Na Cama Do Alfa. Kate Rudolph

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Na Cama Do Alfa - Kate Rudolph

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não estava algemada no momento.

      Krista se levantou e ele tomou seu lugar, sentando-se ao lado da irmã e puxando-a para perto. Ela parecia uma pena em seus braços, frágil o suficiente para flutuar em uma brisa forte. Mas ele também podia sentir um núcleo de força dentro dela para sair dessa situação. Ele beijou sua bochecha e perguntou:

      — Do que a Krista está falando?

      Ele esperava que a bruxa falasse, mas foi sua irmã quem respondeu.

      — A Krista acha que pode impedir minha transformação. Talvez me deixe controlar isso. — Ela encontrou seus olhos, que eram tão semelhantes aos dele. Às vezes, as pessoas diziam que era impossível dizer que eram meios-irmãos Essas pessoas jamais deveriam ter prestado atenção aos olhos de Cassie.

      — Parece perigoso. — Sem mais informações, ele não poderia deixar sua irmã prosseguir com uma coisa que poderia isolá-la de algo tão vital. Ele olhou para Krista.

      — O que você está propondo? — A pergunta saiu como uma ordem grosseira.

      Maya enrijeceu, mas não disse nada.

      Krista olhou para Mel antes de falar, com um sorrisinho aparecendo no canto de sua boca. A expressão desmentia suas palavras.

      — Pense neste feitiço como um vírus de computador — disse ela. Luke ergueu uma sobrancelha e ela continuou explicando. — Se a Cassie fosse um computador, a mudança de forma seria um programa rodando em segundo plano. Está sempre lá, mas nem sempre ativo.

      — Sim, sei como funciona.

      Krista tentou cruzar os braços, mas estremeceu e deixou o braço ferido solto.

      — O feitiço tem como alvo a transformação dela. Acho que quando tentei quebrá-lo, algo aconteceu. Eles foram amarrados em um grande nó. Posso desfazer o nó, bloquear o vírus de seu programa de transformação, por assim dizer, mas isso pode impedi-la de se transformar.

      Luke olhou para Cassie.

      — Não, é muito perigoso. Não depois... — Ele parou de completar a frase.

      Mas Cassie completou para ele.

      — Não depois que me meti nessa confusão porque eu queria tanto me transformar? Não depois que eu me deixei ser sequestrada por vampiros? Não depois que fiz isso comigo mesma? Qual dessas opções é a certa, Luke?

      — Não foi isso que eu quis dizer. — Saiu mais duro do que ele pretendia. Cassie só foi sequestrada depois de tentar fazer um acordo com Mel semanas antes, quando ela era sua prisioneira. Os vampiros usaram um lapso momentâneo em sua guarda para se esgueirar e tomá-la. Tudo parecia ter acontecido há séculos agora, mas parte disso era porque ele não teve tempo para realmente lidar com as consequências.

      Ela endureceu a mandíbula.

      — A escolha não é sua.

      — O inferno que não é. — Luke queria se levantar, andar de um lado para o outro, mas permaneceu sentado. — Você está no meu território, Cass. Acha que vou deixar uma bruxa te matar?

      — Estou morrendo de qualquer maneira! — Deveria ter sido um grito, mas saiu como uma tosse rouca. — As transformações estão acontecendo cada vez mais rápido. Não sei quanto mais vou durar.

      A tristeza desesperada em sua voz apunhalou Luke até o âmago. Ele queria algo contra o qual pudesse lutar, alguma forma de torná-la melhor. Em vez disso, estava preso aqui, depositando suas esperanças em uma bruxa que mal conhecia para ajudar sua irmã e salvar seu povo.

      Antes que ele pudesse dizer qualquer outra coisa, Mel falou:

      — As pessoas que fizeram isso com ela apareceram? Se querem algo de você, provavelmente vão quebrar o feitiço em troca.

      Luke queria contar tudo a ela. Queria jogar a cautela ao vento e pedir seu conselho antes mesmo de levar o assunto a seus conselheiros de confiança do bando. Mas não conseguiu. Tinha uma responsabilidade para com seu povo e, à frente disso, não podia passar informações confidenciais a alguém que recentemente fora seu inimigo.

      Ou, se não fosse sua inimiga, tinha sido pelo menos sua oponente.

      Por isso, ele não chegou a responder.

      — Mesmo que fizessem, por que eu acreditaria neles? — Ele se virou para Cassie. — Tem certeza de que confia na Krista para fazer isso?

      Cassie assentiu.

      — Sim.

      Então ele respeitaria a decisão de sua irmã. Até certo ponto. Olhou para Krista, deixando apenas um pouco do seu leão interior aparecer em seus olhos. Para seu crédito, ela não vacilou.

      — Se ela morrer... — Ele não terminou a ameaça antes que a bruxa assentisse.

      — Entendi.

      3

      Mel saiu do quarto antes que Krista começasse a trabalhar em Cassie. Tanto Maya quanto Luke ficaram, o que a fez se sentir um pouco culpada por abandonar sua parceira aos leões potencialmente hostis. Mas a sensação de enjoo provocado pela magia era demais para ela, que podia sentir um peso sendo tirado de seus ombros a cada passo. Nem todo metamorfo podia sentir a magia. Na verdade, a maioria não conseguia. Mas Mel conviveu com bruxos desde os oito anos e, embora não fosse capaz de fazer magia sozinha, sentia que era uma habilidade aprendida.

      Chegou ao quarto e puxou o diamante de debaixo da camisa. A corrente de prata se acumulou em sua mão, quente de sua pele. Ela rolou o diamante entre dois dedos. Nada nisso parecia mágico, não havia marcas especiais. Mas nas mãos de uma bruxa poderosa o suficiente, esta pedra poderia ser usada para rastrear Ava. Isso iria atingi-la até que Mel pudesse encontrá-la e derrotá-la de uma vez por todas.

      E era a única razão pela qual tinha ficado no complexo de Luke desde que voltaram do México.

      Não era?

      Pegou sua bolsa e colocou o colar em um compartimento escondido. No que dizia respeito à segurança, faltava qualquer coisa que ela aceitaria em circunstâncias normais. Mas não tinha outro lugar para escondê-lo além de usá-lo o tempo todo, e se Krista visse, se perguntaria por que Mel não tinha feito as malas e deixado o lugar no momento em que Luke balançou o diamante diante dela.

      Mel empurrou a bolsa para debaixo da cama e pulou no colchão bem a tempo de ver Krista entrar mancando. A bruxa estava coberta por uma fina camada de suor e com a pele pálida. Parecia não dormir há três semanas.

      — Deu certo? — perguntou Mel. Ela não tinha ouvido nenhum grito, o que parecia uma melhora, mas não havia como dizer.

      Krista se apoiou contra a porta e se deixou afundar no chão bem devagar. Ela caiu com um baque e puxou as pernas para perto, descansando a cabeça no joelho.

      — Acho que sim. A garota conseguiu. Maya vai colocar um dos membros mais antigos do bando para monitorá-la. Acho que se não se transformar nas próximas doze horas, ela deve ter controle suficiente para sobreviver até... — Krista não terminou o pensamento.

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