Novos Começos Encantados. Brenda Trim
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— Como é que eu fiz isso acontecer? — Perguntei para o ar enquanto observava uma sala de estar perfeitamente organizada. O sofá e a namoradeira estavam do lado oposto, com a cadeira complementando os assentos. A pintura de uma paisagem que pairava sobre a lareira tinha sumido e suportes vazios estavam em seu lugar. Precisamente onde eu planejava pendurar a TV de tela plana.
Eu realmente preciso descobrir como funciona essa merda toda. Embora, eu não me importava de fazer flores crescerem e fazer a casa se ajeitar sozinha. Eu me virei e fui para a cozinha para pegar algo para um jantar leve. Nada me apetecia e eu não tinha desejo de cozinhar.
Por uma fração de segundo eu fiquei lá desejando alguns tacos de peixe como uma tola. Parte de mim realmente esperava que eu pudesse fazer as coisas aparecerem apenas desejando-as, enquanto o resto de mim sabia que aquilo era impossível. Eventualmente fui forçada a admitir a derrota e peguei uma maçã, um pouco de manteiga de amendoim e um refrigerante. Eu estava lá comendo quando o calor eclodiu sobre o meu corpo.
O suor escorria por todos os meus poros e eu fiquei tonta. Abri o freezer e fiquei na frente dele esperando que aquilo me esfriasse. Pela janela eu notei as árvores balançando com a brisa e eu estava tentada a andar lá fora, mas o ar frio da geladeira parecia bom demais para me mover.
Um segundo depois, a porta dos fundos se abriu e os ventos sopraram pela casa. Eu me assustei, fechei a porta do freezer e fui lá fora procurar o que fez a porta se abrir assim. O sol estava apenas se pondo e o céu era uma bela mistura de rosa e laranja.
Um ruído de cascalho sendo esmagado se intrometeu na quietude do meu momento de paz e me virei para ver Sebastian andando pela estrada. — Você está me seguindo, Sebastian?
Sua cabeça virou em minha direção e seus olhos arregalaram um pouco antes de estreitarem. Minhas mãos foram para minha boca e eu desejei me enfiar em um buraco. Eu tinha acabado de provar a ele que eu era o pior tipo de perseguidora do mundo.
— Eu não estou seguindo você. Eu vim para Pymm's Pondside. — Sua voz era mais áspera do que o cascalho sob suas botas pretas e me atingia de maneiras que não deveriam acontecer.
Limpando minha garganta, cruzei meus braços sobre meu peito. — Sim, posso ver isso. Por que você continua vindo aqui? Quer alguma coisa?
Ele me observou sem dizer nada. As palavras de Aislinn sobre meu novo trabalho como Guardiã brotaram em minha mente. A mulher não tinha me dado mais nenhuma informação sobre o assunto. Talvez ele quisesse atravessar para o reino Feérico.
— Ah, hum, você quer atravessar para… — Minhas palavras vacilaram enquanto minhas bochechas aqueciam. Eu não tinha ideia de como aquilo funcionava. Não queria que esse cara pensasse que eu era uma idiota.
Ele inclinou a cabeça. — Para Eidothea? O que você sabe sobre portal para o reino Feérico?
Meus ombros levantaram e caíram. — Não sei de nada. — Doeu ter que admitir aquilo. Por alguma razão eu queria que ele visse a mulher brilhante que eu era. Aquela que aprendia as coisas mais rápido do que qualquer um ao meu redor e tinha se formado em primeiro lugar da classe na escola de enfermagem. Era por isso que eu era a única enfermeira capaz de conectar pacientes ao aparelho de ECMO no meu hospital anterior. — Nem sei se acredito em nada do que Aislinn disse sobre magia, os Feéricos, e meu suposto trabalho.
— Eu estava preocupado com isso. É por isso que eu vim para cá.
— Por quê? Você está aqui para me ajudar? — Por favor, esteja aqui para me ajudar. Minha cabeça estava uma bagunça e precisava de alguém para me ensinar sobre tudo aquilo. Certamente havia regras que eu deveria seguir. A última coisa que eu queria fazer era cometer um erro porque eu não sabia das coisas.
