Conta-me os teus segredos - Contrato nupcial. Susan Fox P.
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– Obrigada, Grace. Hoje precisava disto – confessou Alex, sorrindo.
– Tolices! Connor deixa-te aqui o dia todo enquanto ele vai fazer todas as suas coisas. Homens! – murmurou.
– Portanto, ele está a incomodar-te.
– Ora! Mike Gardner pensa que pode dizer a toda a gente o que tem de fazer. Porque é que os homens pensam que nós vamos fazer exactamente o que eles querem?
– Às vezes, dão uma ajuda – indicou Alex, acariciando a barriga.
– Sim. Dão uma mão. Olha para o dia tão bonito que está e tu estás aqui na cama. Tens uma varanda ali mesmo, pelo amor de Deus!
Subitamente, Grace levantou-se.
– Sabes uma coisa? Tenho uma ideia. Hoje vais desfrutar do exterior e não precisamos de um homem para nos ajudar.
Então, desceu para o andar de baixo, prendendo o cabelo numa trança. Saiu para o alpendre traseiro e tirou as almofadas de uma cadeira, levando-as consigo.
– O que estás a fazer? – gritou Alex, quando ouviu que Grace voltava a subir.
– Já vais ver! – gritou Grace.
Mas levar a cadeira de baloiço para cima seria diferente. Era suficientemente grande para Alex se deitar nela, com Maren ou com Connor, e para desfrutar do ar fresco.
Custou-lhe muito mexer a cadeira de baloiço e foi quase impossível levá-la pelas escadas e, quando estava quase a chegar ao andar de cima, deslizou. Quando tentou agarrá-la novamente, magoou-se na mão. Teve de morder o lábio para evitar dizer um palavrão.
Pôr a cadeira de baloiço no quarto significou ter de a levantar sobre a cama e, depois, levá-la para a varanda.
Depois de a deixar lá, pôs as almofadas.
– Não saias – avisou. – Ainda há mais.
Desceu novamente e pegou numa pequena mesa que Alex podia usar para pôr uma bebida ou um livro.
Também lhe levou uma planta e uma manta, no caso de ela ter frio.
– Aí tens, agora já podes sair – declarou, sorrindo, triunfante.
Alex mexeu-se com muito cuidado, como fazia sempre naqueles dias, e sentou-se na cadeira de baloiço.
– Connor devia ter feito isto há muito tempo.
– Não culpes Connor. Esteve tão preocupado! – Alex sorriu com nostalgia.
– Eu sei. Mas sinceramente, os homens não percebem estas pequenas coisas.
– Mas tu fizeste-o. Muito obrigada, Grace. Oh, querida, estás a sangrar! – exclamou, apontando para a mão da sua amiga.
– É só um arranhão.
– Há um estojo de primeiros-socorros na casa de banho de baixo. Oh, Grace…
– Não te preocupes. Vou ligar a mão e ficará bem. Desfruta do que resta da manhã.
Grace estava na casa de banho, a lavar a mão, quando ouviu a porta principal a abrir-se. Ouviu alguém a subir para o andar de cima e, depois, a descer.
Esperou que fosse Connor.
– Em que estavas a pensar? – quis saber Mike.
Grace pegou numa ligadura e virou-se.
– Bom dia, Mike.
– Levaste tudo para cima sozinha?
– Fi-lo. Não sou uma inútil, como pareces pensar.
– Inútil? Tu? Nunca. Tens o temperamento de uma cobra.
Ela riu-se, apercebendo-se de que ele mudara de roupa.
– Vais a algum lado?
Mike franziu o sobrolho.
– O quê?
– Como vestiste calças de ganga limpas e uma t-shirt. Sei que não fizeste isso só por mim, Mike.
Durante um instante, Mike não disse nada e pareceu-lhe que o envergonhara.
– Caí.
– Estou a ver – replicou ela, sem conseguir evitar soprar.
– Um potro estúpido. Assusta-se com a sua própria sombra.
– Isso esclarece um pouco porque deixaste o circuito – indicou ela, rindo-se.
– Fico contente por te parecer engraçado.
– Sim, parece, tendo em conta que não te aconteceu nada – declarou, pondo a ligadura.
– Vais dizer-me porque estás a sangrar?
– Alex estava fechada naquele quarto dia após dia. Queria apanhar ar e sol. O que estava a fazer agora?
– Estava aninhada com Maren sob a manta, a ler histórias.
– Oh, isso é fantástico! – exclamou Grace, sorrindo.
Mike aproximou-se dela e segurou no seu pulso.
– Cortaste-te. Se tivesses esperado, eu ter-te-ia ajudado a levar a cadeira de baloiço.
– Não sabia quando voltavas e podia fazê-lo sozinha.
Mike pegou na ligadura e reforçou o penso que ela fizera. Ela começou a sentir um nó no estômago.
– Não tens de fazer tudo sozinha – respondeu ele. – Hoje falei com Phil. Disse-me que te recusaste a deixar que eu pagasse a conta do carro.
– Claro que recusei.
– Porquê?
Grace afastou a mão.
– Porque eu pago os meus gastos – afirmou. – Vivo a minha própria vida. Tomo as minhas próprias decisões. Eu… eu não confio noutras pessoas.
Não o fazia. Mike deixara-a. Steve falhara-lhe. Era muito melhor cuidar de si própria.
– Isso é-me familiar – respondeu ele.
– Sim, é. E porque tomas as tuas próprias decisões?
– Porque confiar noutras pessoas significa que terás uma desilusão.
– Sim – Grace respirou fundo. – As pessoas falham-nos. Tu não deixas que ninguém te diga o que fazer. Porque tentas fazê-lo comigo?
– Porque… Porque… Oh, bolas! – Mike franziu o sobrolho. – Porque parece que precisas!
Grace