Uma Luz No Coração Da Escuridão. Amy Blankenship
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De fato, a primeira coisa que fez assim que atravessou a porta foi jogar seus livros pela sala de estar como se estivessem infestados de doenças e, finalmente, sucumbiu à vontade, realizando uma "dança feliz" improvisada na entrada, parecendo que ela tinha talento para dança, afinal.
Isto foi imediatamente seguido por sua própria versão de uma dança que ela tinha visto Toya fazer uma vez, sacudindo o bumbum por todo o corredor até o banheiro, para que ela pudesse tomar um banho quente de espuma. Kyoko então decidiu que, se ia fazer isso, teria que fazer direito, e foi ligar o aparelho de som e pegar algumas velas.
Ela ainda estava fazendo barulhinhos fofos de vitória quando a banheira se encheu e ela mal se deu ao trabalho com suas roupas, tirando-as e jogando-as onde quisesse. Provavelmente vou encontrar minha calcinha pendurada no ventilador de teto quando eu acabar â pensou consigo mesma, depois sacudiu os ombros e entrou na água.
Ela deslizou mais para dentro da banheira para deixar as bolhas flutuantes acariciarem seu pescoço e ombros. Seus olhos verde esmeralda, que às vezes eram conhecidos por se tornarem tempestuosos a cada momento, estavam brilhando de satisfação.
Suas ondas de cabelo castanho-avermelhadas estavam soltas ao acaso e sua pele lisa e sedosa estava escondida agora sob as bolhas. Ela era uma garota feliz e tudo o que realmente queria fazer era relaxar pelo resto do dia. Um pouco de música suave ao fundo, algumas velas com cheiro doce acesas em todo o banheiro e estava pronto o cenário perfeito.
Ela fechou os olhos, sabendo que a imagem dele logo entraria em foco, como se estivesse esperando por ela. Este era seu segredo.
Os olhos azuis gelo a observavam dentro de sua mente. Ela sonhava com ele tantas vezes durante a noite que agora podia convocar estes sonhos, mesmo quando acordada. Quanto mais profundamente ela se engrenhava no sonho, mais real ele se tornava, até parecer que ele estava realmente lá, ajoelhado ao lado da banheira.
Os lábios dele formaram um sorriso sensual ao estender a mão e tirar a toalha dela. Seus olhos se tornando tão brilhantes quanto a chama azul.
â Os sonhos são agradáveis â sussurrou ela enquanto rolava a cabeça para o lado, deixando-o fazer o que ele quisesse.
Trimmm!
Um dos sons mais irritantes do mundo ecoou em todo o apartamento. Kyoko se ergueu na banheira, derrubando a água sobre a borda e sobre o chão de cerâmica. Levantando a mão na bochecha, sentiu o calor e corou quando o telefone tocou novamente.
â Droga!
Ela se levantou rapidamente sabendo que o telefone estava na sala de estar. Saindo da água, ela pegou o robe de seda da bancada e a envolveu enquanto corria para atender.
Percebendo que estava deixando umas pegadas de água, ela fez uma nota mental para lembrar de levar o telefone sem fio ao banheiro na próxima vez.
Na outra extremidade do toque irritante, Suki batucava as unhas na bancada da cozinha, desejando que Kyoko se apressasse e atendesse o telefone. Ela teve aquela sensação inquietante de que Shinbe chegaria a qualquer momento e não queria que ele soubesse nada sobre o que ela estava planejando.
Ela ouviu o clique na outra extremidade.
â Até que enfim!
Kyoko tirou o telefone da orelha para encará-lo com raiva e colocou-o de volta.
â Suki, eu estava no banho! â quase choramingou Kyoko enquanto olhava ansiosamente para a porta do banheiro, onde sabia que a água ainda estava quente e perfumada com jasmim. A banheira a chamava para que ela voltasse e curtisse... e o sonho também. Ela mordeu o lábio inferior enquanto desviava os olhos do que ela ansiava.
â Você está parada aÃ, nua? â riu Suki sabendo que Kyoko corava facilmente.
â Suki! â gritou Kyoko no receptor. Sua amiga simplesmente tinha um senso de humor pervertido, o que provavelmente se deve ao fato de passar muito tempo com Shinbe. Ela sorriu maliciosamente enquanto respondeu:
â Você precisa de alguma coisa? Estou com uma banheira quente e vaporosa chamando meu nome e você está interrompendo meu pequeno encontro.
â Encontro? â Suki olhou para o telefone e revirou os olhos. â Você definitivamente precisa de ajuda, Kyoko. Quem já ouviu falar em se sentir romântica na banheira sem alguém lá para acompanhar? Pelo menos, tenha uma centelha de imaginação e pense em um homem sexy para lavar as costas quando estiver lá - suspirou ela com um tom exasperado, inconsciente de que acabara de surpreender Kyoko em cheio em quão perto sua imagem mental realmente era.
â De qualquer forma, você e eu vamos ter uma noitada para celebrar o fim das provas â chilreou Suki. Ela não estava querendo deixar Kyoko dizer não. â Também não aceitarei um "não" como resposta, então comece a se arrumar. E use aquela roupa que compramos no último fim de semana. Vou fazer o mesmo. â Suki inalou profundamente e logo começou a falar antes que Kyoko pudesse dar um pio. â Esteja pronta lá pelas 7:30. Te amo. Tchauzinhoooo!
Kyoko piscou quando o telefone desligou. Seus lábios ainda estavam abertos porque ela estava prestes a dizer ânãoâ em sua primeira oportunidade. Ela enviou um olhar silencioso e zangado para a parede mais distante da sala de estar que separava os apartamentos das duas garotas, se perguntando se Suki havia telefonado de lá ou de seu celular em algum outro lugar.
Olhando para a identificação de chamada, ela suspirou.
â Celular, certo. Não preciso ir bater na parede, então. â Mas a imagem de suas mãos em volta do pescoço de Suki trouxe um sorriso para o rosto dela. â Mas, posso fingir.
Lançando o telefone sem fio na bancada, Kyoko olhou para o robe de seda agora agarrando-se ao seu corpo úmido e gemeu. A água morna ainda na sua pele agora tinha ficado fria, causando arrepios. Rapidamente, ela se virou para voltar ao banho.
Trimmm! Trimmm!
Kyoko se contraiu.
Girando enquanto a sobrancelha esquerda se erguia em frustração, disse:
â Espero que seja Suki para que eu possa dizer o quanto gosto de ser incomodada! â Agarrando o telefone, ela falou um pouco mais alto do que o normal.
â Alô.
Toya sorriu com a saudação de Kyoko:
â Qual é? Sua mãe nunca te ensinou a ser educada ao atender o telefone?
Kyoko se sentiu calmamente caminhando até a janela, abrindo-a e deixando o telefone escorregar de sua mão para o desconhecido.
â Por que é que ninguém quer me deixar terminar meu banho? â choramingou ela, batendo os pés, mas sentindo o ar condicionado entrar sob seu robe.