Oh, Deus! E se eu deixar algum Feérico serial killer passar pelo portal?
Sebastian não respondeu, apenas ficou me encarando. Vaga-lumes começaram a rodear minha cabeça. Espantei eles com uma mão enquanto mantinha meus olhos em Sebastian. O zumbido tornou-se persistente até que finalmente me virei para ver que estava enganada sobre o que estava voando ao meu redor. Na verdade, eram pessoas pequeninas voando. Assim como a Sininho!
Estas criaturas tinham asas iridescentes e cabelos e roupas coloridos vibrantes. — O que são eles? Aislinn nunca me contou o que eles eram.
Sebastian diminuiu um pouco da distância entre nós. — Eles são pixies. E esses são brownies, ou duendes amigos.
Segui o dedo dele e notei pequenas criaturas marrons rastejando sob a cerca e indo para o jardim. — O que é que eles fazem? Eles estão tentando atravessar?
— Você realmente tem que dar um jeito de aprender antes que o Rei Voron envie algo terrível para estabelecer uma base neste reino. — Depois de rosnar essas palavras, Sebastian começou a se afastar.
Minha boca comprimiu em uma linha fina para evitar xingá-lo enquanto ele ia embora. Engolir a raiva e a frustração não foi fácil, especialmente quando considerei como isso tinha acabado de cair no meu colo e ele estava esperando que eu fizesse milagres.
Com um grunhido, dei um pisão na grama. Eletricidade escaparam das minhas mãos. Gritei e agitei minhas mãos no ar. Um raio branco brilhante voou para a esquerda e atingiu uma árvore.
Chamas irromperam ao longo da casca e uma figura alta e esbelta saiu de dentro dela gritando. Corri ao redor da lagoa e a alcancei num piscar de olhos. Meu coração bateu descontroladamente no meu peito enquanto queimaduras brotavam ao longo dos braços dela.
Agindo por instinto, corri para a lagoa e peguei o máximo de água com as mãos. Quando voltei para ela com um punhado de água, o fogo já apagado, e ela estava me encarando. Derramei o líquido sobre o braço dela. — Sinto muito. Eu não queria te machucar. Eu perdi a cabeça.
Os cantos dos seus finos lábios castanhos se ergueram e seus olhos verdes brilharam. — Está tudo bem, Bas tem esse efeito nas pessoas. Eu sou Theamise. Sua avó me convidou para viver no Bordo quando ele estava morrendo por causa de um fungo.
Acenei com a cabeça como se já soubesse disso. Quando eu menos percebia, algo novo era jogado para cima de mim. Exceto que eu sabia sobre aquilo. Vovó me contou a história sobre a árvore estar à beira da morte e que ela fez um acordo com uma ninfa para salvá-la.
Parecia impossível que essas criaturas sequer existissem. Se não fossem as histórias que minha avó me contou, eu ficaria muito mais chocada. Esperava que fosse mais fácil aceitar que tudo isso fosse real porque não podia continuar tendo as mesmas discussões na minha cabeça. Sério, eu fazia esquizofrênicos parecerem sãos.
Eu não tinha mais vinte anos. Ser atingida com tudo isso estava afetando a minha mente. Mas como todos os Shakleton, eu me recusava a permitir que isso me sobrecarregasse. Com um susto, percebi que minha mãe fugiu de tudo isso. Não achei que ela negasse a existência desse mundo. Afinal, ela me mandava para ficar com a mãe dela todo verão. Mas por que ela ou meu pai nunca me contaram sobre nada disso? Não pude deixar de me perguntar o que a fez se afastar.
Nada disso importa agora! Certo. Eu precisava dar um jeito na situação antes que ela saísse do controle. Algo estava obviamente acontecendo no meu novo mundo e eu tinha que descobrir o quê, antes que acabasse com a bunda no chão, literalmente.