Um Mar De Escudos . Морган Райс

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Um Mar De Escudos  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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Ela grita. "Estes homens olham para você como um líder. Esta é uma região brutal do mundo. Nós não estamos na Corte do Rei. A brutalidade reina aqui. A brutalidade comanda respeito. Aqueles homens ali dentro não podem viver. Um exemplo deve ser feito deles!"

      Bronson olha para ela, horrorizado.

      "O que você está dizendo?" ele pergunta. "Você quer queimá-los vivos? Deseja lhes dar o mesmo tratamento brutal que eles planejaram para nós?"

      Luanda trava sua mandíbula.

      "Se você não fizer isso, marque minhas palavras: certamente um dia eles irão matá-lo."

      Os homens MacGil se reúnem em torno deles, testemunhando aquela discussão, e Luanda fica ali, fumegando de raiva. Ela adora Bronson – afinal, ele tinha salvado sua vida. E ainda assim ela odeia como ele às vezes poderia ser fraco e ingênuo.

      Luanda já tinha tido o bastante de homens no poder, tomando decisões ruins. Ela gostaria de poder governar ela mesma; ela sabe que seria melhor do que qualquer um deles. Às vezes, ela acredita, é preciso uma mulher para governar um mundo de homens.

      Luanda, banida e marginalizada durante toda a sua vida, sente que não pode mais viver à margem das coisas. Afinal, é graças a ela que todos aqueles homens estão vivos no momento. E ela é a filha primogênita de um rei, afinal.

      Bronson fica ali olhando para ela, em dúvida, e Luanda pode ver que ele não tomaria medidas.

      Ela não aguenta mais. Luanda grita de frustração, corre pra frente, pega uma tocha da mão de um atendente e, enquanto todos os homens a observam em silêncio atordoado, ela corre para a frente deles, segura a tocha bem alto, e a atira.

      A tocha ilumina a noite, voando pelo ar até cair em cima do telhado de palha do salão de festas.

      Luanda observa com satisfação quando as chamas começam a se espalhar.

      Os MacGil em torno dela dão um grito, e todos seguem seu exemplo. Cada um deles pega uma tocha e a joga, e logo as chamas se levantam e o calor se intensifica, chamuscando seu rosto, iluminando a noite. Logo, todo o salão está envolto em chamas.

      Os gritos dos McCloud presos ali dentro atravessam a noite, e enquanto Bronson parece recuar, Luanda, com as mãos nos quadris, fica parada – fria, dura, impiedosa, observando com satisfação.

      Ela se vira para Bronson, que fica ali, de boca aberta em estado de choque.

      "Isso," afirma ela, desafiante, "é o que significa governar."

      CAPÍTULO TRÊS

      Reece caminha com Stara, lado a lado, com os braços balançando e se encostando, mas sem dar as mãos. Eles atravessam intermináveis campos de flores no alto da serra, cheios de cor, com uma imponente vista das ilhas Superiores. Eles caminham em silêncio, Reece sobrecarregado com pensamentos conflitantes; ele mal sabe o que dizer.

      Reece volta a pensar naquele momento fatídico em que ele havia cruzado os olhos com Stara no lago da montanha. Ele tinha enviado sua comitiva longe, precisando de um tempo a sós com ela. Eles tinham ficado relutantes em deixar os dois sozinhos – especialmente Matus, que conhecia muito bem a história deles, – mas Reece havia insistido. Stara era como um ímã, atraindo Reece, e ele não queria mais ninguém ao seu redor. Ele precisava de tempo para alcançá-la, conversar com ela, para entender por que ela olhava para ele com o mesmo olhar de amor que ele sentia por ela. Para entender se tudo aquilo era real, e o que estava acontecendo com eles.

      O coração de Reece bate enquanto eles caminham, sem saber por onde começar, o que fazer a seguir. Seu lado racional grita para ele se virar e correr, para correr o mais longe possível de Stara, pegar o próximo navio de volta para o continente e nunca mais pensar nela. Para voltar para casa onde sua futura esposa, que estava em casa à sua espera. Afinal, ele adora Selese, ela sente o mesmo por ele, e seu casamento seria celebrado em apenas alguns dias.

