Depressão. Juan Moisés De La Serna
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Os resultados indicam que metade dos pacientes com doenças crônicas apresentam sintomas depressivos, 27% deles são leves e 31% são moderados.
Da mesma forma, esses pacientes em metade dos casos mostram baixos nÃveis de otimismo, com uma capacidade moderada para gerenciar stress, apesar de que possuam altos nÃveis de satisfação com sua vida, nÃveis moderados de stress e baixos nÃveis de percepção de apoio social.
Devemos lembrar que esses resultados foram obtidos através de questionários respondidos pelos próprios pacientes, portanto, alguns resultados são melhores do que o esperado com respeito à satisfação com a vida ou com os nÃveis de stress.
Uma das limitações do estudo é precisamente a população, objeto de análise, ou seja, somente os pacientes de uma população muito especÃfica foram considerados, tais como eram os habitantes da Jordânia, uma cidade com uma cultura, uma religião e idiossincrasia particular, o que faz com que seja necessária uma nova pesquisa a respeito para poder comprovar se os resultados permanecem idênticos em outras populações.
Da mesma forma, haver reunido dentro do grupo de estudo, pacientes com diagnósticos de enfermidades graves tão diferentes e com prognósticos tão distintos, como por exemplo, o de diabete e de câncer, podem haver afetado os resultados.
Seria melhor escolher um único grupo de enfermos crônicos e observar entre eles, o número de pessoas que padecem sintomas de depressão, já que a informação obtida a respeito teria maior validade ecológica.
Outra limitação do estudo tem origem na exclusão de pacientes com enfermidades crônicas que também padecem de alguma psicopatologia, o que agravaria ainda mais o prognóstico.
Apesar das limitações comentadas, o estudo mostra um elevado Ãndice de pacientes crônicos com sintomatologia depressiva, muitas vezes, não diagnosticadas ou tratadas, o que prejudica a qualidade de vida do paciente.
Devido a importância da depressão na saúde, quer seja sofrendo ou não de uma doença crônica, o que afeta o desempenho em tudo o que a pessoa faz, a ciência médica investigou os fatores que poderiam favorecer ou proteger a pessoa de sofrer uma depressão e, no caso de padecer de depressão, quais os fatores que ajudam a superá-la.
A rede social de apoio tem sido considerada fundamental tanto na prevenção quanto na recuperação de uma pessoa com depressão.
Sabe-se também que existem outras circunstâncias que podem favorecer a depressão, tais como a ruÃna econômica, a perda afetiva e até mesmo a perda de emprego.
Esses gatilhos podem gerar um perÃodo razoável de dor, ou se tornar crônicos, transformando-se em uma verdadeira depressão maior.
à preciso considerar que a depressão tem três componentes: o afetivo, o comportamental e o cognitivo. Estes fatores estão intimamente interligados, de tal forma que realizam sua auto-alimentação, formando um cÃrculo vicioso difÃcil de quebrar sem ajuda terapêutica especializada.
No caso deste terceiro, os pensamentos tornam-se catastróficos, pessimistas e sem uma solução para a situação atual.
Porém, quando uma pessoa está exposta a uma realidade desfavorável, os pensamentos catastróficos coincidem com sua realidade, o que reforça seus pensamentos e favorece o aparecimento da depressão. Então, existe uma relação entre a depressão e o nÃvel econômico?
Isso é o que se pode responder graças a um relatório publicado pelo departamento de saúde do governo de Porto Rico (EUA), desenvolvido durante o ano de 2013.
Nesse mesmo estudo foram analisados diferentes fatores que podem estar influenciando a presença da depressão, no qual foi realizado dentro de um projeto mais amplo para detectar comportamentos de risco entre a população, de acordo com o programa âThe Behavioral Risk Factor Surveillance System (BRFSS).
Para isso, realizou-se uma pesquisa por telefone com uma amostra de seis mil habitantes, o que representa 0,21% da população total, todos com idade superior a 18 anos, a maior parte hispânica (98,5%), sendo que 64% eram mulheres.
Além disso, os dados foram coletados por grupos de idade, nÃvel educacional dos participantes e renda.
Os resultados mostram que as pessoas com idade entre 45 a 54 e entre 55 a 64 anos, são aquelas que mais sofrem de depressão, atingindo percentuais de 25,7% e 30,7%, respectivamente, bem acima dos nÃveis alcançados entre os mais jovens com idades entre 18 a 24 anos, que atingem 5,9%.
Eles também mostram que as pessoas que têm menos escolaridade (sem escolaridade completa) apresentam nÃveis mais altos de depressão, em comparação com aqueles que terminaram a faculdade, obtendo porcentagens de 21,3% em comparação com 14,4%, respectivamente.
O relatório também separa os entrevistados em seis grupos, conforme sua renda, o que permite observar a relação entre os aspectos econômicos e a presença de depressão, sendo que os que mais sofrem ganham renda inferiores a 15.000 dólares, com 23,2% contra aqueles que têm rendimentos maiores a 75.000 dólares, com 9,2%.
Uma das limitações deste estudo e a forma caracterÃstica de coletar dados por meio do telefone, é que ficam excluÃdas certas populações que, por um motivo ou outro, não dispõem de linha telefônica e, portanto, o estudo é tendencioso ao deixar uma parte da população sem pesquisar, provavelmente com baixos recursos econômicos.
Outra limitação é que os resultados não fazem qualquer distinção entre o tipo de depressão que padece, seja depressão maior ou distimia. Além disso, os dados da forma como são apresentados não permitem realizar comparações entre grupos, o que torna possÃvel aprofundar mais as diferenças encontradas entre os grupos com base aas variáveis analisadas.
Apesar das limitações anteriores, é preciso destacar a importância dos resultados ao mostrar o perfil daquelas pessoas que estão mais expostas a sofrer de depressão, sendo elas: o baixo nÃvel educacional, idade entre 45 a 64 anos e baixa renda.
Por outro lado, as pessoas que parecem estar mais protegidas de sofrer depressão são os jovens entre 18 e 24 anos, que têm estudos universitários e as pessoas que ganham entre 35.000 a 49.999 dólares e mais de 75.000 dólares.
Portanto, respondendo à questão inicial, aparentemente existe uma relação entre a depressão e o nÃvel financeiro, porém esta não é uma relação direta, ou seja, quanto mais dinheiro menos depressão, como é comprovado entre as pessoas que ganham entre 50.000 a 74.999 dólares, que sofrem depressão em um percentual semelhante aos nÃveis anteriores, de fato, tais percentuais são semelhantes à s pessoas que recebem entre 25.000 a 34.999 dólares.