Conquista Da Meia-Noite. Arial Burnz

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Conquista Da Meia-Noite - Arial Burnz

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trazê-la de volta para cá, para suportar a instabilidade de uma vida doméstica inconstante.

      — Uma vida doméstica segura e amorosa é melhor do que as duras penas que ela suportou sob seu teto. Vou providenciar para que os pertences dela sejam trazidos de volta agora mesmo. — Parlan estreitou os olhos na direção de Ian. — Se quer ter acesso à coroa, rapaz, é melhor provar ser um marido amoroso, digno dos meus futuros netos.

      Davina lutou para acalmar as batidas fortes de seu coração que agora estava em total descompasso. Ela voltaria para casa!

      — Parlan. — Munro colocou uma mão reconfortante no ombro do pai dela. — Posso garantir que Davina estará segura sob meu teto. Agora que estou ciente da situação…

      — Os maus tratos estavam ocorrendo sob o seu nariz, e você não foi capaz de enxergar! — Parlan rugiu.

      Munro baixou a cabeça, recuando e assentindo.

      — Está certo, Parlan. Não posso expressar o pesar de minha ignorância pela dor que causei a sua preciosa filha. Hoje vejo Davina como a filha que sempre quis, e lamento que minha esposa não tenha vivido para conhecê-la. — Munro se virou e iniciou uma passada acelerada, um vai-e-vem, as mãos atrás das costas, uma visão de arrependimento. — Creio que se Ian tivesse a influência amorosa de minha esposa, ele poderia ter aprendido a ser um marido mais gentil. Temo que minha atenção a questões de propriedade e riquezas tenha me dado pouco tempo com ele, então falhei em meu dever de ensinar certas coisas. — voltando os olhos tristes para Parlan, Munro defendeu seu caso. — Entendo sua decisão, e se deseja mantê-la, não lutarei com você. No entanto, imploro que me dê a chance de consertar isso. Meus olhos estão abertos, e eu serei o protetor de Davina. Vou manter Ian sob controle.

      Davina esperou, a respiração presa no peito, enquanto ousava ter esperanças na segurança que seu pai oferecia. Os momentos se prolongaram por uma infinidade de tempo enquanto ela observava Parlan considerar as palavras de Munro.

      Com um suspiro profundo, ele assentiu.

      — Concederei.

      Davina abriu a boca, e seu coração mergulhou para as profundezas de seu âmago.

      — Com uma condição: todos ficarão aqui, como nossos hóspedes, por quinze dias ou mais. Desejo passar um tempo com minha filha, e que ela tenha uma chance de alívio. Assim como um período de observação para seu filho. — Parlan apontou um dedo para o rosto de Munro e rosnou: — Entretanto, se eu vir o menor sinal de tristeza nos olhos da minha filha, qualquer indício de marcas em seu corpo, se eu não vir seu comportamento mudar para o de uma mulher contente e feliz em pouco tempo, eu anularei este casamento, não importa o escândalo ou o prejuízo que tal ação me traga.

      Munro apertou a mandíbula, e seus olhos ficaram frios.

      — Sim, tenho certeza de que escândalo é algo com que está bem-acostumado a lidar, considerando seu histórico.

      O rosto de Parlan ficou vermelho.

      — Mesmo desconsiderando de onde venho — ele rangeu os dentes. —, ainda sou aquele que tem conexões com a coroa, e não apenas através do meu nascimento ilegítimo. Ser primo e ter crescido lado a lado daquele que está hoje no trono tem seus privilégios.

      Os dois homens se encararam em uma competição silenciosa, mas um largo sorriso por fim apareceu no rosto de Munro.

      — Não se preocupe, meu amigo! Não ficará desapontado. Ian será um genro modelo e teremos muitos netos dos quais nos orgulhar!

      Os tapas vigorosos de Munro nas costas de Parlan não fizeram nada para apagar a linha determinada da boca de Parlan, mas ele ainda assentiu.

