Um Reinado de Rainhas . Морган Райс

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Um Reinado de Rainhas  - Морган Райс Anel Do Feiticeiro

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cada vez mais do centro, passando diante dos catorze deuses com o coração acelerado de emoção. A estátua de cada um dos deuses se ergue dezenas de metros acima deles. No centro de tudo isso, na praça que sempre havia permanecido vazia e reservada para sacrifícios e congregações, agora há um pedestal dourado recém-construído, sob o qual repousa uma estrutura de vinte metros coberta com um pedaço de seda branca. Volúsia sorri: apenas ela entre todo o seu povo sabe o que há embaixo daquele tecido.

      Volúsia desembarca assim que eles se aproximam da praça mais central, e seus criados correm ao seu auxílio. Ela assiste enquanto outra embarcação se aproxima, e o maior touro que ela já tinha visto é removido e levado até ela por uma dúzia de homens. Cada um deles segura uma corda, e começam a guiar o animal cautelosamente. O touro é um animal especial adquirido nas Baixas Províncias: com cinco metros de altura e pele vermelha brilhante, ele é um simbolo de força. O animal também está extremamente irritado. Ele resiste, mas os homens o mantém no lugar enquanto o levam pra frente da estátua de Volúsia.

      Volúsia ouve uma espada sendo erguida, e ao se virar vê Aksan, seu assassino pessoal, parado ao seu lado e segurando a espada cerimonial. Aksan é o homem mais leal que ela já havia conhecido, sempre disposto a matar quem ela ordene com um simples gesto de sua cabeça. Ele também é um pouco sádico – outro motivo pelo qual ela o admira – e já havia ganhado o seu respeito muitas vezes. Aksan é uma das poucas pessoas que Volúsia permite ficar ao seu lado.

      Ele a encara, e Volúsia olha para o seu rosto cheio de cicatrizes e para os seus chifres visíveis atrás de seu cabelo encaracolado.

      Volúsia estica o braço e pega a longa espada cerimonial com sua lâmina de dois metros, fechando os dedos em torno do punho com as duas mãos. Um silêncio tenso recai sobre o seu povo quando ela se vira, ergue a espada e rapidamente golpeia o pescoço do touro com toda a sua força.

      A lâmina – afiada e fina como papel, atravessa o pescoço do animal, e Volúsia sorri ao ouvir o barulho satisfatório da espada atravessando a carne, sentindo a lâmina cortando o animal e sentindo o sangue do touro espirrar em seu rosto. O sangue espirra para todos os lados, formando uma grande poça sob os pés dela, e o touro cambaleia sem cabeça e cai aos pés da estátua ainda coberta de Volúsia. O sangue do touro mancha o tecido e o ouro, e o povo solta gritos de aprovação.

      "Um excelente presságio, minha senhora," Aksan fala, fazendo uma saudação.

      As cerimônias haviam começado. Em volta dela, trombetas soam enquanto centenas de animais são trazidos pra frente, e seus oficiais começam a sacrificá-los em torno da praça. Aquele seria um longo dia de sacrifícios, estupros e festividades com abundância de comida e bebida – e depois tudo se repetiria no dia seguinte e no outro. Volúsia participaria de tudo, beberia um pouco de vinho e passaria a noite com alguns homens – cortando o pescoço deles como sacrifício para os seus deuses. Ela anseia por um longo dia de sadismo e brutalidade.

      Mas, primeiro, ainda há uma coisa a fazer.

      A multidão se aquieta quando Volúsia sobe no pedestal localizado na base de sua estátua e se vira para encarar o seu povo. Ao lado dela está Koolian, outro conselheiro de sua confiança – um feiticeiro sombrio que veste um manto com capuz negro, com olhos verdes brilhantes e um rosto cheio de verrugas – a criatura que havia ajudado Volúsia a planejar o assassinato de sua própria mãe. Koolian tinha sido a pessoa a aconselhar Volúsia a construir a estátua de si mesma.

      A multidão a encara em absoluto silêncio. Ela espera, saboreando o suspense daquele momento.

