Ressuscitada . Морган Райс

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Ressuscitada  - Морган Райс Memórias de um Vampiro

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e Caleb. Normalmente, ela ficaria feliz de ficar sozinha com ele, mas, depois da briga, ela estava nervosa. Caleb, ela podia ver, estava perdido em seu próprio mundo de tristeza e remorso; ela também percebeu que ele ainda estava bravo com ela por ter expressado suas teorias para a polícia.

      Era demais para Caitlin para suportar. Ela percebeu que tinha expectativas demais em relação ao retorno de Caleb, um pingo de otimismo que ele iria chegar e anunciar algo, alguma boa notícia. Mas vê-lo voltar assim, sem nada, absolutamente nada, só lhe trouxe mais sentimentos ruins. Scarlet esteve fora o dia inteiro. Ninguém sabia onde ela estava. Era mais que meia-noite e ela não tinha voltado para casa. Ela sabia que isso era um mau sinal. Ela nem queria imaginar as possibilidades, mas sabia que era muito, muito ruim.

      "Eu vou para a cama", Caleb disse, então se virou e foi subindo os degraus.

      Caleb sempre lhe dizia "boa noite", sempre pedia que ela fosse para a cama com ele. Na verdade, Caitlin não conseguia lembrar-se de uma noite em que não tivessem ido dormir juntos.

      Agora, ele sequer lhe chamara.

      Caitlin voltou para sua cadeira na sala de estar e se sentou ali, ouvindo as botas dele subindo as escadas, ouvindo a porta do quarto se fechando atrás dele. Era o som mais solitário que ela já havia escutado.

      Ela começou a soluçar, e chorou por tanto tempo que ela perdeu a conta. Eventualmente, ela se encolheu como uma bola e ficou chorando em uma almofada. Lembrava vagamente Ruth chegando perto dela, tentando lamber seu rosto; mas era tudo apenas um borrão porque, logo, seu corpo torturado por tantos soluços caiu em um sono profundo e irregular.

      CAPÍTULO TRÊS

      Caitlin sentiu algo frio e úmido em rosto e abriu os olhos lentamente. Desorientada, ela olhou para sua sala de estar e depois para os lados; ela percebeu que tinha adormecido na poltrona. O quarto estava escuro e, pela tímida luz que vinha através das cortinas, ela percebeu que o dia estava apenas começando. O som da chuva torrencial batia contra o vidro.

      Caitlin ouviu um gemido e sentiu algo molhado no rosto de novo, ao olhar para o lado, viu Ruth, de pé sobre ela, lambendo-a, chorando histericamente. Ela a cutucava com seu focinho molhado e frio e não parava.

      Finalmente Caitlin sentou-se, percebendo que algo estava errado. Ruth não parava de choramingar, cada vez mais alto e, então, começou a latir para ela, ela nunca tinha a visto agir desta forma.

      “O que foi, Ruth?”, perguntou Caitlin.

      Ruth latiu novamente e, em seguida, se virou e saiu correndo da sala, em direção à porta da frente. Caitlin olhou para baixo e, sob a luz fraca, enxergou uma trilha de pegadas enlameadas em todo o carpete. Ruth deve ter saído, Caitlin percebeu. A porta da frente devia estar aberta.

      Caitlin se levantou com pressa, percebendo que Ruth estava tentando lhe dizer alguma coisa, levá-la para algum lugar.

      Scarlet, ela pensou.

      Ruth latiu novamente, e Caitlin sentiu que era isso. Ruth estava tentando levá-la a Scarlet.

      Caitlin correu para fora da sala, com o coração batendo. Ela não queria perder um segundo subindo as escadas para pegar Caleb. Ela atravessou a sala de estar pelo meio do salão e saiu pela porta da frente. Onde Ruth poderia ter possivelmente encontrado Scarlet? ela se perguntou. Ela estava a salvo? Ela estava viva?

      Caitlin foi inundada com pânico quando irrompeu pela porta da frente, já entreaberta por Ruth, que tinha, de alguma forma, conseguido abri-la e saído na varanda da frente. O mundo estava tomando pelo som da chuva torrencial. Houve um trovão suave e retumbante e um clarão de relâmpago iluminando o céu e, sob a luz acinzentada, a chuva torrencial tocava o solo.

