Novos Começos Encantados. Brenda Trim
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Com minha mente perdida em memórias, preparei um sanduíche e estava me afastando da janela quando um movimento chamou minha atenção. Eu respirei fundo e imediatamente comecei a engasgar com minha comida. Amassando a comida na minha mão, corri para a porta dos fundos e disparei por ela.
Eu ainda estava tossindo quando desci correndo os degraus. Depois de mais algumas tosses, consegui limpar minha garganta. — Posso ajudar? — Ainda parecia que a comida estava empacada no cano errado.
A mulher parou com a mão em uma erva de jardim e olhou para mim. Ela parecia ter quase trinta anos, talvez trinta e poucos, e tinha um cabelo ruivo deslumbrante. Minhas mãos alisaram minha camiseta rosa quando eu olhei para seu top e barriga chapada.
Ela ergueu uma das mãos e sorriu. — Ah, oi. Você deve ser Fiona, a neta de Isidora. Eu sou Aislinn. Achei que você já estaria em um avião e voltando para casa agora. Eu vi o carro partir horas atrás.
Cruzei os braços sobre o peito, espalhando maionese no meu seio esquerdo. Eu estava toda desarrumada, mas não me importei no momento. Não tinha ideia de como eram as coisas com a minha avó, mas não queria que as pessoas vagassem pela minha propriedade sempre que quisessem.
— Esta é minha propriedade e decidi ficar. Ouça, não tenho certeza de que acordo você fez com minha avó, mas gostaria de um aviso antes que saísse por aí roubando minhas coisas.
Os olhos de Aislinn saltaram das órbitas e sua mão caiu para o lado do corpo. — Sinto muito. Como eu disse, imaginei que você tivesse ido embora. Eu só precisava de um pouco de cardo santo para uma poção, e Isidora sempre me permitiu colher os poucos ingredientes que preciso em troca de ajuda na manutenção daqui.
Isso trouxe um sorriso aos meus lábios. Minhas mãos relaxaram e pedaços de tomate caíram de dentro do pão. — Nesse caso, você é mais que bem-vinda. Honestamente, eu estava pensando em me livrar do jardim. Eu juro que tenho um “dedo preto”. Além disso, não tenho ideia do que seja tudo isso, ou para que serve.
Aislinn riu e cortou alguns galhos da planta que estava segurando. — Se você é parente de Isidora, você será capaz de manter as coisas vivas, mas ajudo com prazer. Esta se tornou minha terapia desde que meu marido me deixou, há um ano. Seu marido não veio morar com você?
Eu balancei minha cabeça de um lado para o outro quando um nó se formou na minha garganta. Sempre que falava sobre Tim, eu ficava à beira de desabar. Já havia passado tempo suficiente para que eu tivesse superado. Mas eu sabia melhor do que ninguém que não existia essa tal coisa de superar quando se tratava de algo assim. O luto era uma montanha-russa que te pega desprevenido, quando você menos espera, a dor surge. A perda de alguém que você ama nunca para de doer, não importa quanto tempo tenha passado.
— Meu marido faleceu há alguns anos. Câncer. — Ao dizer isso, me prevenia das perguntas inevitáveis sobre o que o matou. — Meus filhos voltaram hoje para casa, para as aulas da faculdade. Eles virão me visitar, mas não vão morar comigo.
— Eu sinto muito pelo seu marido. Você está recomeçando, isso é bom. Isso ajudará a criar uma vida sem ele. Dessa forma, a dor não vai te consumir toda vez que você olhar ao seu redor.
Meu queixo caiu com a percepção da jovem. Eu nunca teria esperado que ela fosse tão sábia. — Honestamente, eu nunca pensei sobre isso. Foi muito difícil deixá-lo ir. Apesar de como doía comer em nosso restaurante favorito e ir ao nosso parque, eu ignorei essa dor porque parecia uma traição fazer qualquer outra coisa. Só quando cheguei aqui e senti essa sensação de pertencimento que comecei a pensar mais no meu desejo de criar uma vida nova para mim.
