A Posse De Um Guardião. Amy Blankenship

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A Posse De Um Guardião - Amy Blankenship

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o quão sedutora ela parecia com a sua inocência de criança e os seus lábios melancólicos? Ele se sentou longe dela, o seu olhar estreitando mais uma vez.

      Kyoko o observou com curiosidade. – Kyou... por que estou realmente aqui? Eu preciso voltar para os outros guardiões e continuar a caçar os talismãs perdidos. – Ela não sabia o que estava a acontecer com ele e isso estava oficialmente a começar a assustá-la. Ele ainda não lhe respondeu e as borboletas no seu estômago cresciam enquanto ela esperava.

      Depois de um minuto observando-o apenas olhando para ela, Kyoko finalmente colocou a mão no travesseiro e se pressionou até ficar em pé.

      Kyou ficou tão tentado a deixá-la se inclinar para ele, mas depois de tratar o seu corpo de forma tão sedutora antes, ele sabia que isso iria quebrar qualquer tipo de confiança que ele ganhou. Ele se inclinou para trás e a deixou se levantar.

      Sentindo-se um pouco desequilibrada ao tentar ficar de pé no travesseiro de grandes dimensões, Kyoko colocou as mãos para se equilibrar enquanto o olhava desafiadoramente. – Ok. Se não há razão para eu estar aqui, então eu quero voltar. – Ela deu um passo, mas antes que soubesse o que aconteceu, estava deitada de costas olhando para um Kyou que parecia muito zangado. Bem... pelo menos eu sei que o rosto dele não é feito de pedra, ela pensou consigo mesma.

      Kyou agarrou os tornozelos de Kyoko e quando ela pousou, ele a puxou na sua direção. Ele estava instantaneamente em cima dela, olhando para o seu rosto. As suas mãos estavam pressionadas contra o seu peito e ele podia sentir o poder do cristal a crescer nas suas palmas, mas ela não o soltou. Bom. ele pensou.

      – Tu achas que eu te tomei por nada? Tu estavas em perigo e nem sabias disso! – ele a informou sombriamente.

      – Perigo. – Kyoko quase rosnou para ele. – Eu estava bem até tu apareceres!

      Ele respirou fundo tentando acalmar o seu temperamento e o seu coração batendo rapidamente. Ele não queria magoa-la, mas ela ainda não iria embora. Alguém tinha que mantê-la segura e ele não confiava nos seus irmãos para fazer isso depois da sua negligência. – Tu não irás embora até que eu saiba o que preciso saber de ti.

      – O que tu queres aprender comigo? – Kyoko pressionou as mãos contra o seu peito duro e empurrou, tentando fazê-lo recuar para que ela pudesse sentar-se novamente. Quando ela percebeu que ele não iria se mover, ela olhou para ele com frustração.

      Ela estava a começar a perder a paciência com o “príncipe de gelo”, ela pensou consigo mesma, causando um leve sorriso histérico nas suas feições. As pontas dos dedos dela formigaram com o seu poder e ela o controlou, já que ele não tinha feito nenhuma ameaça real para ela... ainda.

      Kyou novamente observou as emoções cruzarem o seu rosto com espanto, embora ele não mostrasse nenhuma evidência de estar surpreso. Ele colocou as mãos nos ombros dela e a sacudiu levemente. – Isto... Eu quero aprender isto.

      Kyoko franziu a testa para ele. Do que diabos ele estava a falar?

      Ele a sacudiu novamente – E isso, eu quero saber disso.

      – O quê? – Ela gritou com ele, ficando com raiva. Kyoko deu-lhe um olhar estranho, perguntando-se silenciosamente se ele tinha perdido seriamente a cabeça.

      – Sim, isso, tudo isso e isso também. – Ele a puxou para si e roçou os lábios nos dela num beijo ardente.

      Kyoko engasgou quando ele a pegou de surpresa e deslizou a sua língua pelos seus lábios trazendo o seu corpo mais perto do dela, provando-a. No seu pânico... o poder do cristal enfraqueceu e ela empurrou contra ele, mas a sua força não tinha vontade real.