      Reece sabe que isso seria a coisa sensata a fazer. A coisa certa a fazer.

      Mas a parte lógica dele está sendo oprimida por suas emoções, por paixões que ele não consegue controlar, que se recusam a ser subservientes ao seu lado racional. São paixões que o obrigam a ficar ali ao lado de Stara, caminhando com ela através daqueles campos. É uma parte incontrolável dele, algo que ele nunca tinha entendido e que o levara, durante toda a sua vida, a fazer coisas impulsivas, a seguir o seu coração. Ele nem sempre tomava as melhores decisões, mas Reece possuía um lado apaixonado e intenso – e nem era capaz de controlá-lo.

      Enquanto Reece caminha ao lado de Stara, ele se pergunta se ela está se sentindo da mesma maneira que ele. A parte de trás da mão dela encosta na sua enquanto ela anda, e ele acha que pode detectar um leve sorriso no canto dos lábios dela. Mas ela é difícil de interpretar – Stara sempre tinha sido assim. A primeira vez que ele a tinha conhecido, enquanto eram crianças, ele se lembra que tinha fica espantado, incapaz de se mover, incapaz de pensar em outra coisa exceto nela por dias a fio. Havia algo em seus olhos translúcidos, algo sobre a maneira como ela se portava, tão orgulhosa e nobre, como um lobo olhando para ele, que era hipnotizante.

      Quando crianças, eles sabiam que uma relação entre primos era proibida, mas isso nunca os tinha perturbado. Algo existia entre eles, algo muito forte, aproximando-os um do outro, apesar de tudo. Eles brincavam juntos, melhores amigos desde o começo, preferindo a companhia um do outro acima de qualquer um de seus primos ou amigos. Quando eles visitavam as ilhas Superiores, Reece passava todo o tempo com ela; ela tinha correspondido, apressando-se para o seu lado, esperando na costa por dias a fio até que seu barco chegasse.

      No início, eles eram apenas melhores amigos. Mas, então, à medida que cresciam, em uma noite fatídica sob as estrelas, tudo tinha mudado. Apesar de ser proibido, a sua amizade havia se tornado algo mais forte, maior que os dois, e nenhum deles tinha sido capaz de resistir.

      Reece deixava as Ilhas sonhando com ela, distraído a ponto de ter depressão, encarando noites sem dormir durante os meses seguintes. Ele via o rosto deles todas as noites na cama, desejando que um oceano, e um costume da família, não estivesse entre eles.

      Reece sabia que ela sentia o mesmo; ele havia recebido inúmeras cartas dela, carregadas pelas asas de um exército de falcões, expressando seu amor por ele. Ele havia respondido, embora não fosse tão eloquente quanto ela.

      O dia em que as duas famílias MacGil tiveram uma briga foi um dos piores dias da vida de Reece. Foi o dia em que o filho mais velho de Tirus havia morrido, envenenado pelo mesmo veneno que Tirus planejava usar contra o pai de Reece. No entanto, Tirus culpava o Rei MacGil. A rixa havia começado, e o coração de Reece – e de Stara –tinha se partido. Seu pai era poderoso, assim como o pai de Stara, e ambos haviam sido proibidos de se comunicar com qualquer outro MacGil. Eles nunca mais viajaram para lá, e Reece tinha passado noites inteiras acordado, pensando e sonhando com maneiras para poder ver Stara novamente. Ele sabia pelas cartas dela que ela sentia o mesmo.

      Um dia, as cartas dela pararam de chegar. Reece acreditava que elas tinham sido interceptadas de alguma forma, mas ele nunca soube ao certo. Ele suspeitava que suas cartas também já não chegavam à ela. Ao longo do tempo, Reece, incapaz de seguir em frente, teve que tomar a decisão dolorosa de tirar Stara de seu coração, tendo que aprender a tirar os pensamentos dela de sua mente. O rosto de Stara surgia em sua mente nos momentos mais estranhos, e ele nunca havia deixado de se perguntar o que teria acontecido com ela. Será que ela ainda pensava nele, também? Ela teria se casado com outra pessoa?

      Agora,

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