Esperanças ocultas - Amores e mentiras. Heidi Rice

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Esperanças ocultas - Amores e mentiras - Heidi Rice OMNIBUS DESEJO

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Será boa publicidade para a estreia europeia de Jogo Fatal – prosseguiu Mickey. – Especialmente porque a mulher é britânica. Ouve, não estará contigo, pois não?

      – Não, não está – respondeu ele. – E já te disse muitas vezes: a minha vida sexual não é assunto de ninguém. E se contares alguma coisa a alguém, estás despedido.

      – Muito bem, Mac. Que queres que diga então?

      – Nada, não digas nada. Diz-lhes que não pretendo fazer comentários.

      Mickey clareou a garganta.

      – Receio que isso não seja possível.

      – Porquê?

      – Porque sabem a identidade da rapariga.

      – Eu trato dela, não te preocupes.

      Juno não sabia o que ia ter que enfrentar e, apesar de ele nunca ter sido um cavaleiro andante, teria que protegê-la. Mas então lembrou-se de algo...

      – Mick, a propósito, como é que ela se chama?

      – Passaste a noite com ela e não sabes o seu nome?

      – Sei que se chama Juno. E mete-te na tua vida.

      – Juno Delamare. Trabalha numa loja de roupa em Portobello que se chama Funky Fashionista e...

      Mac desligou o telefone porque já sabia tudo o que tinha que saber.

      Que horas seriam?, perguntou-se, saltando da cama. Pela posição do sol, devia ser quase meio dia. Após o turbilhão emocional do dia anterior, para não falar do sexo, dormira como uma pedra.

      Fazia sentido que Juno se tivesse ido embora. Certamente teria acordado horas antes e teria descido para tomar o pequeno almoço, por isso ia tomar um duche rápido e iria procurá-la para dizer-lhe como deviam lidar com a imprensa.

      Para já, ela não poderia afastar-se. Teria que passar algumas semanas em Los Angeles com ele, onde estaria a salvo dos paparazzi.

      E depois da noite anterior, pensou com um sorriso, isso não seria um problema para eles.

      Mas a caminho da casa de banho, pisou um papel que devia ter atirado ao chão enquanto tentava encontrar o telefone às cegas... e viu o seu nome escrito nele.

      Inclinou-se, franzindo o sobrolho, e o coração dele disparou ao ler as três linhas:

      Querido Mac:

      Obrigada por uma noite memorável. Espero que sejas feliz.

      Juno

      Mac voltou a ler o bilhete, atónito. Não tinha descido para tomar o pequeno almoço, abandonara-o.

      Furioso, amarrotou o papel. Que queria dizer com aquilo de «uma noite memorável»? E quem pensava que ele era, uma criança que podia abandonar quando quisesse?

      E aquela piadinha de «espero que sejas feliz»...

      Aparentemente, decidira que não iam voltar a ver-se. Que direito tinha de tomar decisões daquelas sem consultá-lo? E de sair a correr como um coelho assustado, sem lhe dar uma oportunidade.

      Nem pensar. Nenhuma mulher abandonava Mac Brody, especialmente uma mulher que ele pretendia ver novamente.

      Furioso, meteu-se no duche e apertou os dentes quando a água fria o atingiu como uma bofetada.

      – Espero que sejas feliz... uma ova – murmurou.

      Juno esperou que a tagarelice de Daisy e a serenidade de Connor acalmassem enquanto a limusina os levava a Portobello a partir do aeroporto.

      Por que razão se sentia tão inquieta?

      Desde que chegara ao castelo naquela manhã que se sentia incómoda e confusa. E não ajudava nada sentir aquele ardor em lugares incomuns ou ter que esquivar-se às perguntas de Daisy sobre onde passara a noite e porque aparecia às oito da manhã com o vestido de dama de honor vestido.

      Porque não conseguia livrar-se daquela sensação de vazio, como se tivesse perdido algo? E porque não parava de pensar em Mac Brody, na sua pele bronzeada a brilhar à luz do amanhecer enquanto fechava a porta do quarto?

      Prometera a si mesma que não pensaria nele. Não podia dar-se ao luxo de fantasiar e, no entanto, não parecia ser capaz de evitá-lo.

      A única explicação era que estava esgotada. Após uma noite em que mal tinha pregado olho, tinham-se visto obrigados a esperar três horas no aeroporto por um problema com o seu passaporte...

      O que precisava era de voltar à sua ordenada vida e dormir durante uma semana, pensou.

      Um suspiro escapou-se da sua garganta quando chegaram a Colville Gardens.

      – Mas o que é isto!

      A exclamação de Connor fê-la olhar pela janela, surpreendida.

      Havia um grupo a rodear a casa e um homem, com um monte de câmaras penduradas ao pescoço, correu para o carro e começou a tirar fotos.

      – Que se passa?

      – Não faço ideia, mas vamos ter que entrar a correr – Connor tirou Ronan da cadeira de segurança. – Jim, aproxima-te o máximo que puderes e depois liga à polícia – pediu ao condutor.

      Juno saiu do carro atrás de Daisy e Connor, sem saber o que se estava a passar, com os flashes das câmaras a cegá-la enquanto tentava chegar à porta. Não via nada, mas conseguia ouvir as perguntas que os repórteres lançavam como balas:

      – Juno, desde quando conheces Mac Brody?

      – É tão bom na cama como dizem?

      – São namorados?

      – Onde está Mac? Virá visitar-te para outra noite de paixão?

      Quando por fim chegaram a casa e fecharam a porta apoiaram-se na parede, perplexos.

      – Pode saber-se o que se passa? – exclamou Connor.

      – Baixa a voz – desafiou-o Daisy.

      Os três deram um salto quando alguém meteu uma revista pela caixa de correio da porta.

      – Bela foto, Juno. Não queres mesmo fazer comentários?

      Depois de pôr Ronan nos braços da sua mulher, Connor inclinou-se para agarrar na revista.

      – Leva-a para o estúdio, eu esperarei aqui pela polícia – disse-lhe, tirando o telemóvel do bolso. – E também vou ligar a uma empresa de segurança, só para prevenir.

      Juno seguiu Daisy até ao estúdio, sentindo-se horrivelmente culpada.

      Não lhe ocorrera que os jornalistas

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