Receio. Francois Keyser
Чтение книги онлайн.
Читать онлайн книгу Receio - Francois Keyser страница 4
Tenho a certeza de que a Christine será rápida a copiar a ideia agora que descobriu. Especialmente visto ter conseguido prevenir o Steve de ir embora. Ela estará passada por causa disso e certamente estará à procura da próxima coisa com a qual me irá atacar.
Suponho que passou a não gostar de mim por ser a sua concorrente. Não consigo imaginar porquê, para além de poder ter levado um cliente que ela queria muito. Um cliente como aquele cujo casamento vou fazer este fim-de-semana.
Bem, ela pode perseguir a minha banda e o que quer que ela queira, mas é demasiado tarde para me tirar este cliente.
Melhor sorte na próxima vez, cabra, penso para mim mesma. Estou bastante surpreendida com a rapidez com que a minha visão sobre ela passou de ídolo e modelo a raiva de torcer o estômago quando penso nela ou ouço o seu nome.
Questiono-me se irá atrás dos meus outros recursos também, agora que falhou com o Steve. Em vez de ficar quieta e a fumegar, decido começar a encontrar recursos alternativos para intervirem com pouca antecedência, caso seja necessário. É isso o mais certo a fazer.
CHRISTINE
Estou zangada. Falhei com o Steve e a sua banda.
Respiro fundo umas poucas vezes e começo a relaxar. Conseguir a banda de uma organizadora de casamentos é apenas uma parte do seu negócio. Há muitas mais partes para atacar. No entanto, meto de lado o pensamento de outras partes do negócio enquanto penso no conceito de ‘murmurador de casamento’ que o Steve deixou escapar.
Sei que há algo importante nisso. Por enquanto, flutua para além do meu domínio mental como um burro a olhar para um castelo. Tenho de admitir que é uma ideia genial e devia estar a pensar em fazê-lo também. Mas há algo mais sobre isso que penso que é muito mais importante do que simplesmente copiar a ideia.
Pego no folheto que tirei da cabine da Viola e estudo-o. Não há uma única palavra no folheto sobre um murmurador de casamento. Nada que sequer lhe faça alusão como serviço.
Verifico o seu website de novo. Nada. Em lado nenhum. Os testemunhos não dizem nada sobre isso. Como é que ela consegue manter isso em segredo? Certamente os clientes devem ficar impressionados com o valor acrescentado?
Porque é que os clientes o manteriam em segredo? Não é possível. A não ser...
A não ser o quê? Sei que está lá, mas simplesmente não consigo lá chegar. Frustrada, finalmente ponho-o de lado e foco-me em outros trabalhos que tenho para fazer.
A minha assistente entra no meu escritório e decido fazer ricochetear a ideia.
“Lacy?”
“Sim?”
"Quero partilhar algo contigo. Uma ideia para possivelmente melhorar o nosso serviço e para nos diferenciar de outros organizadores de casamentos.”
“Okay,” Lacy diz enquanto se senta à minha frente. “O quê?”
“Um murmurador de casamento.”
“O quê?” Lacy pergunta, não compreendendo o que estou a dizer.
“Um murmurador de casamento. Uma pessoa que contrato para encorajar a noiva ou noivo a pôr de lado o seu medo de última hora de se casarem e para seguirem em frente com o casamento.”
“Por que raio quererias fazer isso?” Lacy pergunta.
“Porque os clientes desembolsam muito dinheiro num casamento. Dinheiro que perdem se a noiva ou o noivo decidirem deixar o outro de pé no altar. Esta pessoa ajudá-los-ia a ultrapassar o seu medo e a caminhar até ao altar de qualquer maneira.”
Lacy abana a cabeça. Ela é conservadora e sei que fiz a coisa certa ao perguntar-lhe. Se alguém terá uma objeção negativa, é ela. Por mais que as suas objeções sejam negativas, fazem sentido na maioria das vezes.
“Nem pensar. Isso é pedir problemas.”
“Problemas? De quem?”
“Chris,” ela diz, usando a versão curta do meu nome. “É perigoso. Uma boa ideia, mas é perigoso. Demasiado perigoso.”
“Porque é que dizes que é perigoso?”
Ela inclina-se para a frente, cruza as pernas e pousa os seus cotovelos nos seus joelhos. Por sua vez, ela descansa o queixo na mão, como sempre faz quando está prestes a fazer uma observação muito importante. “O que acontece se este murmurador de casamento fala com a noiva ou noivo, convence-os a casarem-se e poucos meses ou anos depois, eles divorciam-se?”
“Não tenho a certeza se compreendo, Lacy.”
“Bem, as pessoas ficam bastante rudes quando se divorciam. Precisam de alguém para culpar. Precisam de pôr a sua raiva em alguém e se puderem dizer que se casaram porque se sentiram pressionados a fazê-lo devido a um murmurador de casamento, então diria que terias imensos advogados a baterem-te à porta muito rapidamente.”
Absorvo o que a Lacy acabou de me dizer. Sei que ela tem razão e, na minha mente, finalmente começa tudo a fazer sentido.
Aceno em compreensão. “Obrigada, Lacy. Isso faz sentido. Posso contar sempre contigo.”
“É por isso que aqui estou,” ela sorri.
“É tudo por agora.”
Lacy levanta-se e sai do meu escritório.
Quase salto de alegria. Não acredito que não vi as possibilidades do que ela acabou de me dizer. Olho para o folheto de novo. Nada. Nem uma única palavra sobre um murmurador de casamento.
E agora sei porquê. É uma bomba à procura do detonador e de um lugar para ser acionada. Qualquer casamento podia ser o lugar e o detonador.
Rio com alegria.
Sei o que preciso de fazer.
VIOLA
Receio.
Não, não estou a falar do tipo de receio de quando estamos prestes a fazer um teste ou a experienciar algo de novo ou a fazer uma apresentação em frente a desconhecidos.
Estou a falar do outro tipo de receio.
O pior tipo.
O tipo de receio que algumas mulheres e, em menor medida, alguns homens têm antes dos seus casamentos. Sim, esse tipo.
O meu maior ódio. Porquê? Porque na minha linha de trabalho, pode arruinar tudo.
Qual é a minha linha de trabalho?
Sou uma organizadora de casamentos. Qualquer organizador de casamentos odeia e tem medo dos receios. Podem descarrilar