Uma aristocrata no deserto - Escondida no harém. Maisey Yates

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Uma aristocrata no deserto - Escondida no harém - Maisey Yates Ómnibus Temático

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a óleo, dividido por uma zona para comer e outra para dormir, com uma cama ampla e um círculo de almofadas. Vários tapetes cobriam o chão para o isolar do frio da noite.

      O pai parecia cansado. Os restos do jantar ainda estavam na mesa.

      – O que estás a fazer aqui, menina? – perguntou ele, com o sobrolho franzido. As mulheres não eram bem-vindas no santuário privado do chefe da tribo.

      Farah conteve-se para não responder que só queria cuidar dele. A sua relação nunca fora muito afetuosa.

      – Ouvi dizer que sequestraste o príncipe de Bakaan – indicou, rezando para que não fosse verdade.

      O pai esfregou a barba branca, um gesto que significava que estava a pensar se devia responder ou não.

      – Quem te disse isso?

      – É verdade, então? – perguntou ela, sentindo-se embargada pela preocupação.

      – A notícia não pode espalhar-se. Amir, encarrega-te disso.

      – É óbvio.

      Farah não se apercebera de que Amir a seguira para dentro. Virou-se para ele e, ao prestar mais atenção, apercebeu-se de que tinha um olho arroxeado.

      – Como aconteceu isso?

      – O que importa?

      Farah interrogou-se se fora o príncipe que lhe dera um murro, mas não indagou mais.

      – Mas porquê? Como?

      Amir deu um passo à frente com o rosto tenso.

      – O arrogante príncipe Zachim pensou que podia atravessar as dunas com o carro a meio da noite sem ter nenhuma reserva de combustível.

      – E? – inquiriu Farah, olhando para o pai.

      – E capturámo-lo.

      Ela pigarreou, tentando não pensar o pior.

      – Porque fizeram isso?

      – Porque não queremos que outro Darkhan tome o poder e ele é o herdeiro.

      – Pensei que o irmão mais velho era o herdeiro.

      – O miserável Nadir vive na Europa e não quer ter nada a ver com Bakaan – indicou Amir.

      – Isso não vem ao caso – replicou ela, abanando a cabeça. – Não podem… sequestrar um príncipe sem mais nem menos!

      – Quando se souber que o príncipe Zachim já não está disponível, o país desestabilizar-se-á ainda mais e ficaremos com o poder que sempre nos pertenceu por direito próprio.

      – Pai, as guerras tribais de que falas acabaram há centenas de anos. Eles ganharam. Não achas que está na hora de deixar o passado para trás?

      – Não, não me parece. A tribo de Al-Hajjar nunca reconhecerá o poder dos Darkhan e não consigo acreditar que a minha própria filha me fale assim. Sabes muito bem o que me arrebataram.

      Farah suspirou. Sim, o rei recusara-se a abastecer as regiões contíguas a Bakaan com provisões médicas, entre outras coisas. Por isso, ninguém pudera salvar a vida da sua mãe grávida, o tesouro mais querido do pai. Ela nunca bastara para acalmar a sua dor.

      O pai continuou a enumerar tudo o resto que os Darkhan lhe tinham roubado: terra, privilégios, liberdade. Eram as mesmas histórias que ouvia desde pequena. E, na verdade, estava de acordo com a maioria das suas acusações. O falecido rei de Bakaan fora um tirano egoísta que nunca se preocupara com o povo.

      No entanto, na sua opinião, sequestrar o príncipe Zachim não era uma maneira de resolver os velhos problemas. Sobretudo, quando era uma ofensa que se pagava com a prisão ou a morte.

      – Como é que isto vai melhorar as coisas e trazer a paz? – inquiriu ela, apelando ao seu sentido racional.

      O pai encolheu os ombros.

      – O país não terá nenhuma oportunidade com ele no trono. É muito poderoso.

      Sim, Farah ouvira dizer que o príncipe Zachim era poderoso. Também ouvira dizer que era muito bonito, o que as fotografias que vira publicadas na imprensa cor-de-rosa confirmavam. Embora não se preocupasse com o aspeto dele!

      – E o que se passará agora? O que fará o conselho de Bakaan?

      Pela primeira vez desde que Farah entrara, o pai mostrou-se inseguro. Levantou-se e começou a dar voltas pela tenda.

      – Ainda não sabem.

      – Não sabem? – repetiu ela, franzindo o sobrolho. – Como é possível que não saibam?

      – Quando estiver pronto para revelar os meus planos, fá-lo-ei – afirmou o pai.

      Isso significava que não tinha nenhum plano, adivinhou ela.

      – Além disso, não é algo de que queira falar contigo. E porque estás assim vestida? Essas botas são de homem.

      Farah bateu com o pé no tapete. Esquecera-se de que não tirara a roupa velha que usava para trabalhar com os camelos. Mas, iam falar da sua vestimenta quando tinham sequestrado o homem mais importante do país?

      – Isso é o menos importante…

      – Não é, se eu o disser. Sabes o que penso.

      – Sim, mas penso que há coisas mais… urgentes para discutir, não achas?

      – As cartas já estão lançadas. Não há mais nada para discutir.

      Com um ar cansado, o velho chefe deixou-se cair nas almofadas.

      – Pelo menos… Está bem? – quis saber ela, com o coração apertado, temendo que lhe tivessem batido. Isso só pioraria as coisas ainda mais.

      – Para além de que o maldito homem se recusa a comer, sim.

      – Sem dúvida, pensa que a comida foi envenenada.

      – Se quisesse matá-lo, usaria a espada – declarou o pai.

      – Talvez essa seja a solução – indicou Amir. – Matamo-lo e desfazemo-nos do corpo. Assim, ninguém poderá atribuir-nos a sua morte.

      Farah lançou-lhe um olhar assassino.

      – Não consigo acreditar que estejas a falar assim, Amir. Para além de ser uma barbaridade, se descobrissem no palácio, dizimariam a nossa aldeia.

      – Ninguém descobriria.

      – E ninguém vai morrer – assegurou ela, pondo as mãos na cintura. – Irei vê-lo.

      – Não te aproximes dele, Farah! – ordenou o pai. – Tomar conta do prisioneiro é trabalho de homens.

      Ela mordeu a língua para não responder que o pai

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