Alimentação por energial solar e universal. Francisco Cunha Leão
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Ademais, parece oportuno desenvolver uma reflexão acerca dos aspetos que a humanidade teve de enfrentar, no seu desenvolvimento, antes de entrar na questão específica deste livro. Só assim se compreenderá a necessidade de uma procura aprofundada e o desenvolvimento de experiências necessárias para uma substancial alteração na alimentação humana, bem como noutros comportamentos, tais como locomoção de transportes, funcionamento de sistemas industriais, entre outros, de formas não poluentes nem geradoras de prejuízos ambientais.
Posto isto, será indicado iniciar tal reflexão começando pelas alterações climáticas experimentadas, e seus efeitos impulsionadores no desenvolvimento da humanidade, com consequente alteração de hábitos, bem como nas formas de vivência social e económica, sempre mais consonantes às circunstâncias, através de toda a sua História.
Na realidade, as alterações climáticas foram fundamentais, em muitas circunstâncias, no desenvolvimento da humanidade. Gerando problemas de subsistência, que tinham de ser resolvidos na sua altura própria, provocaram a necessidade de procuras muito profundas em variadíssimos aspetos, obrigando sempre a novas situações, na sua evolução.
Assim aconteceu, nas várias épocas glaciares, que geraram a necessidade de processos de caça, até aí desconhecidos, com o animal frente a frente; e com o intrínseco movimento das placas tectónicas, o qual conduziu a uma substancial separação dos continentes, cortando os pontos de ligação existentes, como Gibraltar, Itália, Península Arábica, o aparecimento dos Himalaias, como resultado do choque da Índia com o Sul da Ásia, etc.
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Capítulo I
A importância das alterações climáticas
Após a formação do planeta, e após o seu arrefecimento, as alterações climáticas foram sempre uma constante no seu desenvolvimento natural. Possibilitaram o aparecimento de vida, inicialmente muito primária, como simples moléculas, fruto de rações químicas e depois micro-organismos, que se foram desenvolvendo de variadíssimas formas, consoante as constantes mutações que se iam verificando nos seus elementos. Conduziram sempre a novas combinações e, portanto, a novas espécies, tanto vegetais como animais e até naturais.
No desenvolvimento da espécie humana, as épocas glaciares foram fundamentais, pois, ao criarem problemas graves à sua nutrição, obrigaram a humanidade a encontrar soluções variadíssimas. Muito diferentes no seu comportamento, sempre face a novas situações, impulsionaram o desenvolvimento da inteligência, nas zonas afetadas – até aí adormecida, por tal não ter sido ainda necessário.
Ora, tais épocas, afetaram as Zonas do Norte, sentindo-se a sua influência até ao Sul da Europa e da Ásia, tendo sido menos extensas no continente americano, motivadas pelo ambiente aquático que o rodeia. Promoveram, portanto, uma maior estabilização a este acontecimento. Além disso, neste continente as populações puderam deslocar-se, com maior facilidade, para Sul, pelo corredor onde se situa o México, evitando uma importante parte dos problemas, resultantes dessas glaciações.
Por outro lado, nos continentes Europeu e Asiático, embora tivesse existido o mesmo deslocamento para Sul, as populações encontraram o mar, na quase totalidade da sua extensão, com uma única zona de passagem, na zona da Arábia – com a agravante de tais glaciações se terem estendido até muito mais a Sul do que no continente americano, devido à ausência de oceanos, em grandes extensões. Tal facto, obrigou estas populações a encontrarem novas formas de sobrevivência, muito diferentes das que conheciam, e daí o abrigo em grutas, originando uma consequente ausência de luz solar, quase por completo, nas suas atividades de sobrevivência. Esta situação estará na base da perda da coloração negra da sua pele, que inicialmente, caracterizava todos os humanos.
Além disso, tal circunstância obrigou a um mais rápido desenvolvimento da inteligência, nas populações destas regiões. Inteligência fundamental à sua própria sobrevivência, a qual se fez sentir diferenciada até aos finais da Idade Média, o que proporcionou o aparecimento e desenvolvimento de grandes civilizações, ao longo da História da humanidade.
Com efeito, podemos destacar as civilizações mesopotâmica, egípcia, suméria, chinesa, o Império Romano, os Vikings, os Descobrimentos Portugueses, e consequente descoberta do próprio planeta, na totalidade da sua extensão, bem como a descoberta das diferentes culturas, inerentes às diferentes zonas do planeta.
No continente americano, poderemos destacar a civilização Inca, que se desenvolveu nas mesmas épocas que as atrás referidas e, pelos mesmos motivos, face à ausência da acentuada gravidade dos problemas, estagnou mais cedo.
Nas outras zonas do planeta, a não ocorrência de tais problemas resultou num adormecimento das populações indígenas. Estas mantinham-se numa vivência muito natural, apoiada nos recursos que a própria natureza fornecia e, consequentemente, um desenvolvimento sem questões para solucionar, sendo esse o motivo da sua prolongada estagnação. A inteligência era a mesma, como atualmente se comprova mas, naquelas épocas, não necessitou de se manifestar, nem desenvolver nessas populações, localizadas, fundamentalmente, em toda a África, América do Sul, Insulíndia e Austrália.
Ora, e retomando o assunto deste capítulo, as alterações climáticas não desapareceram. Irão continuar a progredir, sujeitando a humanidade a novos desafios e, por consequência, a novos desenvolvimentos, no sentido da sua própria sobrevivência, e evolução.
Com efeito, o gradual aquecimento do planeta, com base no chamado “efeito estufa” provocado pela própria ação humana através da utilização e manuseamento descontrolado de “combustíveis fósseis”, está a conduzir a um gradual degelo das calotes polares, bem como a conduzir o planeta a um aumento considerável da temperatura e a uma subida das águas dos oceanos.
Não são ainda previsíveis que mutações se irão verificar face a este novo desafio, mas a humanidade terá de se moldar a estas novas circunstâncias, no sentido da sua própria sobrevivência, pois o aquecimento global não tem origem apenas no “efeito estufa”, mas igualmente na constante natural do próprio planeta e, muito possivelmente, no constante movimento das placas tectónicas, as quais nada têm a ver com a ação humana!
Também o sol tenderá a aumentar de volume, o que agravará situações de “aquecimento global”, embora as órbitas dos planetas entrem também numa fase de maior extensão provocando, como será de esperar, um aumento de dias anuais.
No presente momento, por exemplo, assistimos ao desenvolvimento de uma nova espécie viral, o coronavírus, ou Covid-19, cujos resultados serão ainda uma incógnita e, possivelmente, irão impor uma nova forma de relacionamento social – o que já está a acontecer – por questões de defesa da vida.
Mas outras situações irão suceder-se, pela própria constante da natureza que, no seu trajeto da perfeição a atingir, não parará de colocar problemas, mais ou menos graves a toda a humanidade. Esta terá de saber lidar com isso sempre que tal se imponha, provavelmente num desafio de conquista do espaço, de forma mais rápida e eficaz, no sentido de futuramente termos de abandonar o presente planeta, em direção a qualquer outro, com condições mais adequadas à vida da humanidade. Um planeta com menor gravidade, e por isso, mais adequado à nossa coluna vertebral; maior dimensão superficial, estações mais constantes.