      Kyou escolheu este momento para soltá-la quando a sua luta cessasse. Ele tinha defendido o seu ponto de vista, mesmo sendo o único que o entendia. O seu olhar nunca deixou o seu rosto quando ela caiu de costas contra o travesseiro, com as bochechas coradas. A imagem ficaria para sempre impressa na sua mente. Os seus seios subindo e descendo com cada respiração profunda. Os seus lábios se separaram ligeiramente. O seu longo cabelo ruivo se espalhou ao seu redor em ondas.

      Foi o olhar de sedução inocente... que fez a sua virilha apertar e inchar. Ela já era dele... só que ela não sabia disso.

      Kyoko colocou as costas da mão nos lábios numa tentativa de impedi-lo de fazer tal coisa novamente. Ela estava brava. Ela não entendeu. Ele queria aprender o que com ela? – Do que estás a falar? O que queres que eu te ensine? – ela fez as perguntas com uma voz trémula, sentindo como se ele estivesse a tentar arrastá-la para a sua insanidade.

      Quando ela não obteve uma resposta rápida o suficiente, ergueu uma sobrancelha irritada para ele e sibilou: – Vai dar um salto voador. – Ela então enxugou a boca com as costas da mão como que para afastar a sensação do beijo dele.

      Perdendo a paciência com ela, ele se virou para sair da sala. Por que ela não entendeu? Por que ela não percebeu que ele queria conhecê-la? Ele não podia libertá-la agora... desprotegida de Hyakuhei. O inimigo tinha ficado tão perto dela que agora estava a assombrar os seus sonhos... ele não permitiria.

      Kyoko gritou com ele. – Eu quero ir embora! Deixa-me! Se eu não sei o que tu queres de mim, então não posso te ajudar! – Ela viu quando ele parou, as suas costas enrijeceram, mas ele não se virou para encará-la.

      Kyou sabia o que queria dela, mas por enquanto, isso teria que servir. – Eu quero que tu me ensines as tuas emoções humanas. – Ele caminhou em direção à porta. – Talvez então… Vou entender por que estou preocupado em proteger um.

      Ele saiu, fechando a porta atrás dele. Uma vez no corredor fora da sala, se encostou na madeira da porta. Isso foi... estranho. ele pensou com uma sobrancelha levantada. Rapidamente se endireitou e olhou ao redor para ter a certeza de que ninguém tinha testemunhado o seu momento de fraqueza.

      Kyou ficou parado por um momento, pensando. Se ele pudesse fazer com que ela ficasse... mesmo que fosse apenas por um tempo, ele teria tempo de tentar fazer com que ela o amasse. Era hora de admitir o que ele estava a tramar... pelo menos admitir para si mesmo. Ele queria apenas mantê-la. Pela primeira vez na sua longa vida, ele queria algo que o seu irmão Toya possuísse.

      Ele queria a sacerdotisa para si... queria ser o único a protegê-la. Era isso que eles chamavam de amor? Os seus olhos escureceram atraentemente. No fundo... ele conhecia as emoções, mas só ele estava ciente desse fato. Ele simplesmente não tinha um motivo para tocá-las há tanto tempo que elas se tornaram dormentes. Ele sorriu secretamente. Se ela queria deixá-lo... então primeiro, ela teria que conhecer o verdadeiro ele.

      Primeiro, ele queria saber o que era o amor humano e ela seria a única a mostrar-lhe. Para fazer isso... ela teria que se apaixonar por ele. O seu sangue nobre já a tinha escolhido como sua companheira e ele não podia mudar isso. Não importa o quanto ela lutasse com ele... ele apenas lutaria mais.

      Os olhos de Kyou ficaram mais brilhantes com o pensamento dela vindo até ele de boa vontade. Ele queria sentir todas essas emoções. Ele sabia por que o seu pai e irmãos pensavam que os humanos eram tão interessantes... vale a pena proteger. Eles achavam que cada um deles é diferente e, de alguma forma, intrigante. Ele achou fácil ignorar a maioria dos humanos... mas não a sacerdotisa. Ela era o enigma entre os humanos.

      Já fazia muito tempo desde que o senhor do reino guardião esperava por qualquer coisa... Mas esta era uma batalha que ele não pretendia perder.

      Capítulo

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