Pacto de paixão - Inocente no paraíso. Maureen Child

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Pacto de paixão - Inocente no paraíso - Maureen Child OMNIBUS DESEJO

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única razão pela qual aceitara aquela farsa era para que a sua família conseguisse o que queria… e porque tinha uma cláusula de escape.

      Os seus irmãos eram felizmente casados com mulheres que os amavam de todo o coração, de maneira que nunca entenderiam o seu ponto de vista. Além do mais, eles não sabiam que Sean já tinha sido casado. De facto, ninguém sabia.

      Os King cometiam erros, naturalmente, mas não falavam deles e não partilhavam os seus sentimentos com ninguém. Esse casamento fora um erro e ele solucionara-o sem dizer uma palavra.

      – Não o vejam como um casamento, vejam-no antes como um acordo de negócios.

      – Uma maneira muito estranha de fazer negócios – insistiu Lucas.

      – Estranha ou não, vamos conseguir o que queremos – disse Sean. Construir aquele hotel com o primo Rico seria muito importante para a construtora King.

      – O Walter terá a escritura preparada antes do casamento.

      – E quando te pensas casar?

      – No fim de semana – respondeu Sean, após engolir em seco. Mas tinha aceitado fazê-lo e não pensava desistir.

      – No fim de semana? – repetiu Lucas. – Diz-nos quando e lá estaremos – disse Rafe.

      – Não – Sean abanou a cabeça e, de imediato, fez um gesto de dor.

      – Não como?

      – Pois claro que iremos, idiota – acusou Rafe. – Não te vamos deixar sozinho.

      – Não é um casamento a sério. É um acordo conveniente para os dois, mais nada.

      – De todas as formas, o mais lógico é que estejamos a teu lado. Sabes que os King apoiam-se sempre uns aos outros.

      Era verdade, mas apoiassem-se ou não, Sean não queria que estivessem presentes no dia do casamento. Não fazia sentido. Além do mais, não lhe apetecia ter de ouvir os seus irmãos e as cunhadas a darem-lhe um sermão.

      – Será mais fácil para mim se não estiverem cá.

      – O Stanford não espera que a tua família vá ao casamento?

      Demónios. Sean não tinha pensado nisso.

      – Provavelmente – admitiu. – Mas dir-lhe-ei que foi tudo tão rápido que não podem vir.

      – Sim, de certeza que ela vai adorar ouvir isso – comentou Rafe, irónico. – Eu trato do Stanford, vocês liguem ao Rico para lhe dar a boa notícia. Enquanto isso, eu dedico-me a falar com a construtora da ilha para ver o que têm cá e o que é que nós devemos trazer.

      – Tenho um barco à espera no porto. Podemos carregar a equipa e começar a trabalhar daqui a uma semana – disse Rafe.

      – Ótimo – assentiu Sean. – Com o bom tempo que há cá, não vamos ter problema nenhum. Poderemos trabalhar até no inverno sem perder um só dia.

      – O Rico quer construir uma casa na ilha, por sinal. Parece que decidiu converter Tesouro na sua residência.

      – Um momento… eu negociei o lote para o hotel. O Rico terá de negociar com o Stanford se quiser construir uma casa.

      – Ah, pois claro, a ti o que é que te resta para vender, a alma? – troçou Lucas.

      – Muito engraçado.

      – O Rico já tem o lote para a sua casa. O Walter vendeu-lho – disse Rafe.

      – Era de esperar – murmurou Sean.

      – De certeza que queres fazer isto? – perguntou-lhe Rafe então.

      – Porque não?

      – Sempre foste o mais casmurro de todos – disse Lucas.

      – Sim, é verdade. Até fazes com que o pai pareça um homem razoável – troçou Rafe.

      – Não é preciso insultar – acusou Lucas.

      – Quem é que está a insultar?

      Sean sorriu para si mesmo enquanto via os irmãos a discutirem, como de costume. Estavam na Califórnia, mas poderiam estar em Marte, de tão longe que se sentia. Mas era melhor assim.

      Não havia nenhuma razão para que conhecessem Melinda ou para celebrarem um casamento que tinha data de validade.

      Tinha feito um acordo e cumpri-lo-ia, mas não queria que tivesse público.

      Capítulo Quatro

      – Vais fazer o quê?

      – Vou-me casar – repetiu Melinda, esperando sentir uma onda de pânico. Mas não foi assim e era muito estranho porque se alguém tivesse direito a sentir pânico, era ela.

      Após a reunião entre Sean e o seu avô, tinha passado cinco minutos com o homem que em breve seria seu marido, mas Sean mal tinha falado; só lhe disse que ligaria no dia seguinte. E de momento ainda não tinha ligado. Embora ainda houvesse muito tempo, naturalmente.

      Então, porque tinha o estômago encolhido e lhe custava tanto respirar?

      Tinha passado a noite sentada no terraço da suite, olhando o mar. O vento ondulava suavemente as folhas das árvores, levando-lhe um delicioso aroma a jasmim, mas isso não conseguira sossegá-la.

      E ela sabia porquê.

      Sean King era demasiado atraente. Afetava-a como nunca a tinha afetado nenhum homem desde Steven e admitir isso deveria ser suficiente para recuar. Mas não o podia fazer se queria a sua independência.

      De maneira que ali estava, em casa da amiga, tentando convencer-se a si própria de que tudo ia correr bem. O problema era que após pôr tudo em andamento, começava a sentir-se encurralada. O seu avô estava contente; Sean… bom, não sabia o que Sean sentia. E ela estava angustiada, mas decidida.

      – Não posso crer – disse Kathy Clark, a sua melhor amiga e a única pessoa com quem podia falar daquilo. – Tu própria me disseste muitas vezes que o que o teu avô tentava fazer era medieval.

      – Eu sei, mas…

      – E juraste que se voltasse a tentar casar-te outra vez sairias da ilha.

      – Sim, pois…

      – E disseste que não te podias casar com ninguém porque continuas apaixonada pelo Steven.

      Melinda franziu a testa. Kathy nunca tinha gostado de Steven e não sabia porquê, embora tanto fizesse.

      – Quem é esse homem misterioso e porque aceitaste uma coisa quando tinhas jurado nunca a aceitar?

      – Isto é diferente. O meu avô não mexeu os cordelinhos, fui eu.

      A

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