Ensinando Futebol Moderno. Salvatore Pappalardo
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As habilidades coordenativas são divididas em dois grupos: 1) básicas: é a capacidade de aprender novos movimentos, de controlá-los para alcançar um objetivo, também de adaptá-los e transformá-los para atingir o mesmo objetivo em contingências diferentes; 2) específico do futebol: equilíbrio, orientação, diferenciação, reação, ritmo, capacidade de adaptação e ajuste, interoperabilidade.
A primeira é a capacidade de manter e, no caso, restaurar o equilíbrio ao ser empurrado, após um salto ou um carrinho: você pode treiná-lo usando uma prancha de tonificação, uma prancha de equilíbrio ou um crash mat (tatame/crash pad) ou talvez fazendo uma corrida curta com jogo de corpo/ombro a ombro entre dois jogadores.
A orientação é aquela habilidade que permite ao jogador saber onde está em campo e relacionar isto com a bola, os companheiros e os adversários. Você pode usar, por exemplo, passes forçados sem olhar para um companheiro de equipe, nos quais o jogador que faz o passe sabe apenas quando o companheiro de equipe começa a correr.
A diferenciação é o ajuste fino de todos os movimentos, pois permite mudar a força, ou o ângulo, ou a precisão de um toque recebido, dependendo das circunstâncias. Pode ser treinado usando bolas de diferentes tamanhos ou pesos, ou talvez diferentes condições de campo.
A reação é importante para estar ciente de uma situação e chegar a uma solução o mais rápido possível; por exemplo, uma perda de posse de bola pode ser um exercício perfeito para um jogador (ou mais jogadores) ler a situação e reagir adequadamente.
A habilidade rítmica está estritamente relacionada a um padrão fluido de movimentos, por exemplo, aqueles que você pode treinar usando uma escada de velocidade.
Capacidade de se adaptar e ajustar o movimento à situação é importante porque o que percebemos nem sempre é o que vai acontecer, então, ajustar rapidamente nossos gestos é uma vantagem sobre o adversário.
Interoperabilidade é a habilidade de usar os mesmos padrões de movimentos para diferentes gestos e / ou ao mesmo tempo. Por exemplo, você pode treinar seus jogadores usando escadas de velocidade e pedir-lhes que reajam a algum outro estímulo.
Essas habilidades são necessárias para o desenvolvimento da aprendizagem do futebol e a melhor idade para aprender habilidades específicas do futebol é em torno de 8 e 13 anos de idade. Se você não sabia da importância da coordenação, pense em uma grande estrela (talvez você esteja pensando em Messi ou Cristiano), eles têm a habilidade de driblar, de manter o equilíbrio mesmo com um empurrão do adversário, para ver se existe a possibilidade de servir melhor um companheiro de equipe, de prever como a bola vai quicar na grama e assim por diante, e, às vezes, tudo isso ao mesmo tempo.
Como cada idade tem necessidades diferentes, o tempo gasto em cada objetivo será diferente. Por conveniência de espaço e para ser mais simples, mantivemos juntos 'coordenativo' e 'condicional', bem como 'multidisciplinar' e 'diversão'. Naturalmente, seguindo a tabela acima, você pode facilmente descobrir isso, por exemplo: apesar da porcentagem semelhante, a faixa de idade de 7-9 anos tem tipos diferentes de metas 1 coordenativa e condicionais em relação à faixa de 10-12, pois o primeiro grupo trabalha mais nas metas de coordenação e condicionais básicas, como rapidez e velocidade, enquanto o grupo mais velho começa também a treinar resistência e força.
1.1 Características de um treinamento
Para enquadrar como criar e escolher um método eficaz de treinamento, é possível referir-se a alguns recursos. Observe que alguns destes recursos são apresentados como parte de uma dupla em oposição, portanto, você precisará escolher entre um ou outro; mas, em geral, se você considerar o conjunto como um todo, eles não são antitéticos e você pode combiná-los para desenhar qualquer exercício que sua imaginação venha a criar. Por exemplo: 'fácil' está em oposição a 'difícil', então você escolherá um deles; mas você pode desenhar um exercício 'fácil', 'simples', 'dedutivo' e 'analítico'. Vamos dar uma olhada:
- Fácil / difícil: de fácil a difícil; se você quer aprender a correr, primeiro aprenda a andar. Então, quando você planeja ensinar uma habilidade, comece pelas mais fáceis e aumente a dificuldade, passo a passo. Isto implica, também, em adaptar o seu plano à idade do jogador: comece do básico, como você pode ver pelo parágrafo seguinte.
- Simples / complexo: do simples ao complexo; quando você quiser ensinar um gesto complexo, pode começar por decompor o movimento final em gestos simples, fáceis de aprender. Depois que o aluno apreender o movimento simples, você pode adicionar outro e assim por diante.
- Dedutivo / indutivo: são duas formas de compreensão. O dedutivo vai da teoria e termina na prática, sendo uma transferência de informações do professor para o aprendiz onde, após a 'lição', o último deduz a sua aprendizagem e tenta colocá-la em prática. Exemplo: o treinador explica um exercício e diz aos alunos exatamente o que eles devem fazer. Vantagem: é rápido, porque o técnico está contando situações e soluções, a fim de que os alunos saibam que, quando isto acontecer, essa será a solução. Desvantagem: pode, às vezes, ser um aprendizado superficial, pois os alunos não internalizam, eles apenas mecanizam a resposta.
Indutivo é o oposto: neste caso, o treinador não explica ou sugere qualquer solução , ele apenas os acompanha ao longo do curso do aprendizado. Isso significa que o treinador ajuda os alunos a refletirem sobre o que praticaram, deixando que, primeiro, tentem encontrar uma ou mais soluções. Exemplo: em um quadrado, três jogadores ficam em três lados, passando a bola um para o outro tentando não perder a posse de bola , enquanto um oponente no meio tenta pegá-la; após alguns minutos, um novo 'insight' pode aparecer: talvez você possa ver o jogador, oposto ao jogador com a posse, movendo-se para seu lado mais próximo, antes desocupado, para ajudar este possuidor. Após o exercício, o treinador pode perguntar sobre o que eles