Conta-me os teus segredos - Contrato nupcial. Susan Fox P.
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– Oh, não quero incomodar mais Mike. Já me trouxe até aqui e certificou-se de que eu estava bem. Simplesmente, preciso que me leves a casa.
– Bom, está bem – Connor voltou a olhar para Mike. – Por favor, diz a Alex que voltarei dentro de meia hora.
Mike não respondeu. Simplesmente, virou-se e entrou em casa, batendo com a porta…
Grace não sabia o que fazer enquanto estava à porta da oficina de Bob. Da janela conseguia ver o seu carro. Estava aterrorizada à espera de saber o que Phil pensava. Mas, pelo menos, deixá-la-ia levar o carro e pagar a reparação em pagamentos semanais.
Então, entrou na oficina.
– Bom dia, Grace! – cumprimentou Phil, ao vê-la.
– Olá, Phil! – cumprimentou ela, olhando para o carro. – Não são boas notícias, pois não?
– Perdeste a transmissão.
Grace sentiu um aperto no coração. Sabia que as transmissões eram um problema muito sério.
– Vale a pena arranjá-lo?
– Bom, podias comprar um modelo menos antigo, mas não haveria nenhuma garantia de que não aconteceria o mesmo. O melhor que posso fazer é arranjá-la. Posso procurar para ver se encontro uma que seja barata, mas ainda não estaria resolvido.
– É um desastre total?
– Seria bastante dinheiro. Posso fazer tudo por pouco menos de dois mil e quinhentos dólares.
– E quanto tempo demorarias?
– Que tal se vieres buscá-lo na próxima quarta-feira? Preciso de alguns dias para encontrar uma nova transmissão.
– Está bem. Obrigada, Phil – agradeceu, dirigindo-se para a porta.
– Ouve, Grace…
– Sim? – perguntou ela, olhando por cima do seu ombro.
– Mike esteve por aqui ontem. Arranjámos o teu cinto de segurança e está resolvido. E se for o dinheiro que te deixa muito nervosa, não te preocupes. Ele disse-me que o Circle M vai pagar todos os gastos já que aconteceu enquanto estavas a trabalhar lá.
Aquele atrevimento de Mike enfureceu Grace.
– Phil, da última vez que verifiquei, esse carro estava em meu nome. O que significa que eu pago as reparações de que precise. Não fales com Mike Gardner sobre isso sob nenhuma circunstância, compreendes-me? O Circle M não vai pagar a nova transmissão do meu carro.
– Sim, menina – concordou Phil, pigarreando. – Mas se o dinheiro é um problema, podemos estabelecer alguma facilidade de pagamento. Podes pagar um pouco cada mês. Sei que és cumpridora.
Lágrimas brotaram dos olhos de Grace, que as afastou, pestanejando.
– Obrigada, Phil – agradeceu, saindo da oficina. Sentia-se humilhada.
Perguntou-se o que raios é que Mike estava a tentar fazer.
Por muito que não quisesse, ia ter de encontrar outro trabalho e rezar para que o dia tivesse mais horas… para assim conseguir dormir um pouco.
Grace levou uma mão à boca para disfarçar um bocejo. Pelo menos a contabilidade correra bem e todos os cheques estavam prontos. Connor e Mike estavam nas pradarias, Johanna saíra para fazer compras e Maren estava a dormir.
Ouviu o barulho de uma televisão, devia ser Alex. Estar na cama a repousar devia estar a deixá-la louca.
Grace viu as horas, decidiu fazer uma chávena de chá para ambas e fazer-lhe uma visita. Ao desligar o computador, ouviu também uns risinhos. Maren acordara.
Fez chá e dirigiu-se para o andar de cima.
Mãe e filha estavam na cama. Distraidamente, Alex estava a brincar com os caracóis escuros da sua pequena.
Aquela era uma cena que Grace sabia que nunca teria e teve de engolir em seco para desfazer o nó amargo que sentia na garganta.
– Grace! Entra! – exclamou Alex, ao vê-la à porta.
– Trouxe chá.
– Põe aqui, querida. A mãe vai beber algo quente.
– Quente – repetiu Maren.
– Está a começar a falar… – concluiu Grace, enquanto dava uma chávena de chá a Alex.
– A quem o dizes! Passa o dia todo a balbuciar.
Grace sentou-se na beira da cama.
– Como estás?
– Estou farta de estar na cama, farta de estar grávida e farta de não poder fazer nada. Supostamente, nem sequer posso pegar na minha própria filha ao colo.
– Lamento – replicou Grace. – Simplesmente, precisas de sair deste quarto.
A frustração de Alex era óbvia… e compreensível. Precisava de se sentir como uma mulher novamente.
– Precisas de um dia de raparigas.
– Sim, claro. Não posso sair daqui.
– E então? Eu posso trazer tudo.
Grace foi à casa de banho e pegou numa escova de cabelo, num estojo de maquilhagem, em verniz para as unhas e em alguns acessórios para o cabelo.
Enquanto Maren observava, com os olhos esbugalhados, Grace ajudou Alex a mudar de roupa e a vestir umas calças de ganga de maternidade e uma bonita camisola vermelha. Depois de estar vestida, penteou o seu cabelo preto comprido. Alex e ela tinham-se tornado amigas quando Alex se mudara para Windover, mas aquilo parecia estar a fazer com que a amizade fosse ainda maior.
– O que está a acontecer entre ti e Mike?
Grace sentiu que corava.
– Nada.
Alex riu-se, apontando para a cara da sua amiga.
– As raparigas não costumam corar dessa maneira por nada. Andam a discutir como o cão e o gato.
Grace começou a fazer uma trança francesa à sua amiga.
– Ele tem andado a comportar-se de uma maneira muito protectora comigo ultimamente – explicou.
– Há algo. Consigo senti-lo, mesmo estando aqui em cima afastada de todos.
Alex devia saber que Mike e ela tinham tido um breve romance, mas não queria puxar o assunto.
– Foi horrível para ti, não foi? – perguntou Grace, aproveitando para mudar de assunto.
– Não paro de pensar em como será o