      Caitlin parou no topo da escada, quando viu para onde Ruth estava indo. Ela foi tomada por terror. Outro relâmpago encheu o céu e, ali, diante dela, estava uma imagem que a traumatizou – uma que se fixou em seu cérebro, que ela nunca iria esquecer até o fim de sua vida.

      Lá, deitada no gramado da frente, encolhida, inconsciente e nua, estava sua filha. Scarlet. Exposta na chuva.

      Dando voltas nela, latindo loucamente, Ruth olhava para Caitlin e depois para Scarlet.

      Caitlin explodiu em ação: ela desceu os degraus tropeçando, gritando de medo e correu para sua filha. Sua mente irrompeu em um milhão de cenários sobre o que poderia ter acontecido com ela, onde ela poderia ter ido, como ela poderia ter retornado. Se ela estava bem. Viva.

      Os piores cenários possíveis passaram por sua cabeça ao mesmo tempo, enquanto Caitlin corria pela grama enlameada, escorregando e deslizando.

      “SCARLET!” Caitlin gritou e outro trovão se uniu ao barulho.

      Era o lamento de uma mãe fora de si com aquela dor, o lamento de uma mãe que não conseguia parar de chorar histericamente enquanto corria para Scarlet, então se ajoelhou ao lado dela, a pegou em seus braços e pediu a Deus com tudo o que tinha para que sua filha ainda estivesse viva.

      CAPÍTULO QUATRO

      Caitlin sentou ao lado de Caleb no quarto completamente branco do hospital, observando  Scarlet dormindo. Os dois se sentaram em cadeiras separadas, a poucos metros de distância um do outro, cada um perdido em seus próprios pensamentos. Ambos estavam tão emocionalmente esgotados, com tanto medo, que eles não tinham nenhuma energia para falar com o outro. Em todos os outros momentos difíceis do casamento, eles sempre haviam encontrado consolo um no outro; mas desta vez era diferente. Os incidentes do último dia tinham sido dramáticos demais, muito aterrorizantes. Caitlin ainda estava em choque; e ela sabia que Caleb também. Cada um  precisava processar tudo da sua própria maneira.

      Sentaram-se em silêncio, observando o sono de Scarlet, o único barulho no quarto era o bipe das várias máquinas. Caitlin estava com medo de tirar os olhos de sua filha, temia que, se ela desviasse o olhar, ela a perderia novamente. O relógio sobre a cabeça de Scarlet marcava 08:00, Caitlin percebeu que ela estava sentada lá há três horas observando-a, desde que eles a admitiram no hospital. Scarlet não tinha acordado nenhuma vez desde que chegara.

      As enfermeiras os tranquilizaram várias vezes de que todos os sinais vitais de Scarlet estavam normais, que ela estava apenas em um sono profundo, e que não havia nada para se preocupar. Por um lado, Caitlin estava muito aliviada; mas, por outro, ela realmente não acreditaria nisso até que ela visse por si mesma, até que visse Scarlet acordada, com os olhos abertos, a mesma Scarlet de sempre que ela conhecia – feliz e saudável.

      Caitlin repassou em sua mente, mais de uma vez, os acontecimentos das últimas 24 horas. Mas não importava o quanto ela analisasse, nada fazia sentido – a não ser que ela pensasse na  mesma conclusão: que Aiden estava certo. Seu diário era real. Que sua filha era um vampiro. Que ela, Caitlin também havia sido um. Que ela tinha viajado de volta no tempo, tinha encontrado o antídoto e tinha escolhido voltar ali, naquela época e local, para viver uma vida normal. Scarlet era o único vampiro remanescente na Terra.

      O pensamento aterrorizava Caitlin. Ela era extremamente protetora de Scarlet e determinou que nada de ruim aconteceria a ela; no entanto, ao mesmo tempo, ela também sentia uma grande responsabilidade para com a humanidade, sentia que, se tudo isso fosse verdade, ela não podia permitir que Scarlet espalhasse aquilo, que recriasse a raça dos vampiros mais uma vez. Ela mal sabia o que fazer, ela não sabia o que pensar, nem no que acreditar. O seu próprio marido não acreditava nela e ela não conseguia culpá-lo. Ela mesma mal acreditava.

      “Mãe?”

      Caitlin

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