      "Grande povo de Volúsia!" ela começa. "Apresento-lhes a estátua de sua mais nova e mais importante dividade!"

      Com um gesto grandioso, Volúsia remove o tecido de seda e a multidão suspira.

      "Sua nova deusa, a décima quinta divindade – Volúsia!" Koolian grita para a multidão.

      O povo emite um som abafado de admiração, e todos olham para cima com espanto. Volúsia olha para a estátua brilhante, duas vezes mais alta que as outras, uma réplica perfeita dela mesma. Ela espera ansiosa para ver a reação de seu povo. Há muitos séculos ninguém apresenta uma nova divindade, e ela está curiosa para ver se o amor de seu povo por ela é tão forte quanto ela pensa. Ela não precisa apenas do amor de seu povo; ela quer que eles a idolatrem.

      Para sua grande satisfação, seu povo de repente cai de joelhos e leva seus rostos ao chão, idolatrando-a.

      "Volúsia," eles entoam sem parar. "Volúsia. Volúsia."

      Volúsia continua ali, com os braços abertos e respirando profundamente, absorvendo tudo aquilo. Aquela é uma experiência para satisfazer qualquer ser humano. Qualquer líder. Qualquer divindade.

      Mas ainda não é o bastante para ela.

*

      Volúsia atravessa a ampla entrada arqueada do seu castelo, passando pelas colunas de mármore de trinta metros e pelos corredores repletos de jardins e de guardas – soldados do Império com posturas perfeitamente eretas, empunhando lanças e alinhados até onde seus olhos podem ver. Ela caminha lentamente, acompanhada em ambos os lados por Koolian – seu feiticeiro, Aksan – seu assassino, e Soku – o comandante de seu exército.

      "Minha senhora, se eu puder ter uma palavra com você," Soku diz. Ele vinha tentando falar com ela durante todo o dia, e ela o havia ignorado, sem interessar-se em seus temores ou sua fixação com a realidade. Ela possui sua própria realidade, e falaria com ele quando tivesse vontade.

      Volúsia continua marchando até alcançar a porta de entrada para outro corredor, decorada com longas faixas repletas de esmeraldas. Imediatamente, soldados correm para abri-la, dando-lhe passagem.

      Assim que ela entra, o barulho dos cânticos, aplausos e festividades das cerimônias externas começa a se dissipar. Aquele tinha tido um longo dia de sacrifícios, bebidas e comemorações, e Volúsia precisa de algum tempo para descansar. Ela recuperaria suas energias, e então voltaria para mais uma rodada.

      Volúsia entra nos aposentos solenes, iluminados apenas por algumas tochas. A principal fonte de iluminação do lugar é o faixo de luz verde que vem do óculo no meio do teto, iluminando um único objeto que jaz no centro dos aposentos.

      A lança de esmeralda.

      Volúsia se aproxima dela admirada, observando o objeto que permanece ali como já fazia há séculos, apontando diretamente para cima. Com seu punho e ponta de esmeralda, a lança brilha sob a luz, apontando diretamente para o céu – como se estivesse desafiando os deuses. Aquele sempre havia sido um objeto sagrado para o seu povo, o objeto que todos acreditam sustentar toda a cidade. Ela para diante dele admirada, observando as partículas de poeira girando em torno da luz esverdeada.

      "Minha senhora," Soku diz suavemente, sua voz ecoando no silêncio do lugar. "Tenho permissão para falar?"

      Volúsia permanece parada de costas para ele por um longo tempo, examinando a lança e admirando o trabalho do artesão como tinha feito todos os dias de sua vida, até finalmente sentir-se preparada para ouvir as palavras de seu conselheiro.

      "Vá em frente," ela fala.

      "Minha senhora," ele fala, "você matou o líder do Império. Certamente, o boato já se espalhou. Exércitos devem estar marchando para Volúsia neste exato momento. Exércitos enormes, maiores do que qualquer coisa da qual podemos nos defender. Devemos nos preparar. Qual é a sua estratégia?”

      "Estratégia?” Volúsia pergunta irritada, ainda sem olhar para ele.

      "Como

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