      Davina engoliu em seco as novas lágrimas de consternação que ameaçavam delatá-la. Afastando-se da porta, ela caminhou em silêncio pelo corredor, para longe desta reunião de homens, esta dominação masculina que gerava um destino cheio de condenação para a vida dela. Enquanto cambaleava pela cozinha, ia até o pátio vazio e passava atrás dos estábulos, seu coração afundou ainda mais com a ideia da proteção de Munro na qual ela não tinha fé. Ela nunca disse uma palavra ao pai, e Parlan sabia que Ian a estava maltratando pelas poucas visitas que os pais haviam feito, ou nas breves visitas deles à casa do pai. Como Munro pôde ficar ali, fingindo ignorar o que acontecia sob seu próprio teto? Ela afundou em uma pequena pilha de palha atrás de alguns barris para coleta da chuva, puxou os joelhos contra o peito e enterrou o rosto nos braços, deixou as lágrimas rolarem.

      Nenhuma vez durante esse horror e farsa de casamento ela confidenciou ao irmão Kehr. Mesmo agora, ela não podia ir até ele, já que ele estava em Edimburgo, a pelo menos três dias de viagem da casa deles em Stewart Glen. Por que ela nunca compartilhou nenhuma de suas angústias em relação a Ian com o irmão? Ela não conseguia raciocinar neste momento. Compartilhava tudo com ele, incluindo as fantasias de ser a esposa do cigano vidente. Não os detalhes íntimos, é claro, mas a ideia de ele voltar e declarar seu amor por ela. Ela sentia-se grata porque o irmão aceitava os devaneios dela, embora a provocasse de vez em quando. Kehr sempre a apoiou, mas a alertou para não ficar muito presa aos sonhos. Afinal, era uma fantasia.

      Respirando fundo, ela acalmou o coração que batia forte e apertou as mãos, buscando suas fantasias para aliviar a preocupação. Que impressão ele causara nela, o gigante vidente cigano. Ela havia aproveitado muitas viagens ao acampamento cigano durante a última estada deles aqui, conversou com Amice, tomaram chá perto do fogo. Quase sem olhar para Davina, Broderick ia e vinha, contando o futuro e cuidando de seus negócios. Muito tímida para se dirigir a ele de maneira direta, Davina aproveitava cada oportunidade que o via, a paixão crescendo. E quando ele se dirigia a ela, ela não conseguiu formar mais do que duas palavras sem uma onda de risos. Contudo, memorizou cada traço do rosto de Broderick: a curva de seu nariz aquilino, o ângulo bonito das maçãs do rosto, a linha definida da mandíbula quadrada. Na tenra idade de treze anos, a inocência e a inexperiência temperaram seus devaneios com passeios pelas florestas enluaradas e beijos roubados. Conforme ela crescia, essas fantasias amadureceram e queimavam com abraços cheios de paixão. Amice disse que eles voltariam. Nos oito anos desde que ela o conheceu, cada caravana de ciganos que viajava pela pequena vila de Stewart Glen colocava seu coração em chamas, que logo se apagavam pela decepção por ele não estar entre eles. Quando seu pai firmou o contrato de casamento com Munro, dando a mão dela a Ian, ela se forçou a abandonar os sonhos, e chegou à conclusão realista que precisava deixar os caprichos de lado, como seu irmão encorajou.

      A realidade sombria da união com Ian, entretanto, ressuscitou tais fantasias, e ela se agarrava como se pudessem salvar sua vida.

      Gatinhos miaram em algum lugar nos estábulos, gritinhos indefesos chamando a atenção dela e fazendo curvar os lábios em simpatia. Ela suspirou. Pelo menos seu coração parou de retumbar acelerado, e as mãos estavam firmes mais uma vez.

      Apoiando a cabeça contra a estrutura de madeira dos estábulos, ela olhou para as pedras da parede do perímetro do outro lado… pedras que seu pai colocara com suas próprias mãos. Ela sorriu ao se lembrar da tentativa dele de projetar a abertura secreta localizada no lado norte da parede do perímetro, na parte de trás do terreno, à sua esquerda. Ele reclamou como os mecanismos eram imperfeitos. Kehr e Davina adoravam usar a passagem secreta para se divertir ao longo dos anos, embora com a severa advertência do pai para não revelar o local exato. Mesmo que a casa não tenha sido projetada para ser uma fortaleza formidável contra um exército, os muros os mantinham seguros por levar todo o tráfego para os portões da frente. Parlan sempre se preocupou com a família, como um pai responsável deve fazer.

      Ela

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