas horas com ela tinham-lhe deixado claro que Melinda era uma jovem inteligente…
Na realidade, deveria dizer a ambos que fossem para o inferno e levassem a ilha com eles.
E também lhe poderia contar que a neta estava a encher a sua cabeça de tentadores pensamentos que não podiam chegar a lugar nenhum, que um simples toque da sua mão era suficiente para lhe atear um fogo no interior que continua a arder durante horas.
Mas não lhe podia dizer nada disso.
– Estou de acordo – ouviu-se dizer a si mesmo.
E, de imediato, viu um brilho de surpresa nos olhos de Stanford. Aparentemente, não podia esconder todos os seus sentimentos. Ou talvez não o quisesse fazer.
– Ah, sim? – Walter reclinou-se para trás na cadeira. – Perdoe-me, mas surpreende-me que aceite tão rapidamente.
Sean sorriu.
– Mudou de opinião?
– Não, nada disso. Mas pensei que seria mais difícil de o convencer.
– A Melinda é uma mulher lindíssima.
– Pois é. E além da beleza, tem outras qualidades.
– Suponho que sim – assentiu Sean. Ainda que já soubesse da inteligência da neta. – Uma vez casados, teremos muito tempo para nos conhecermos.
– Pois.
– Imagino que me terá investigado.
– Assim foi.
– Você fez-me uma proposta e eu aceitei – disse Sean. – Fim da história.
Walter olhava-o como quem espera que mude de opinião e Sean teve de dissimular outro sorriso. Impunha um casamento a um estranho e quando o estranho aceitava começava a repensar? Pois era demasiado tarde para isso.
Levantando-se da cadeira, Sean estendeu-lhe a mão.
– Vou dar a notícia à minha noiva. Depois ligo aos meus irmãos e digo-lhes que podemos começar a construção do hotel.
Walter levantou-se também para lhe estreitar a mão.
– Poderão começar a construir no dia após o casamento.
Sean arqueou uma sobrancelha.
– Não confia em que cumpra a minha palavra?
– Se não confiasse em si não lhe teria pedido que casasse com a minha neta. Digamos que prefiro ter todas as bases cobertas.
– Muito bem. Vou pedir aos meus advogados que lhe enviem um fax esta mesma tarde.
– E o meu advogado terá um contrato redigido para si amanhã sem falta.
Sean sustentou o olhar do homem e, por um momento, mantiveram uma conversa silenciosa. Dois homens, os dois poderosos, e os dois pensando na mesma mulher.
«Espero que saibas o que fazes».
«A minha neta e tu vão-se dar bem».
Se era isso que Walter julgava, estava muito enganado e, por um momento, sentiu-se culpado. Mas então recordou que não tinha sido ideia sua. Se Melinda tinha decidido que era o melhor, por que lhe ia importar a ele?
Sean sorriu.
– Vou ver a Melinda para lho contar.
– Talvez pudéssemos jantar juntos… para fazer planos. Digamos às oito na minha suite?
– Muito bem, de acordo. Imagino que se encarregará dos detalhes do casamento.
Walter assentiu com a cabeça.
– No fim de semana será um homem casado.
No fim de semana. Tão depressa? Mas tinha tomado uma decisão, pensou Sean, e não pretendia recuar.
– A Melinda é uma mulher forte e de grande coração. Lembre-se disso, King.
– Com certeza – Sean saiu da suite à procura da mulher de bom coração… e que, além do mais, negociava bem.
Na manhã seguinte, Sean olhava para o computador esperando que se ligasse a videochamada e, ao ver o seu reflexo no ecrã, fez uma careta. Parecia um cadáver. Isso ensinar-lhe-ia a não beber conhaque com um idoso que provavelmente tinha conhaque a correr-lhe pelas veias, pensou.
Stanford tinha querido brindar ao acordo e a Sean não se lhe tinha ocorrido nenhuma razão para não o fazer. Mas horas após escutar inúmeras histórias sobre a ilha e a infância de Melinda, todas regadas com um copo atrás de outro de conhaque, tinha saído com um grão na asa da suite.
Mal tinha podido pregar olho, esperando que o quarto deixasse de dar voltas. E quando por fim adormeceu, nos seus sonhos era perseguido por Walter Stanford, que ria como um maníaco enquanto Melinda lhe atirava ramos de noiva à cara.
– Nem penses em analisar o sonho – murmurou.
Quando tossiu, sentiu a cabeça a ponto de explodir. Estava a estender uma mão para pegar numas aspirinas quando o rosto do seu irmão Rafe apareceu no ecrã.
– Sean… bem, que má cara!
Graças à videoconferência, Sean não podia dissimular a ressaca e, pela primeira vez na vida, amaldiçoou a tecnologia.
– Obrigado, Rafe. Eu também estou contente de te ver.
– Estás com ressaca?
– Vejo que és muito observador – Sean tentou abrir o frasco de aspirinas.
– Não é que seja observador. Com essas olheiras e a piscar os olhos para evitar o sol como se fosses um vampiro…
Porque não tinha esperado umas horas antes de lhe ligar? Ou ao menos poderia ter fechado as cortinas. Mas não o tinha feito porque não tinha forças.
– Que se passa? – perguntou-lhe Rafe. – Fechaste o acordo?