Aislinn passou pelo portão e parou ao meu lado. Ela era pelo menos sete centímetros mais baixa do que meus um metro e setenta e era magra como uma vara, mas exalava uma aura verde. Bem, devo ter pensando isso porque ela gosta de jardinagem.
— Por ser uma Shakleton, você definitivamente pertence aqui. Preciso voltar para casa para fazer esta poção, mas se você precisar de alguma coisa, trabalho na Pena de Fênix. Na verdade, você deveria vir alguma hora para tomar uma bebida. Por minha conta.
Eu estendi minha mão limpa e apertei a dela. — Obrigada. Nos falaremos, tenho certeza.
Eu a observei partir, mas não consegui ver qual caminho ela tomou ao sair para a estrada, porque parado do outro lado do caminho estava um homem. Ele era musculoso e intimidante. Eu não diria que ele era lindo. Ele era muito assustador para isso, embora sua beleza fosse inegável.
Eu ergui minha mão e acenei para ele. — Oi. Eu sou a Fiona. Acabei de me mudar para a casa da minha avó. — O cara não disse uma palavra enquanto ficava parado com os pés separados e os braços cruzados sobre o peito enquanto estreitava os olhos azuis para mim.
Esperei alguns minutos antes de perceber que ele não se apresentaria. Engolindo em seco, voltei para minha casa. Quando entrei na cozinha, ele tinha ido embora. Talvez eu perguntasse a Aislinn quem era o homem atraente, porém furioso.
Pymm's Pondside estava se revelando ser mais do que eu esperava quando voltei para a cozinha para ver talheres espalhados sobre a ilha. Uma determinação familiar caiu sobre mim. Isso ia ser ótimo… mas eu não tinha outra escolha.
Perdi minha avó, larguei meu emprego, vendi minha casa e me mudei para outro país. Eu não poderia exatamente continuar de onde parei. Aquela outra vida estava jogada ao vento agora.
CAPÍTULO DOIS
— Aaaaai! — Eu segurei minha cabeça quando o tal ping começou novamente. Eu me perguntei pela milionésima vez se este era um sintoma da pré-menopausa. As ondas de calor estavam acontecendo cada vez mais e eu encontrei um cabelo grisalho ontem, então não me surpreenderia se fosse. Dizem que os quarenta são os novos trinta e na época eu concordei. Aos quarenta, não havia muito o que diminuísse o meu ritmo. Aos quarenta e cinco, já não tenho tanta certeza. Em certos momentos eu me sinto uma anciã.
Eu empurrei a irritação de lado e forcei meus pés a me levarem até a cafeteira. Na semana passada, percebi que precisava encontrar algo para fazer com meu tempo. Sempre trabalhei em tempo integral e não suporto a ideia de ficar sem ter o que fazer. Até tenho gostado de não ter o estresse do hospital, mas preciso de algo.
Eu gostaria que Violet tivesse mais tempo. Era bom morar na mesma cidade que ela agora, mas ela tinha uma livraria e não tinha tempo para ficar comigo o dia todo. Pensei em perguntar se poderia ajudar na loja, mas não queria me impor. Uma coisa era falar diariamente no computador e outra era visitá-la o tempo todo.
Além disso, não ajudava em nada o fato da recepção calorosa que experimentei quando cheguei a Pymm's Pondside ter diminuído. Era mais como se alguma força estivesse tentando me fazer ir embora. A casa parecia me querer ali e querer me afastar ao mesmo tempo. Era um jogo cansativo de puxa-empurra.
Consegui respirar fundo quando o ping em minha cabeça parou. Foi quando a batida começou. Parecia que o aquecedor de água estava prestes a explodir, mas eu estava relutante em chamar o encanador da cidade para voltar aqui. A última vez que ele veio, ele me disse que não via razão para os sons. Não ajudou que durante a hora e meia em que ele esteve aqui, não ouviu nada.
Decidindo não pensar duas vezes, eu enchi uma xícara do meu pretinho básico e tomei um gole da bebida cafeinada enquanto olhava para a lagoa pela janela. As manhãs aqui eram absolutamente as minhas favoritas. A vegetação ao meu